Minhas mãos apertaram a barra do meu vestido, estavam suadas e meus dedos se entrelaçaram e soltaram em uma representação nada discreta da minha ansiedade. Busquei por ele na multidão e mal via seus rostos – porque estávamos fazendo isso? Céus, as borboletas no meu estômago, o tremor de leve nos lábios, eu odiava tudo isso.
Quando seus olhos encontraram os meus foi como se nada nunca tivesse me preocupado, as borboletas se acalmaram e meus dedos se soltaram uns dos outros, um sorriso enorme puxou meus lábios e era como ser atingida por uma onda de calmaria:
- Boa noite, - disse educadamente -, posso me sentar?
- C-Claro - foi o que consegui responder -.
- Você está linda, - elogiou o meu vestido e senti meu coração voltar a pulsar -, muito, muito linda.
- Klaus, - sorri envergonhada -, porque estamos fazendo isso?
- Perdoe-me a minha educação, me chamo Klaus Mikaelson. Você deve ser a Cecília, ouvi maravilhas sobre você.
- Muito prazer, - ri soprado me entregando a brincadeira -, porque estamos fazendo isso? - Arqueei a sobrancelha e ele pediu ao garçom um vinho caro -.
- Porque, minha querida, nós precisamos de um recomeço.
- Não vamos falar do que aconteceu?
- Só se você precisar falar sobre isso, - deu um meio sorriso -, ao contrário nós iremos ter um jantar incrivelmente romântico e eu vou te acompanhar até o seu apartamento, - ele segurou a minha mão -, deixar um beijo em sua mão e irei embora, pois sou um cavalheiro.
- Poxa, - fiz um biquinho -, poderia beijar mais do que a minha mão hoje.
Ele arregalou os olhos, o garçom – o qual tinha acabado de chegar com o vinho e eu nem notei a presença – nos fitou de relance e se afastou tão rápido que nem quis saber dos nossos pedidos. Klaus gargalhou e eu o acompanhei.
- Ah, que vergonha - falei rindo -.
- Fico feliz em saber suas intenções comigo, - ele bebericou o vinho -, você está bem?
E mal percebi que acariciava o ombro onde a marca estava há pouco.
- Sim, - sorri rapidamente -, estou bem. É só que... é estranho.
- Me conte - pediu em um suspiro -.
- É como se eu ainda estivesse presa naquele espelho sabe, - sussurrei -, eu vejo tudo o que o meu outro eu está fazendo, e não é o meu outro eu, sou eu, mas... a minha garganta dói de tanto gritar, mas não há nada que eu possa fazer. Sinto o frio pela minha coluna e a serpente se movendo em minha garganta, é tudo muito... recente para fingir que nada aconteceu.
- Eu sinto muito - murmurou -, eu devia ter esperado mais. Elijah disse que era muito cedo e eu não ouvi.
- Está tudo bem, precisamos recomeçar - falei sorrindo -, fazer do jeito certo agora.
- Então, uma seita, não é? - Disse com um ar divertido -, me conte mais sobre isso.
Eu ri, apertei sua mão e compartilhei minhas dores.
- Quer saber, - falei bebericando o vinho -, me conte sobre você. Não vamos falar sobre isso hoje.
- Por onde começo? Sou um vampiro imortal e-
- Ah, tipo Crepúsculo?! - Perguntei inocentemente e ele travou o maxilar -.
[...]
O cheiro de café inundava o apartamento.
Abri a porta sentindo o meu coração palpitar com força – se ele ainda batesse, mas, bom, deu para entender. Como prometido, Klaus havia deixado um beijo em minha mão e se foi, me deixando completamente embriagada de desejo.
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A Babá ✦ The Originals
VampireHope precisa de uma babá. Klaus precisa de ajuda com a filha. Cecília precisa desesperadamente de um emprego novo. Que mal pode acontecer, não é mesmo? ✦ Cecília vê sua vida estagnar quando chega a Nova Orleans, então, determinada a mudar o curso de...