Capítulo 30

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– Vamos descer! – ele diz me fazendo levantar subitamente me deixando confuso.

– Eu disse algo errado? – questiono preocupado – Eu estava tentando ser mais sincero e não ter medo de falar, mas acho que fui longe demais, não fui? Me desculpa, Felix! Eu não vou apressar as coisas, eu só–

– CHANGBIN, SAI DA FRENTE! EU PRECISO FICAR SÓBRIO! – ele diz desesperado e acaba engatinhando por cima de mim pra chegar até a portinhola que leva de volta à casa.

– Mas o que– – é tudo que consigo dizer enquanto o vejo passando pela porta sem dificuldade.

Desço a escada de madeira em seguida, me tremendo e tomando muito cuidado para que eu não caísse. Quando piso no chão de novo, noto que Felix já vai abrir a porta quando eu digo:

– Tem um casal se agarrando no quarto aqui. Talvez estejam nus.

– Eu não quero ver! – ele diz, seu olhar parecendo mais inocente que nunca.

– Tudo bem! Pode fechar os olhos, eu te guio! – digo e beijo sua testa.

Nos tiro daquele quarto rapidamente, ele de olhos fechados até que eu disse que ele poderia abri-los novamente. E segurando em sua mão eu o levo para o andar de baixo. Na cozinha pego um novo copo d'água e dou para ele que a bebe. Ryujin chega e nos cumprimenta enquanto Felix vira o copo d'água.

– Que sede é essa? – ela questiona.

– Se eu ficar sóbrio, ele vai me pedir em namoro! – Felix aponta pra mim me fazendo rir.

Ryujin arregala seus olhos e grita:

– EU VOU PROCURAR UM REFRI NÃO BATIZADO PRA VOCÊ! – ela sai correndo pela cozinha.

– Você quer tanto assim me namorar? – questiono ainda rindo, mas desacreditado.

Felix enche o copo novamente de água e volta a beber sem ao menos dar atenção ao meu questionamento. Quando me olha, nota que eu estava sorrindo para ele e fica ruborizado de novo. Ele ía desviar seu olhar, mas retorna a olhar pra mim quando não consigo me conter e acaricio seus cabelos.

– Lindo! – digo para ele que se balança com o copo ainda em sua boca e vira o olhar fingindo estar puto com minha atitude.

– ACHEI SPRITE! – Ryujin volta com uma latinha fechada na mão e Felix estende seu copo pra ela que vira o liquido pra ele que logo começa a beber me fazendo rir mais.

– NÃO TEM AÇÚCAR SUFICIENTE, PRECISO DE COCA COLA! – ele diz fazendo Ryujin correr pela cozinha novamente.

– Você não precisa ficar sóbrio agora, eu não vou a lugar algum! – digo perto dele enquanto afago suas costas – Posso te pedir em namoro outro dia!

– Mas e se você desistir? – ele pergunta.

– Eu não sou nem louco! – pego seu queixo em minha mão e beijo sua boca mais uma vez.

Ele enlaça seu braço ao redor de mim me puxando pra ele. Quando paro de beijar não o solto. Ele dá um sorriso meigo pra mim, mas logo retorna à realidade e se afasta de mim quando Ryujin chega gritando:

– ACHEI UMA COCA NÃO DIET!

– GRAÇAS A DEUS! DESPEJA, RYUJIN, DESPEJA! – Felix segura seu copo com as duas mãos enquanto Ryujin vira a latinha dentro dele.

– Felix, eu já disse...

– SHH! – ele faz pra mim e volta a beber o refrigerante.

———

Andávamos pela rua nos afastando da festa de mãos dadas. Felix tinha sua mão livre em sua barriga e uma expressão de chateação no rosto.

– Tá com gases, não tá? – questiono segurando o riso.

– Cala a boca, Changbin. Isso é tão não romântico! – ele disse me fazendo sorrir com a situação.

– Eu amo como com você nada é casual.

– Como assim? – ele me olha curioso.

– As coisas não acontecem da forma que normalmente acontecem. Sempre acontece algo a mais que faz a situação ser mais marcante. Era pra ser a festa de aniversário do meu amigo onde eu ía te pedir em namoro depois do nosso encontro, mas você ficou bêbado, subiu no telhado e depois se entupiu de refrigerante e água. – disse rindo enquanto ele me encarava – A vida é mais divertida com você, Felix! – ele suaviza sua expressão e sorri enquanto olha pro chão – Como se sente agora?

– Por incrível que pareça, com sono!

– Quer que eu te leve pros dormitórios ou quer ir pra minha casa?

– Eu... não quero incomodar. Se achar melhor pararmos por hoje tudo bem. Mas não queria te dizer tchau ainda.

– Se fosse incomodar eu não te convidaria! – dou um beijo em sua bochecha – Vem comigo!

– Tudo bem! – ele sorri.

Peço por um uber no aplicativo e logo encontramos com o motorista que nos leva até meu apartamento. Hyunjin ainda não estava em casa, então estávamos totalmente sozinhos. Lá, eu procuro pijamas para Felix que já boceja e deixo que ele os vista com privacidade no banheiro. Quando ele acaba, eu vou atrás de fazer o mesmo até o encontrar sentado em minha cama, olhando para o nada.

– Está tudo bem?

– Sim! – ele pisca os olhos algumas vezes.

– Desculpa ter sumido da festa! – digo enquanto me sento ao seu lado na cama – Não foi legal te fazer esperar. Eu precisei ir no banheiro rapidamente e na hora de pegar a água...

– Tá tudo bem! – ele sorri pra mim enquanto segura em minha mão – Quando fico bêbado eu fico um pouco mais dramático do que o normal. Desculpa ter me escondido no telhado!

– Por favor, não faz mais isso! É perigoso! – pedi enquanto ele ria.

– Você que é medroso!

– De cair e quebrar a cabeça? Tenho medo sim, admito! – digo enquanto ele ri mais e joga o restante de seu corpo na cama, se deitando nela.

Me apoio em meu braço ao seu lado e passando a mão em seu rosto questiono:

– Antes de dormir, precisa de mais alguma coisa?

– Não, mas... – ele se interrompe.

– Diga!

– Você não vai... dormir aqui comigo?

– Eu ía te dar espaço! – respondo fazendo ele bufar.

– Às vezes você me dá mais espaço do que eu gostaria. Mas ai eu me pergunto se na verdade você não precisa desse espaço.

– Hm. Sinceramente... Eu gosto de espaço! Mas eu não estou muito afim dele agora! – digo o fazendo sorrir – Tudo bem se eu ficar? – pergunto aproximando meu rosto do dele aos poucos.

– Uhum! Fica! – ele pede baixo e segura em meu pescoço novamente me puxando para si.

Nos beijamos novamente. Dessa vez deixo parte do meu torso ficar sobre o seu para que ficássemos mais próximos. A língua dele invade minha boca e deixo a minha deslizar sobre a sua. Em pouco tempo meu corpo se esquenta e minha respiração fica mais ofegante assim como a dele. Não quero parar novamente como fiz na festa, mas ainda me questiono se não estou indo longe com ele. Sua mão acaricia minha nuca fazendo com que minha pele se arrepiasse. Passo minha mão na lateral de sua cintura e a coloco por baixo dele como se puxasse seu corpo para mais perto do meu e ouço um grunhido leve em sua garganta. O beijo para por um momento e nos olhamos nos olhos por míseros segundos que foram o suficiente para entender o que queríamos. Como em um acordo silencioso, nos beijamos novamente selando a o que aquele resto de noite estaria fadado.

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