Klaus estava furioso. O seu monólogo sobre os perigos em que eu me coloquei ontem a noite durou quase meia hora, uma veia pulsava em seu pescoço e ele andava de um lado para outro. Kol e eu estávamos sentados no sofá encarando o chão fingindo arrependimento, pois eu sabia que nós dois estávamos prendendo o riso com toda a força que tínhamos, apenas um olhar e tudo estaria acabado, meu enterro seria às 16 horas e Kol ficaria em um caixão por décadas ou séculos. Provavelmente séculos.
Kol me olhou de relance, travei prendendo a minha respiração. Na noite passada fizemos uma competição para ver qual de nós dois faria a melhor imitação de Klaus – ele ganhou. A cena não saia da minha cabeça, ainda mais com Klaus fazendo exatamente o que Kol havia encenado ontem – uma risadinha nervosa escapou dos lábios de Kol:
– Do que está rindo? – perguntou entredentes –.
– Irmão, qual é. Você age como se a Cece fosse uma criança, ela não é a Hope.
Klaus o lançou contra uma parede de concreto segurando-o com firmeza pelo casaco. Kol sorriu, o tipo de sorriso que fazia os pássaros voarem para longe pressentindo a desgraça que viria a seguir, minhas mãos tremiam.
– Só estávamos nos divertindo, – respondeu sorrindo –, ela precisava de um ombro amigo e eu estava lá.
Klaus o socou no rosto, sangue escorria dos lábios rachados de Kol segundos antes de cicatrizarem. Kol o chutou no joelho, pude ouvir os ossos quebrando, um grito escapou de minha boca – logo estavam aos socos novamente.
– Parem com isso, – minha voz estava trêmula –, parem.
As lembranças da minha infância atingiram-me como um soco. Os abusos, as brigas, as discussões e toda a violência que enterrei bem fundo em minha mente voltando para me assombrar. Eu estava tonta.
– KLAUS, CHEGA! – Gritei –.
– Fique fora disso – rosnou sem me encarar –. Acha mesmo que eu confiaria a minha noiva aos seus cuidados? De todos, logo você, Kol?
– Ah, é?! Engraçado você dizer isso, porque de todos eu seria o único que nunca roubaria uma garota de você, não como Elijah fez–
Kol ficou em silêncio, um som abafado saindo de sua boca. Meu estômago revirou ao ver um pedaço de ferro atravessando o seu tórax, ele que caiu de joelhos cuspindo sangue, empurrei Klaus do caminho e segurei seus ombros:
– O que eu faço? – perguntei agitada, Kol grunhiu –. No três. Um... Dois, – arranquei a barra de ferro, ele gritou –.
– O que aconteceu com o "três"? – se jogou no chão –.
– Vai ficar do lado desse maníaco?
– "Maníaco" – bufei – é sério isso, Niklaus?
– Você não o conhece, – desdenhou –, Kol é completamente autodestrutivo, não imagina o que ele faria com você se tivesse a chance.
– Eu mandei parar, Klaus – o empurrei contra a parede, sua expressão estava assustada –.
– O que deu em você? Uma noite com o Kol e você se vira contra mim?
– Quer saber, eu acho que você está sendo um completo idiota, – o empurrei –, Kol me ajudou ontem a noite porque tive uma puta crise de ansiedade. Você saberia se prestasse mais atenção. Constantemente, eu me sinto horrível, Klaus, eu... eu estou me afogando. Me sinto fraca. E ontem foi a primeira vez em muito tempo que me senti viva de verdade.
Klaus se calou, em seu olhar reconheci a mágoa.
– Porque nunca me ensinou a ser uma vampira? Eu não pedi isso, Klaus. Eu não queria essa maldição para mim, mas cá estamos, o mínimo que deveria ter feito era me ensinar a lidar com isso. Não me ensinou a lutar ou me defender, a compelir ou a caçar. Em parte, eu concordo com Kol, você me trata como uma criança – suspirei –, eu me sinto completamente inútil, bem mais do que quando eu era humana. Eu odeio sentir tudo com intensidade descontrolada e não ter em quem me apoiar porque eu acho que a única pessoa que poderia me ajudar, NÃO ESTÁ AQUI – passei as mãos nos cabelos –. Me dói pensar o quanto odeio tudo isso.
– Não – não era o que você queria?
– Se eu tivesse a chance de escolher, – um nó formou-se em minha garganta –, o que eu não tive, mas se tivesse eu não escolheria me transformar. Olhe o tanto de sofrimento que nos cerca, eu matei a irmã do Aiden e ele se foi com o Josh para sempre, eu sinto medo o tempo todo de que algo aconteça e eu perca vocês. Eu tenho medo de acabar sozinha e arrependida ou pior, da Hope acabar sozinha.
Meus joelhos bateram no chão, soluços irrompiam de minha garganta e eu senti o desespero de ontem a noite me cercando como um lobo. Olhei para cima e Klaus tinha um papel em mãos:
– Esse é o seu contrato – ele o rasgou –, pode ir embora. De agora em diante, não quero que se arrependa de nada.
Ele se virou, meu sangue fervia, arranquei o meu sapato e arremessei nas costas dele:
– Seu idiota! Egoísta, narcisista do caralho – esbravejei –. Eu não quero que as coisas sejam assim, seu palhaço, eu quero que você compreenda a minha frustração.
– Me diga exatamente o que quer de mim? – ele segurou meus ombros –.
– Quero que você entenda a situação completa e não a parte mais insignificante dela – ralhei –. Entenda e me apoie, por favor, é isso que estou pedindo.
Klaus estava calado.
– Não liguem para mim – disse Kol se levantando com cuidado –, eu me viro. Está tudo bem.
– Sabe que eu fiz tudo isso por amor, não é?
– Você fez tudo por amor – murmurei, ele assentiu –, é algo que temos em comum, Klaus, eu também fiz tudo por amor à Hope e faria de novo, por ela.
Deixei-o sozinho, Klaus agarrou o meu cotovelo e me puxou contra seu peito. Seus olhos claros escureceram, estávamos ambos nervosos e irritados, travando uma batalha silenciosa de poder. Ele abaixou o olhar. Eu venci. Suas mãos pressionaram minha cintura e eu puxei seus cabelos guiando sua boca em direção à minha. Ele quebrou o silêncio:
– Sinto muito.
– Eu também.
– Estamos bem?
– É. Estamos.
– Prometo cuidar melhor de você – sussurrou –. Farei o que você quiser, só precisa me dizer e eu farei.
– Eu amo você.
– Eu também te amo, Cece.
– Ainda estou com muita raiva – acariciei seu queixo –, pode me ajudar com isso?
– Seu pedido é uma ordem, futura senhora Mikaelson.
– Você pode me chamar de "minha noiva" de novo? É muito sexy.
– Minha noiva, – ele me deu um selinho –, minha noiva, – outro selinho –, minha noiva – seu beijo foi intenso –.
<3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3
Oii gente, tudo bem?
Espero que gostem desse capítulo, vou tentar postar mais durante a semana (espero conseguir) e em breve respondo os comentários de tooodo mundo <3 estou numa correria horrível.
Aproveitem o capítulo, um beijão <3
AH, eu fiz um tiktok para postar algumas coisas da fic (divulgar também) e aos poucos vou pegando o jeito de edição, encontrando meu 'tom' de postagem e tal, mas se quiserem acompanhar é 9inthedisco ou podem ir pelo link externo pode ser um jeito legal de mantermos contato, conversar, mandar memes, e etc.
Agora sim, um beijo.
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A Babá ✦ The Originals
VampireHope precisa de uma babá. Klaus precisa de ajuda com a filha. Cecília precisa desesperadamente de um emprego novo. Que mal pode acontecer, não é mesmo? ✦ Cecília vê sua vida estagnar quando chega a Nova Orleans, então, determinada a mudar o curso de...