Eu senti o meu corpo arquear quando a adaga rasgou a minha pele em direção ao meu coração, foi apenas um piscar de olhos e eu quase podia sentir o cheiro podre da morte. Outro piscar de olhos, tão desesperadamente lento que mal acreditei ser real, o tempo inexistia, mas Klaus estava lá.
O rosto tomado por fúria, a feição bestial de híbrido rosnando para Finn que o encarava de volta como se pudesse vencer aquela batalha, mas Klaus segurava tão firmemente o braço do irmão que eu sentia a lâmina tremendo dentro de mim, um centímetro e eu estaria morta.
Klaus a puxou e Finn resistiu, o tecido cicatrizado da minha pele se rasgando novamente, gemi, foi o bastante para que o tempo voltasse ao curso natural e Klaus a arrancasse de dentro de mim, cortando a garganta de Finn no mesmo instante – ele teve a atenção desviada e Finn desapareceu levando a adaga com ele.
Klaus não disse nada, apenas me acolheu em um abraço protetor e apoiou o queixo em minha cabeça, minhas mãos trêmulas segurando sua blusa. Ele perguntou se eu estava bem, a voz um sussurro, e eu só pude assentir:
– Não era bem isso que eu esperava – murmurou Freya se levantando –.
– Estão todos bem? – Klaus perguntou –.
Freya assentiu e ajudou Rebekah a se levantar:
– O que acabou de acontecer aqui? – esbravejou –.
– Não esperávamos que Cora viesse ajudá-los, foi um descuido que deveríamos ter considerado – Elijah flexionou o pescoço –.
Tudo ao nosso redor estava normal de novo, nada de sombras ou monstros de pesadelo pairando sobre nós – Finn, Henrik e Cora estavam fora de vista, mas ainda tinha o frio serpenteando a minha pele, o desconforto no fundo da garganta, a sensação estranha que senti um bom tempo atrás:
– Achei de verdade que isso ia funcionar – murmurei e Klaus suspirou me apertando em seus braços –.
– E pensar que isso foi apenas uma pequena amostra do que ela é capaz – murmurou Aslin –.
Ela estava de joelhos com as mãos espalmadas no chão, encharcada como se estivesse saído de um mergulho, suas roupas grudando no corpo e seus cabelos pingando no chão formando uma poça de água ao seu redor. Seu olhar pousou diretamente em mim e o desconforto só aumentou:
– Você está bem? – perguntou Elijah ao se abaixar na altura dela –.
– O que ela fez com você? – foi a vez de Rebekah –.
– Não foi nada, estou bem – deu um sorriso sem ânimo –.
Elijah a ajudou a levantar e a cobriu com o seu blazer. Aslin ainda me olhava e a sensação angustiante me cercou, parecia que era o fim do caminho e não havia mais nada que pudéssemos fazer, mesmo assim eu sentia que Aslin sabia mais do que gostaria de compartilhar com o grupo e eu teria que descobrir.
Levamos um tempo para nos recompor e deixarmos o local para trás. O silêncio nos acompanhou até chegarmos em casa, notei que tínhamos o mesmo olhar derrotado de quando tivemos a primeira conversa com Finn e Henrik. O sentimento desolador de que perdemos mais uma batalha, mas dessa vez havíamos perdido mesmo.
[...]
Naquela noite, tomei um banho demorado para aliviar a tensão do meu corpo, mas não melhorou em nada. Eu me deitei ao lado de Klaus, o abraçando e deixando o seu cheiro pós-banho invadir os meus pulmões e afastar o cheiro podre que ainda sentia sempre que respirava fundo.
Olhei por cima do seu ombro e Hope dormia tranquilamente em nossa cama – ele acariciava o rosto dela com tanta delicadeza que parecia que podia quebrá-la –, seu olhar era distante.
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A Babá ✦ The Originals
VampireHope precisa de uma babá. Klaus precisa de ajuda com a filha. Cecília precisa desesperadamente de um emprego novo. Que mal pode acontecer, não é mesmo? ✦ Cecília vê sua vida estagnar quando chega a Nova Orleans, então, determinada a mudar o curso de...