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Semanas depois

Suellen

A gente andou bancando a boa por vários dias na pista, Alvarenga deixou a gente soltar os bichos pelo tempo que todo mundo ficou separado.

Mais difícil foi unir a "equipe", Faísca ainda tava meio bolado com o ceboso e se não fosse eu pedindo muito ele não voltaria, tudo porque o bonito lá gosta de ser justo com relação às consequências dos nossos vacilos.

Hoje eu entendo o Jorge André. A gente já foi visto ficando a primeira vez, logo depois eu apareci trabalhando pra ele, um bololô do caralho.

Então, como meu "chefe" não pode passar a na minha cabeça, porque o pessoal interfere no "profissional".

Resumindo o assunto que comecei, a gente chamou a atenção pra gente e como um ótimo gestor (ironia), Alvarenga resolveu se "aposentar" até a poeira baixar.

Por enquanto vamos focar no "comércio de peças", definindo : Ele quer comprar armas pra favela e repassar algumas pros aliados por um "preço justo", vai ser tipo a revista Avon do tráfico.

Essas coisas me deixam cansada, ainda bem que tem outros dois olhando ele, vim de fininho pro carro e liguei o ar.

Esse "cansaço" tem haver com o fato de eu não ter processado muito bem o fim do meu relacionamento e com o fato de que já tem quase um mês, mas isso não fez com que o VH quisesse falar comigo.

Alvarenga - Qual foi ? Tá quieta.

Suellen - Tô a mesma merda, sei nem pra quê a preocupação

Alvarenga - Eu dormi contigo ? _ neguei _ Tá me tratando mal por causa de quê então ?

Suellen - Porque tu só me trás problema, é pica atrás de pica!

Alvarenga - Abre teu coração! _ tirou a chave da ignição e me encarou.

Suellen - Eu magoei um cara legal tentando te esquecer, agora ele tá puto comigo, quer nem olhar na minha cara, tá satisfeito ?

Alvarenga - Tô satisfeito não, se eu sou culpado tu também é, foi comigo que tu tava dormindo esse tempo todo ? _ neguei _ Então pronto, tu sempre assumiu tuas merdas, resolveu regredir logo agora ?

Suellen - E precisa me esculachar ?

Alvarenga - Tô te chamamdo pra realidade, qualquer problema que tu tem a culpa é minha porra. Tu não é mais criança não caralho, custa entender que vacilou ? Deixa o cara no canto dele, se tu ficar sufocando a raiva só vai aumentar.

Suellen - Hum!

Alvarenga - Dois! _ rebateu _ Mania feia de não gostar de ouvir a verdade...

Suellen - Tá bom Jorge André! _ ele riu e encerrou o assunto.

De alguma forma o outro tentou me recompensar, me trouxe pra um restaurante, me deixou pedir o que quisesse, mesmo tratamento pros meninos da contenção, só que eles preferiram comer rápido e ficar na atividade.

Alvarenga - Tá mais calma ?

Suellen - Não! _ fingi estar brava ainda.

Alvarenga - Vou te acalmar então! _ puxou a minha cadeira pra perto da dele e me beijou _ Te amansei, né fera !?

Suellen - Pra isso tu vai ter que comer muito arroz com feijão, bora que a gente não pode dar bobeira na pista! _ saí dos braços dele e chamei o garçom _ Tu que paga! _ ele riu e eu fui pro carro.

A volta foi tranquila, um baita "mãozão" na minha perna, esse homem é todo grande, Deus me livre!

Ia descer do carro quando ele me puxou de leve pelos cabelos e me fez voltar pra dentro. O rosto do Alvarenga encontrou o meu e nós nos beijamos, ímã purinho.

Suellen - Aqui não cara! _ ele beijou meu pescoço _ André! _ adverti manhosa.

Alvarenga - Vidro fumê cara, ninguém tá vendo nada, maior saudade de tu! _ mordeu meu ombro.

Suellen - Não,não! _ saí de cima dele e me ajeitei _ Se resolve aí, aproveita que o vidro é fumê! _ apontei pra ereção dele e saí do carro.

Ri dele pelo resto do dia, diz o bofe que tá cheio de ódio da minha cara.

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27/05/2022


Dama Periférica Onde histórias criam vida. Descubra agora