- E a Rainha viveu feliz para todo o sempre em seu castelo.
- Eu gosto dessa história.
Hope disse se afundando ainda mais nos cobertores, as horas passaram voando e só me dei conta disso quando a coloquei na cama; Nova Orleans já começava sua agitada vida lá fora, e aqui dentro o meu coração se agitava em felicidade por pensar que, naquela noite, não seria eu lidando com os bebuns e loucos.
- No que está pensando? - Sua voz baixinha afastou meus pensamentos -.
- Nada importante, - sorri -, porque gosta dessa história?
- A minha mãe lia para mim, - ela fechou os olhos -, ainda me lembro de sua voz imitando a Rainha Genevieve.
- Sente saudade dela?
- Todos os dias, mas sei que ela está olhando por mim.
Meu coração apertou.
Por que diabos perguntei aquilo? Talvez não fosse adequado e a qualquer momento a criança pudesse entrar em um estado de histeria, bom, era algo que eu costumava fazer quando mencionava o nome dela. Bastava seu nome escapar dos lábios de alguém e eu não me aguentava, fiquei assim por mais tempo do que deveria e sinceramente, nem sei se hoje poderia ouvir seu nome sem derramar uma lágrima.
- Estou feliz por você ter vindo.
- Eu também estou muito feliz, princesa, - sorri tentando esconder os olhos marejados -, mas que tal dormir um pouco? Amanhã teremos um dia muito divertido pela frente.
- O que faremos?
- Que tal uma visita à galeria de arte, depois sorvete de menta e chocolate e filmes da Disney?
Seus olhos se abriram rapidamente e um sorriso grande surgiu em seu rosto.
- Vai ser o melhor dia de todos.
- Mas, - levantei o indicador -, precisamos dormir bastante e descansar, certo?
- Sim, - ela assentiu sorrindo -, boa noite, Cece.
- Boa noite, Hope.
Esperei uns minutinhos até ela apagar e me levantei cuidadosamente, quando estava prestes a fechar a porta senti um vulto me cobrir, tapei a minha boca com a palma da mão impedindo um grito de escapar enquanto Klaus me fitava inexpressivo, ele nada disse, apenas olhou para mim e para porta, repetiu o movimento algumas vezes antes de eu entender e sair de seu caminho.
Ele deixou um beijo na testa da filha e afagou seu cabelo, acendeu a luz da luminária e saiu do quarto em silêncio. Por um segundo, não entendi o que ele queria com aquele olhar, mas permaneci no corredor até ele voltar bufando e pedir que eu o acompanhasse.
Seu escritório era repleto de livros antigos, mesas de mogno com plantas, papéis velhos e cadernos empilhados, além de alguns artefatos que não me demorei olhando, temia que ele notasse meu interesse e passasse a me ver como uma bisbilhoteira (vulgo fofoqueira).
- Assine as últimas três páginas. - Ele me entregou uma caneta muito sofisticada, devia ser bem antiga, me pergunto qual seria a história daquela caneta e como ele a conseguiu -.
- O que é isso?
- O contrato, - ele se sentou presunçosamente em sua confortável cadeira e apoiou a mão no queixo -, se vai cuidar da minha filha deve seguir algumas regras.
- Eu posso demorar um pouco para ler tudo - precisamente sete páginas -.
- Tenho todo o tempo do mundo, Cecília. - Ele se recostou na cadeira -.
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A Babá ✦ The Originals
VampireHope precisa de uma babá. Klaus precisa de ajuda com a filha. Cecília precisa desesperadamente de um emprego novo. Que mal pode acontecer, não é mesmo? ✦ Cecília vê sua vida estagnar quando chega a Nova Orleans, então, determinada a mudar o curso de...