As inúmeras cartas escritas para Caroline Forbes estavam guardadas em uma caixa no fundo do meu armário. Não me julgue, ninguém se controla ao ver uma carta de amor escrita pelo amor da sua vida para alguém que você não conhece.
Quem nunca cometeu o crime de invasão de privacidade só por uma boa fofoca que atire a primeira pedra. Só esqueceram de me avisar que "quem procura, acha" é sutil como uma bola de boliche esmagando seu coração repetidas vezes no chão.
Eu nunca me considerei uma pessoa ciumenta, até perceber que todas estavam intituladas "Inesquecível, Caroline" e toda a minha vida se resumir ao simples fato de que alguém tomou o seu coração de forma que eu nunca poderia.
As cartas não foram enviadas, seguiam datas consistentes com exceção de uma ou outra que não estava lá. A vontade de descobrir o que ele havia escrito e quem era a destinatária me fazia perder noites e noites acordada, vagando pela cidade como uma maluca.
- Klaus amou pouquíssimas mulheres em toda a sua existência - disse Rebekah, naquela noite, após as panquecas e a vergonhosa situação -, Caroline foi uma delas.
- Animador - murmurei, empurrando a caixa de cartas para ela -.
- Achei que você precisava saber - ela sentou na ponta da cama - que ela não retribuiu aos sentimentos de Klaus.
Não consegui responder.
- Ela é bonita? - perguntei, me sentindo uma completa idiota -.
- Linda.
- Porque ela não ficou com o Klaus?
- Ela era muito jovem, - deu de ombros -, se apaixonou por outra pessoa, e tinha os amigos insuportáveis. Vai saber.
- "Inesquecível, Caroline" - li para ela, Rebekah revirou os olhos -, o que foi?
- Vocês duas são parecidas, foram as únicas a enfrentar a ira de Klaus e viver para contar a história, - ela riu de leve -, acho que ele gostou de você por isso.
- Essa é a sua tentativa de me deixar melhor? Porque parece que eu sou o prêmio de consolação por ele não ter conseguido a "Inesquecível, Caroline".
- Você sabe que não é verdade, - ela suspirou -, vocês têm personalidades parecidas, mas a semelhança acaba aí. Quando as coisas ficaram difíceis, Caroline sempre escolheu os amigos. Quando as coisas ficaram difíceis, você escolheu a Hope.
Dei um meio sorriso. Rebekah vasculhou a caixa e jogou uma delas no meu colo.
- A última carta que ele escreveu, - falei, ela assentiu -, e daí?
- Olhe a data. Foi na semana que você chegou aqui.
- Eu não tinha visto - sussurrei, me sentia estúpida -, Klaus parou de escrever cartas para Caroline assim que me conheceu?
- Nick tem todos os defeitos do mundo e eu poderia listá-los para você, mas eu sei que quando ele se apaixona e ama alguém, ele faz qualquer coisa para vê-la feliz.
- Como ele fez por mim esse tempo todo - murmurei -.
- Exatamente.
- Eu não tive relacionamentos bons, - falei -, na verdade, eu nunca tive um modelo de relação saudável para seguir, e acho que isso me deixou insegura quanto ao Klaus.
- Está tudo bem, Cece - ela me abraçou de lado -, às vezes, precisamos ter medo de perder quem amamos só para nos darmos conta de como temos sorte por tê-las.
Assenti, encarando a última carta em minhas mãos. Não a li, e não irei. Rebekah suspirou pesadamente, o silêncio parecia incomodá-la:
- Posso fazer uma pergunta?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Babá ✦ The Originals
VampireHope precisa de uma babá. Klaus precisa de ajuda com a filha. Cecília precisa desesperadamente de um emprego novo. Que mal pode acontecer, não é mesmo? ✦ Cecília vê sua vida estagnar quando chega a Nova Orleans, então, determinada a mudar o curso de...