Capítulo 35

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Sinto seus dedos acariciando meu cabelo. O cheiro de café da manhã no ar, posso até ouvir a melodia familiar que só Nova Orleans tem – sorrio. Sua mão se afasta do meu cabelo traçando um caminho pela minha bochecha e o rosto que vejo quando abro os olhos faz o meu coração acelerar.

– Klaus!

Me jogo contra o seu corpo e afundo o meu rosto na curva de seu pescoço, meus olhos ardem e a minha garganta queima, me aperto mais e mais em seus braços – ouço sua risada baixinha e seus dedos voltam a afagar meu cabelo, a outra mão acariciando minhas costas. O encaro memorizando cada cantinho do seu rosto antes de beijá-lo:

– É você mesmo, meu Deus, achei que nunca fosse te ver novamente.

– Você está segura, meu amor.

Me afastei bruscamente:

– Onde está a Hope? Por favor, por favor me diga que ela está bem – minha voz saiu desesperada –.

– Ela está muito preocupada com você – ele afastou o cabelo do meu rosto –, todos estão.

– Os últimos dias têm sido um inferno – chorei –, eu a vi morrer, Klaus. Eu a vi morrer e não pude fazer nada.

Uma expressão sôfrega tomou seu rosto, ele deu um meio sorriso:

– Hope está bem. Está tudo bem agora, amor – me assegurou –.

– Como conseguiu me encontrar?

– Não fui eu – a tristeza tomou seus olhos de novo –. Um velho amigo te encontrou e trouxe você para casa.

Fiquei em silêncio, eu me lembrava apenas do rosto borrado.

– Me perdoe por não ter te encontrado – sussurrou –, tentamos de tudo, Cecília, mas parecia que você não... existia.

– Como se eu estivesse fora do radar – comentei, triste –.

Klaus assentiu, seu polegar enxugando as poucas lágrimas que restaram.

– Como você está?

– Bem – sorri –. Podemos ir embora daqui?

– Claro, mas você vai precisar disso aqui.

Ele puxou uma caixinha do bolso do casaco, estreitei os olhos contendo o sorriso. Eu amo presentes, fazer o quê. Era um lindo anel prateado com uma pedra azul no meio, fiquei boquiaberta, o mesmo anel que Klaus usava:

– Considerando que os seus anéis foram tomados de você – ele o colocou em meu dedo –, achei que iria gostar de usar o anel da família Mikaelson, já que você é uma de nós.

Fiz um biquinho.

– Klaus, é lindo – murmurei –, mal posso esperar para ser oficialmente a "Senhora Mikaelson".

– Não seja por isso, Kol pode nos casar no fim da tarde.

– O quê? Aquele filho da mãe poderia ter nos casado esse tempo todo e nunca me contou?

– Você não descobriu isso através de mim – ele ergueu as mãos em rendição –.

Eu ri e selei nossos lábios, uma batidinha na porta nos atrapalhou:

– Venha, – Klaus se levantou e estendeu a mão para mim –, antes de irmos para casa, você precisa conhecer o seu salvador.

O meu salvador estava sentado como um Deus em uma poltrona de couro – ele bebia sangue diretamente de uma taça e conversava energicamente com Aslin, seus olhos pousaram em Klaus primeiro e depois se fixaram em mim. Ele se levantou no mesmo instante:

A Babá ✦ The OriginalsOnde histórias criam vida. Descubra agora