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Suellen

Eu acordei disposta a tirar a prova com o Jorge André, já tenho quase certeza da resposta, mas quero ver se ele vai ter a audácia de mentir na minha lata.

Fiz almoço enquanto minha avó cuidava das plantas dela. Arroz, feijão, churrasquinho de panela, vinagrete e cubinhos de aipim.

Liguei pro Yuri e ele logo veio almoçar com a gente, lavou a louça e eu passei pano de chão. Paraíba ficou um tempo lá  pra dentro e depois voltou de banho tomado.

Suellen - Vai na rua ?

Paraíba - Vou, quer um bonde ?

Suellen - Uhum, só vou trocar de roupa...

Subi correndo, troquei de roupa e fui de moto com ele até o portão do Alvarenga. Bofe tá dedicado ao ócio né !? Sol rachando e ele sentado no portão tomando cerveja, camisa no ombro, nem aí pra nada.

Alvarenga - Até que enfim parceira, ver rua faz bem! _ falou assim que me viu.

Suellen - Faz mesmo! _ ele apontou pra cerveja e eu neguei _ Vou te fazer uma pergunta e eu quero que tu me responda...

Alvarenga - Manda!

Suellen - Você bancou meu jumbo no tempo em que eu tive presa ?

Alvarenga - Banquei sim, junto com o advogado. _ respondeu olhando nos meus olhos.

Suellen - Hum!...

Alvarenga - Tu achou o dinheiro não foi ? _ assenti _ Senta aí! _ puxou a cadeira e eu sentei _ Eu deixei aquele dinheiro pra tu se reerguer enquanto a vida não vira pra tu, tu acha que arranjar emprego depois de ter puxado cadeia é fácil ? Não é não! Comecei novinho nessa, igual a tu e o que eu vi de mano que foi preso, saiu do movimento e voltou no mesmo pé porque a vida honesta é cruel não tá no gibi. Eu lembro direitinho daquele dia em que tu me falou com o olho brilhando que se tivesse uma segunda chance ia mudar de vida Suellen, foi pensando nisso que eu banquei a porra toda, não te falei porque eu sou sujeito homem, faço as coisas porque eu quero e não tem necessidade nenhuma de ficar abrindo a boca pra falar sobre o que eu deixo ou não de fazer! _ bebeu um gole de cerveja _ De coração ? Quero que você evolua, que recomece a tua vida e isso vale se tu ficar comigo ou não, se tu quiser fazer um curso tem o meu apoio, se precisar eu pago, sabe o por que ?

Suellen - Não! _ limpei uma lágrima que escapou.

Alvarenga - Porque eu gosto de tu, porque tu me peita desde a primeira vez que me viu, encara qualquer parada e não tem medo de nada, tu é determinada Su, não deixa essa porra pesar na tua cabeça nunca, isso não é vida pra ninguém, muito menos pra tu! _ limpou outra lágrima minha que escapou.

Suellen - Valeu mesmo, de verdade! _ abracei ele.

Alvarenga - Eu não fiz nem metade, quem batalhou mermo foi tua avó e a Fabrícia, elas merecem tua gratidão eterna! _ eu assenti e saí do abraço _ E a gente ?

Suellen - A gente o que cara pálida ?

Alvarenga - Porra, sou difícil de falar as paradas, aí tu me vem e me dá um banho de água fria !? _ falou e eu ri.

Suellen - Eu não sei...

Alvarenga - Então eu vou te ajudar a pensar! _ me deu uma aliança _ Usa a hora que tu quiser! _ falou e eu me levantei _ Mas ó !?

Suellen - Fala!

Alvarenga - A partir do momento que tiver no meu porte já era viu !? _ brincou.

Suellen - Vou pensar no teu caso! _ ele riu e eu saí andando.

Vim pra casa, fiquei encarando a aliança um tempão, só pensando no caso do outro. Cada hora ele vem com uma coisa diferente cara, esse homem é demais!

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26/06/2022

Dama Periférica Onde histórias criam vida. Descubra agora