Capítulo 24

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O cheiro de panquecas inundava o lugar, eu podia jurar que o meu estômago roncou alto implorando pela massa fofinha mergulhada em uma deliciosa calda. Minha boca salivou com a ideia e não contive o sorriso em meu rosto quando pulei da cama e corri até a porta. Segurando com força a maçaneta eu me detive.

Por um milésimo de segundo, achei que estava viva.

Quer dizer, eu estou viva, mas não viva viva. Deu para entender?

Durante esse milésimo de segundo achei ter ouvido minha barriga roncar, minha boca salivar com a ideia de comida humana, meu corpo cheio de felicidade genuína por uma simples panqueca. E um milésimo de segundo depois, me dei conta que isso nunca mais aconteceria.

Dá para imaginar como isso é estranho? Pensar que, há um tempo, eu estava lutando para pagar as contas e agora sou uma criatura imortal. Eu posso ter absolutamente tudo o que eu quiser em um piscar de olhos, mas não tenho a única coisa de que mais gostava quando era humana. Comer.

Respirei fundo e afastei os pensamentos idiotas.

Êêêhh!! Felicidade.

Me deparei com Hope se servindo de uma porção gigantesca de panquecas, enquanto Klaus se aproximava com mais um prato de panquecas quentinhas:

– Não era para você vir agora, – reclamou, mas sorria –, está tudo meio bagunçado. Era para ser uma surpresa.

– Surpresa! – Hope riu jogando os braços para cima –.

– Uau! Ver Klaus Mikaelson de avental de bolinhas e luvas de forno segurando um prato de panquecas já valeu a surpresa.

Gargalhei e ele me fuzilou com o olhar, suavizando a expressão quando Hope riu.

– Exigências da chefe, – apontou para Hope que deu de ombros –, mas achei que ia gostar do visual.

– Ah, eu AMEI. – Peguei discretamente o meu celular e tirei uma foto –. Você não tem ideia do quanto amei.

Fui saindo de fininho para enviar a foto e Klaus estava em minha frente – sem o avental –.

– Você tirou uma foto?

– Não, – eu ri escondendo o celular –, jamais faria isso.

– Deixa eu ver, – tentou pegar –, Cece, me dá o celular.

– Eu não tirei foto alguma, – gargalhei –, só estava olhando o meu celular.

– Cece, – soou ameaçador, dei um beijinho em seus lábios –, sabe que posso obrigar você a me dar isso, não é?

– Sei. Mas não pode obrigar ela.

Hope saia discretamente da sala com o meu celular em mãos, quando viu que sua presença foi notada ela deu um grito estridente e saiu correndo como se sua vida dependesse disso. Klaus soltou uma respiração dramática, um sorriso grande marcando sua covinha:

– Eu só enviei a foto para a Rebekah, – falei sorrindo –, e talvez o Elijah.

– Você é uma péssima influência para nossa filha.

Ele saiu calmamente da sala, como se não tivesse largado uma bomba atômica bem na minha cara. Eu nem sei quanto tempo demorou, mas logo ele estava de volta com Hope no ombro esquerdo gritando e gargalhando, Klaus exibia sua expressão mais ameaçadora possível – um sinal de que eu seria a próxima vítima –.

Quando ele colocou Hope no chão, eu o abracei com força. Afundei meu rosto em seu pescoço e respirei fundo, trêmula e frágil, Hope se apertou em meio ao nosso abraço e eu lutei para não chorar – céus, ele realmente disse isso?

A Babá ✦ The OriginalsOnde histórias criam vida. Descubra agora