Capítulo 24

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[Changbin p.o.v.]

Acordo com o despertador tocando sobre a mesa de cabeceira ao lado da minha cama e desligo de qualquer forma sabendo que o modo soneca acionaria novamente em dez minutos. A intenção era dormir mais, mas em um segundo minha consciência desperta e o rosto de felix vem em minha mente causando um sentimento de ansiedade que não me deixaria dormir mais naqueles 10 sagrados minutos. Ele sorrindo pra mim, os olhos brilhando com o reflexo das luzes da rua enquanto eu me afastava do beijo que dei no canto da sua boca. Me encolho na cama e gemo de vergonha esperando não ter o deixado sem graça ou ter feito com que ele se sentisse pressionado a algo, pois ele logo mudou de assunto.

Podia estar realmente muito cedo para um beijo, já que nem ao menos tivemos um encontro e até ontem éramos meros colegas de trabalho. Mas não, não éramos apenas isso. Secretamente, já nos gostavamos e não nos viamos como colegas de trabalho mais. Mas isso não dava a mim o direito de querer quebrar a barreira do toque tão rápido.
Mas, ah... ele é tão lindo, tem os traços de um anjo, e a personalidade nem se fala.

– O que vou fazer com você, Felix? – sussurro para mim mesmo e logo ouço meu celular despertar de novo.

Acho que nunca me arrumei com tanto cuidado como hoje, me atentando para não esquecer de passar desodorante ou de pentear bem o meu cabelo. Andei pro trabalho pensando que, quando ele chegasse a tarde, eu deveria ter uma postura indiferente, quase como se ontem não tivesse acontecido. Mas isso também poderia magoá-lo! Não, eu tenho que dar atenção a ele. Mas, caso eu começasse a babar por ele, também poderia assustá-lo. Ele tem medo de amar e eu não quero que ele se assuste com minhas atitudes. No entanto, eu tenho pressa, como nunca tive com alguém antes. Tenho pressa de cuidar dele e dar o carinho que ele merece receber e mostrar como isso pode ser bom. Bem, o que eu sei sobre receber carinho? Eu realmente não recebi por muito tempo.

O que está acontecendo com você, Changbin? Por que você está tão meloso? Nunca fui assim em qualquer relacionamento em que estive. Mas, parando bem pra pensar, talvez todos meus relacionamentos tenham sido totalmente superficiais. A primeira pessoa que de fato gostei foi Chan. Eu o via como um anjo que tinha vindo para meu salvar da minha melancolia. Mas se chan era um anjo, felix era... Misericórdia, como estou nojento por esse garoto.

Entro na loja que já foi aberta por Chan e o vejo trabalhando incessantemente em seu laptop. Quando me vê ele sorri e me convida para me aproximar depressa com a mão.

– Olha a batida que eu fiz para a dança da galera! – ele disse me passando o fone de ouvido.

– Minha nossa, mas já? – digo colocando o fone no ouvido e o vendo apertar o play. Era uma obra completa faltava apenas a letra – Chan, por Deus, você dormiu?

– Dormir é pros fracos! – ele fez careta pra mim.

– Dormir é pra pessoas saudáveis!

– O que eu não sou!

– E TÁ ERRADO! – disse – Mas esse trabalho tá incrível, não tem como negar!

– Gostou mesmo? – ele sorriu satisfeito.

– Pra variar, né, Bang? O que você  faz que eu não amo?

– Verdade! É meu maior fã!

– E seu maior hater também! Vai pra casa dormir, animal! – dou um tapa em sua cabeça e vou pros fundos da loja guardar minhas coisas.

Depois de insistir, consigo convencê-lo a ir dormir enquanto cuido da loja. Fico sozinho e logo começo a arrumar todas as prateleiras que foram bagunçadas ainda ontem. A hora passa muito rápido e quando menos espero, vejo que são uma hora. Ainda não almocei, mas nem penso nisso, pois minha barriga começa a doer em pensar que já já Felix vai estar aqui. Como eu devo agir? Eu mal me planejei! Talvez eu deva ficar quieto na minha fingindo ser legal, e de vez em quando sorrir de forma sedutora. Mas eu sei sorrir de forma sedutora? Ele acharia sedutor?
No meio de meus pensamentos, desperto quando um cliente entra na loja, mas olho para a porta e noto não ser um cliente, e sim Felix. Sem querer, deixo um sorriso bobo escapar de meus lábios, mas antes que ele me note entre as prateleiras, eu abaixo meu rosto pros discos a minha frente e finjo não ter percebido sua entrada.

– Boa tarde! – ele diz me fazendo levantar a cabeça e ver que ele estava parado a minha frente, do outro lado da prateleira baixa, sorrindo.

– Oi, Felix! –  digo sorrindo de volta.

– Desculpa a demora! Mas eu nem consegui parar pra almoçar! – ele torceu a boca envergonhado.

– Ah, tudo bem! Eu também não! – disse dando de ombros.

– Você também não? – ele arregalou os olhos – Mas... vamos pedir algo então ou... – ele pegou o celular na mão e rapidamente começou a procurar por serviços de delivery me fazendo sorrir com sua preocupação.

– Eu posso pegar uma marmita pra gente aqui do lado! – disse – Se você não se importar de ficar na loja sozinho até eu voltar. Gosta de bulgogui?

– Me importo não! – ele disse voltando a me olhar e sorrindo bobo ao notar como eu o olhava – Ah, e sim, eu gosto de bulgogui!

– Ótimo! Vou buscar para nós então! – comecei a desamarrar o avental da minha cintura enquanto dava a volta na prateleira e ficava de frente para ele – Pode cuidar disso pra mim? – estendo o avental para ele que pega – Já volto! – dou um beijo em sua bochecha e saio pela porta.

Acabo de notar, na prática, que eu não preciso me planejar quando se trata de Felix. Eu acho que uma das coisas que me faz gostar tanto dele é justamente o fato de eu me sentir tão confortável em ser eu mesmo enquanto estou com ele.

[Felix p.o.v.]

Ouço o som da porta fechar e fecho meus olhos com força sentindo vergonha por como eu devia estar vermelho agora. Se pimentões falassem, olhariam pra mim e diriam "Nossa, que inveja!". Como pode ele ser tão charmoso? O sorriso, o jeito que ele anda até mim e o beijo carinhoso na bochecha. É incrível eu não ter entrado em estado líquido e ter me derretido todo até agora. Nesse momento olho pro seu avental em minha mão e noto meu dedo indicador ainda com a carinha feliz desenhada nele me lembrando de que ontem aconteceu. Tinha medo de ele agir diferente depois que fugi de beija-lo, mas ele está agindo como sempre e isso me alivia. Em pensar que fui incapaz de almoçar por estar nervoso em vê-lo depois de tudo.

– Mas o que foi isso? – desperto ao ouvir a voz de Chan e vê-lo de trás do balcão.

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