- Freya disse que pediu para me ver.
Klaus sussurrou da porta, seus ombros estavam caídos e sua voz pesarosa; um nó cresceu em minha garganta ao ver seu olhar abatido, não havia passado nem duas horas que chegamos em Nova Orleans e desde então ele não me dirigiu a palavra.
Antes que eu pudesse formular uma frase, Klaus disparou:
- Não posso pedir que viva por minha causa, - sua voz era fraca, tentei engolir o nó em minha garganta -, estou há duas horas repassando um discurso em minha mente, colecionando milhares de razões para que você não desista. Mas eu não posso ser a razão para você viver.
Meu queixo tremia, deixei meu corpo cair na beira da cama e ele engoliu em seco:
- Eu já passei por isso antes e, - sua voz se tornou um sussurro -, ela escolheu partir. Eu a odiei por muito tempo pela escolha que fez, mas, finalmente, entendi que ela seguiu o coração. Eu sou egoísta por querer que você viva por mim ou pela minha filha, serei mais egoísta ainda se chantagear sua escolha lhe prometendo coisas que certamente irei cumprir, mas eu quero que você fique por você.
Funguei, baixando o olhar para minhas mãos.
Klaus se sentou ao meu lado na cama.
- Se escolher viver, estarei ao seu lado, se assim desejar. Se escolher viver, quero que seja pelas suas milhares de razões, por todos os pores de sol que verá, pelos livros que ainda não leu, pelas péssimas pinturas que farei - Klaus riu de leve -.
- Adoro suas pinturas - murmurei -.
- Quero que fique pelas panquecas, pelos filmes horrorosos do Crepúsculo e talvez por Dirty Dancing, - arregalei os olhos para ele -, é, Josh me contou. Fique, se for o seu desejo, pela música de Nova Orleans. Pelo mundo que poderá conhecer e as aventuras que ainda não viveu. E se, dentre todas as milhares de razões que você escolher, eu for uma delas, eu serei o homem mais feliz do mundo.
Klaus tomou meu rosto em suas mãos, seu polegar deslizou pela minha bochecha e ele se inclinou deixando um beijo em minha testa. Segurei sua mão com força impedindo-o de sair:
- Eu sempre quis um gato chamado Senhor Felpudinho, - falei entre soluços e Klaus gargalhou -, mas eu sempre achei que teria a minha própria família, - seu sorriso desapareceu -, sempre pensei que eu teria uma casinha no subúrbio com um jardim bonito e um quintal para os meus filhos correrem. Eu pensava que, aos domingos, iríamos fazer panquecas e assistir reality shows ruins, e teríamos o dia da pizza, provavelmente na quarta-feira.
Ele fitou nossos dedos entrelaçados.
Foi a minha vez de levantar o seu rosto:
- Passei a vida achando que precisava realizar esse sonho, e mal percebi que já o tinha realizado, - seus olhos brilharam -, eu não sei o que fez comigo, Klaus Mikaelson, mas, de uma forma ou de outra, me deu tudo o que eu sempre quis.
"Josh sempre foi a minha família, mas você e Hope, - sorri -, você e Hope definem a realização desse sonho. E eu só precisei de alguns dias em um cativeiro, uma quase morte e sangue de vampiro para perceber."
Klaus gargalhou pela segunda vez naquele dia.
- Está dizendo que nos escolheu? - Ele arqueou as sobrancelhas e um sorriso travesso brilhava em seus lábios -.
- É, - assenti sorrindo -, podemos dizer que sim.
Sorrindo, Klaus me puxou para seu colo apertando cada centímetro do meu corpo enquanto o fazia, então me beijou de um jeito que, se a Lady Whistledown visse, a minha reputação estaria na lama.
- Só mais uma coisa, - falei séria -, nos últimos dias eu tive tempo suficiente para refletir sobre a minha vida e isso me fez perceber que já estive à beira da morte mais vezes do que gostaria e sempre, sempre tinha alguém para me salvar.
"Acho que está na hora de retribuir tudo o que fizeram por mim. Finalmente, posso me defender sozinha e parar de fugir. Eu só queria que soubesse que eu já tinha escolhido ficar, mas isso não anula o fato de que foi quando você passou pela porta que eu tive certeza que fiz a escolha certa."
- Eu fico feliz com a sua escolha - sussurrou -, mas eu já sabia que não ficaria só por minha causa, - sorriu -, você é teimosa por natureza, é brasileira, afinal.
Sorrindo, o beijei.
- Fiquei desolado quando você desapareceu, - Klaus disse, me afastando de seu corpo, seus dedos percorreram meu rosto -. Fazia muito tempo que não sentia isso por alguém e foi assustador perceber que eu poderia te perder a qualquer momento.
- Está dizendo que gosta de mim, Klaus? - o imitei, ele revirou os olhos -.
- Achei que minhas ações estavam bem claras, - resmungou -, até porque eu poderia ter te matado no dia em que apontou uma faca de pão para mim.
Eu ri e rodeei meus braços em seu pescoço, suas mãos estavam em minha bunda quando me afastei de repente:
- Tenho uma pergunta, - ele assentiu -, quando Victor me compeliu a lembrar de, - dei de ombros -, enfim, eu fiquei pensando...
- Se eu já usei compulsão mental em você?
- Isso.
- Não.
- Sério?
- Por que esse tom? Queria que eu tivesse usado? - Perguntou com ar divertido -.
- Não, - falei rapidamente -, claro que não.
- Porque eu acho que você está desapontada?
- Não estou, - falei rindo -, é só que... eu achei que você pudesse ter usado e me obrigado a não lembrar.
- E o que eu faria de tão horrível assim para você ter que esquecer?
- Digamos que eu poderia ter esquecido o momento mais constrangedor da minha vida, - dei de ombros -, tipo o que aconteceu no seu banheiro.
- E esquecer o melhor dia da minha vida? - berrou, eu petrifiquei e ele riu alto -. E deixar que, no dia seguinte, você não ficasse se escondendo e me evitando com suas bochechas coradas e seu coração disparado? Jamais.
- Klaus - ralhei, batendo em seu ombro -.
- Confie em mim, amor. Não há um momento em que eu gostaria que você esquecesse.
- Nem mesmo se você me usasse como escrava sexual e quisesse fingir que nada aconteceu?
- O que diabos você anda lendo? - disparou, eu dei de ombros -. Eu não sou o Kol, Cecília.
Ri alto, abraçando-o com força.
Klaus me olhava com uma curiosidade divertida, seu sorriso leve mostrava como a minha decisão estava certa. Acho que a ideia de não vê-lo mais, me aterrorizava, eu o beijei repentinamente e ele sorriu.
Ainda não admitiria isso em voz alta, mas eu começava a amar Klaus Mikaelson.
❤ <3 ❤ <3 ❤ <3 ❤ <3
OIII MEUS AMORES ❤
Demorou, mas saiuuuu!!!
O capítulo 17 foi escrito ao som de "Where's my love" do SYML e ai gente, meu coraçãooo ❤ Esse capítulo foi um pouquinho mais tranquilo e fofo pra compensar a bagaceira dos anteriores e pra distrair pro que estar por vir MUAHAHAHAHA.
Espero que vocês gostem ❤❤
E OBRIGADAAAAA!!! Todo o reconhecimento, todo o carinho, todo o amor, MEU DEUS, VOCÊS SÃO INCRÍVEIS ❤❤❤
- Nos vemos amanhã ❤
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A Babá ✦ The Originals
VampireHope precisa de uma babá. Klaus precisa de ajuda com a filha. Cecília precisa desesperadamente de um emprego novo. Que mal pode acontecer, não é mesmo? ✦ Cecília vê sua vida estagnar quando chega a Nova Orleans, então, determinada a mudar o curso de...