Capítulo 15

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De repente, eu estava correndo pelos corredores vazios.

Luzes amareladas piscavam denunciando o mau contato na rede elétrica. Canos expostos gotejavam e onde há pouco estava cheio de pessoas - agora se encontrava vazio, completamente vazio, como se nenhuma alma viva ousasse pisar naquele lugar.

Um fio de suor escorria pelo meu rosto, enquanto os rosnados pareciam cada vez mais altos, aterrorizada por alguma criatura me seguindo nas sombras eu corri como se minha vida dependesse disso - e dependia. Meu braço estava sangrando quando entrei por uma porta do enorme labirinto de corredores em azulejo branco, fechei-a e o barulho cessou.

Não havia rosnados, nem pisadas e nem mesmo o machucado em meu braço.

Gritei ao sentir uma mão no meu ombro e meu corpo relaxou de uma forma que eu gostaria de chorar, Klaus tinha preocupação em seus olhos e um sorriso compreensível nos lábios, me atirei em seus braços e ele não hesitou em me abraçar com força:

- Eu estou aqui - falou contra o meu pescoço -, está tudo bem agora.

- Não deveria, - disparei, empurrando-o o suficiente para encará-lo, mas sem romper o nosso abraço -, é uma armadilha, Klaus.

- Eu sei, - ele sorriu -, mas não achou que eu a deixaria aqui, não é? Não sabe como é difícil encontrar uma babá para Hope - brincou com um sorrisinho no rosto e dei-lhe um tapa de leve -.

- Estou tão feliz por vê-lo aqui.

E como um clique soando em minha mente, eu sorri, me afastei o suficiente para minha mão escorregar pelas minhas costas e apertar o metal frio da faca de caçador:

- Agora, Klaus, eu vou ter que te matar.

Em uma velocidade que nem mesmo eu achei ser possível, apunhalei-o com uma faca banhada de acônito e verbena, bem no meio de suas costelas retirando-a rapidamente e me preparando para atingir seu rosto, Klaus esquivou e em um piscar de olhos estava do outro lado da sala. Ele xingou – não pela dor, é claro, aquilo não era nada para um original, mas porque, acredito eu, ele quase se entregou ao impulso de me machucar.

Avancei confiante em sua direção, a faca dançava entre meus dedos e quando tentei atingi-lo ele desviou sem esforço, mas eu continuava firme ao seu lado investindo em cortes pequenos em seu rosto que arrancavam pequenos xingamentos ou resmungos dele.

Klaus bufou, apenas desviando das minhas investidas com a fada e chutes que poderiam muito bem desestabilizar um vampiro comum, mas ele não era um vampiro comum. O cheiro de remédio me fez parar um segundo, os canos expostos nas paredes explodiram espalhando água por toda a sala, distraído pelo acontecimento o chutei no estômago fazendo-o se desequilibrar e cair direto na água acumulada no piso, ele gritou.

O cheiro de remédio que tanto senti nos últimos dias era uma mistura de acônito e verbena. Hesitei um segundo, antes de lançar a faca em seu peito acertando-o no coração. Ele gritou irritado, seu rosto queimado pelas ervas, logo estava intacto. Dava para sentir a raiva dele espalhando-se pela sala:

- Cece, eu não vou te machucar - falou em tom irritado -, podemos ficar assim a noite inteira e ainda não vou te machucar.

- Um de nós precisa morrer, - acertei-o com meu joelho, mas ele bloqueou o golpe -, me mate!

Havia desespero em minha voz. Klaus me agarrou por trás, esquivando-se de uma facada no pescoço, bateu meu corpo contra uma parede pressionando o meu rosto contra o azulejo frio, suas mãos pressionavam meus punhos e bastou uma pancada para que eu soltasse a faca. Minha respiração ofegante se misturando à dele enquanto Klaus apoiava o rosto no meu ombro:

A Babá ✦ The OriginalsOnde histórias criam vida. Descubra agora