Capítulo 50

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- Você está deslumbrante.

Sua voz me arrepia, sinto suas mãos em minha cintura e eu me afasto do guarda corpo da varanda e encosto minha cabeça em seu peito. Lá embaixo, Rebekah ordena os últimos preparativos para o baile, mas não escuto sua voz.

Olho em volta, alguns vampiros leais a Marcel estão montando guarda por aí, enquanto aproveitamos a frágil sensação de paz que criamos.

- Cece, você-

- Klaus, por favor - minha voz é trêmula -, vamos só fingir que está tudo bem.

- Amor, direi quantas vezes for necessário, não precisa fazer isso.

- Eu quero fazer - tentei soar decidida -.

- Pode ser qualquer um de nós, não tem que ser você - suas mãos me apertaram mais -.

- Aslin disse que nossas chances são melhores se eu fizer isso, não vocês.

- E se você morrer?

- Querido, é a nossa única chance de vencer.

- Eu não vou permitir - sua voz era magoada -.

- Não pedi a sua permissão - sussurrei, lágrimas borrando a maquiagem -.

A angústia me consumia, me virei para Klaus e, fitando seus olhos, perdi a força que fingia ter. Eu queria chorar e espernear em seus braços, dizer o quanto eu estava odiando aquele plano e o quanto temia a certeza da minha morte, mas não disse nada e não precisei, pois eu via em seu olhar que ele entendia:

- Não faça isso - pediu -.

- Eu te amo - sussurrei contra seus lábios -.

- Eu imploro que não o faça, Cecília - sussurrou melancólico -.

Eu queria jurar que tudo ficaria bem e gostaria de que Klaus fizesse a mesma promessa, mas eu sabia que não podíamos dizer isso - o abracei inspirando profundamente o seu cheiro e senti cada pedacinho vibrar pelo amor que compartilhamos:

- Você foi a melhor coisa que aconteceu comigo, Klaus Mikaelson - beijei seu pescoço, sua mão subia e descia em minhas costas -.

-Vamos fugir - propôs, ri soprado -, estou falando sério, fizemos isso por muitas décadas para nos esconder do nosso pai, não há problema em fazer de novo, contanto que estejamos juntos.

O jazz suave começou a tocar no andar de baixo, os primeiros convidados começaram a surgir no meio do salão usando trajes brancos, como pedido no convite. Espiei no celular e estava quase na hora de encontrar Rebekah no salão dos fundos:

- Não quero fugir dessa vez, amor - segurei suas mãos -, eu não tive muito controle das merdas que aconteceram em minha vida, mas quero que seja diferente agora. Por favor, me deixe tomar essa decisão sozinha.

- Não.

- Não? - cruzei os braços -.

- Você está pedindo para que eu a deixe morrer, Cecília. Não posso aceitar isso.

- Eu bem me lembro de uma conversa que tivemos anos atrás, quando você me deixou escolher ficar ou não - murmurei -.

- Tudo era diferente - ralhou -, você não era a minha esposa e mãe da minha filha.

- É justamente por isso que estou tomando essa decisão, você não entende? Vocês ficarão seguros - tomei fôlego -, me dói muito fazer isso, não quero que a Hope perca outra mãe e nem que você fique sozinho, mas se é o único jeito, eu o farei.

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