Afundei o garfo em mais um pedaço delicioso de bolo de chocolate enquanto o ouvia explicar seus livros favoritos e o que faziam destes os seus favoritos, havia uma nostalgia em seus olhos enquanto comentava o seu primeiro contato com "O Grande Gatsby", livro que tínhamos em comum, o jeito que mencionava Fitzgerald como se fosse um velho amigo com muitas lembranças confortáveis, por um segundo, o invejei.
Era divertido vê-lo ouvir atentamente enquanto eu fazia uma pequena lavagem cerebral para ele ler "O Visconde que me amava", longe de fazer o seu estilo, não quando sua mente estava presa em Hemingway e Conrad, mas ele parecia fazer um esforço para me levar a sério ou então estava mesmo interessado nas façanhas de Anthony Bridgerton e sua busca por uma esposa que não lhe desse trabalho, acho que a primeira opção era mais plausível.
- O que a convenceu de trabalhar para o meu irmão? Desculpe, mas é uma questão que está me inquietando.
- Bom, quando não se tem mil anos, uma conta bancária invejável e experiências que chegam a ser entediantes, não nos resta muitas escolhas. - Ele pareceu não se ofender, pois sorriu -.
- Interessante.
- Quando chegou à Nova Orleans? Ouvi dizer que estava fora da cidade.
- Eu acabei de chegar, na verdade - seu indicador parou em seus lábios -, se pudesse escolher entre um dos três pilares que citou, qual escolheria?
- Vamos brincar disso agora? Tudo bem, eu ficaria, sem pensar duas vezes, com a conta bancária invejável.
- E por quê?
- Em toda a minha vida eu tive que ralar muito para ter alguma coisa e na maioria das vezes eu só conseguia o bastante para comer, - mordi o lábio inferior e senti minha perna esquerda bater contra o chão -, então, ter dinheiro seria incrível.
- Então, no fim das contas, é tudo pelo dinheiro?
- Sim.
- Estaria disposta a sumir de Nova Orleans e desaparecer para sempre se eu lhes oferecer o dobro do que ganharia em um ano trabalhando para o Niklaus?
- O quê? Por que está perguntando isso?
- Sim ou não, Cecília?
- A Hope ficaria sozinha.
- Ela tem a família e não estaria sozinha.
- De qualquer forma, sozinha.
- Isso é um "não"?
- Eu preciso ir trabalhar, senhor Mikaelson - me levantei em um pulo e me virei para ir embora -, o que você faz aqui, Klaus?
- Me assegurando de que não vai virar as costas para minha filha na primeira oportunidade, - ele sorriu sem mostrar os dentes -, parabéns, passou no teste.
"Parabéns, Cecília, passou no teste" sua voz ruidosa ecoou em meus ouvidos, estremeci sentindo um arrepio em minha coluna. Se eu fechasse os olhos, poderia vê-lo atrás de mim com suas mãos imundas em meus ombros.
- Cecília? - Elijah chamou -.
Só então notei que segurava um garfo com força, os nós dos meus dedos doíam.
- Vocês são loucos, - neguei com a cabeça -, completamente loucos.
- Pelo menos, agora eu sei que não vai fazer a Hope se apegar a você e depois abandoná-la.
- CHEGA! Aceitei seu contrato/ameaça de morte ridículo - empurrei meu indicador em seu peito, meu queixo tremia e meus olhos estavam semicerrados - e aceitei suas regras, mas se vou continuar fazendo isso tenho minhas condições também.
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A Babá ✦ The Originals
VampireHope precisa de uma babá. Klaus precisa de ajuda com a filha. Cecília precisa desesperadamente de um emprego novo. Que mal pode acontecer, não é mesmo? ✦ Cecília vê sua vida estagnar quando chega a Nova Orleans, então, determinada a mudar o curso de...