CARLA
Tudo acontece muito rápido, em segundos após o primeiro barulho, o segundo veio, seguido da porta indo abaixo.
Eu solto mais um grito assustada demais pra me conter e custo a reconhecer quem foi o autor da confusão.
Só foco em seu rosto quando ele põe as mãos no cara que está perto de mim e o leva pra longe. Iniciando uma série de socos e chutes.
É o Arthur!
A polícia vem logo em seguida e eu estou tremendo demais pra fazer qualquer coisa que não seja chorar e me abaixar em um canto encolhida, só quero que esse pesadelo termine.
Pouco tempo depois sinto mãos em mim, mas essas não me causam repulsa, pelo contrário.
Arthur: ei, vem ca, ta tudo bem agora - ele tenta me abraçar e eu me jogo nos braços dele aos prantos.
Carla: me tira daqui! - ele me ergue no colo
Arthur: eu vou tirar, vida. Nada vai te acontecer ta me ouvindo? - só consigo assentir. - aqui - ele me afasta do seu corpo - veste isso pra gente sair - ele tira o proprio casaco e vejo seus olhos marejados quando me olha, assim como suas mãos trêmulas ao me entregar a peça de roupa.Eu me deixo guiar por ele, a confusão ainda está gigante na casa, com a polícia e os bandidos, mas o Arthur passa um braço em torno de mim e me leva pra fora daquele pesadelo, somos alertados pelo policial para não nos tocarmos em público, e sinto toda a relutância do Arthur em me soltar, mas ele o faz, me fazendo sentir desamparada novamente. Logo que entramos em uma viatura, dirigida por outro policial, o Arthur volta a me abraçar e me puxar para seu peito, eu me aconchego a ele.
Passamos um tempo sem dizer nada, eu to com medo demais do que poderia ter acontecido comigo se ele não tivesse chegado. Meu corpo ainda treme e minha respiração está acelerada e sinto o Arthur apertar o abraço e beijar o topo da minha cabeça tentando me acalmar. A mágoa que eu sentia dele ainda está aqui, mas agora em segundo plano depois de tudo. Como se lesse meus pensamentos ele fala:
Arthur: linda, me perdoa - a voz dele está embargada e eu ergo o rosto para olha-lo - eu não quis dizer e nem acho nada daquilo que te falei no meu quarto. Você é maravilhosa, e eu só tava - ele suspira - eu tava com ciúmes, entendeu?
Eu só consigo assentir e deixar as lágrimas rolarem pelo meu rosto, não sei o que dizer, que o perdoou? Ou que ainda estou magoada? Não estou pensando direito, eu só quero me sentir em segurança, quero estar com quem eu amo e cuida de mim, e é por isso que não ouso arriscar perder esse momento aqui com palavras, me aperto ainda mais nos braços do Arthur, enterrando meu rosto em seu pescoço e deixando um beijo ali.
O policial que está dirigindo a viatura pigarreia.
Policial: eu entendo a situação, e sei que vocês são de outro pais, mas aqui é crime se colocar em todo esse contato.
Arthur: desculpa, mas por favor nao me pede pra soltar ela, por favor. Eu prometo que só vou abraça-la. É que... nao da, você viu o que tava acontecendo.Ele apenas assente e nada mais é dito ate que chegamos ao nosso hotel.
Tudo é um borrão pra mim quando chegamos, com toda a cautela e a correria para entrarmos sem chamar atenção dos curiosos, só tenho consciência sobre mim novamente quando ja estou no quarto do Fabrizio, com ele e o Arthur e um policial que me aguardava pra pegar depoimento.
Quando toda a burocracia é feita e eu conto tudo que aconteceu, com muita dificuldade pois sinto vergonha em dados momentos, o policial pega o depoimento do Arthur e em seguida nos informa sobre como as investigações vão seguir e os cuidados que deveremos tomar enquanto estivermos aqui. O Fabrizio o conduz para fora do quarto, deixando eu e o Arthur sozinhos alguns instantes.
Estou sentada e percebo ele se aproximar de mim e ergo o rosto quando ele se abaixa na minha frente.
Arthur: Cá, você não tem culpa de nada disso, você sabe não é? - ele acaricia meu rosto e eu suspiro
Carla: eu fui muito desatenta, Arthú
Arthur: e daí? Não explica, e muito menos justifica a maldade desses caras. Você não é culpada de nada! Ouviu?
Carla: ouvi - dou um meio sorriso pra ele.O Fabrizio volta ao quarto e nos repassa as últimas informações dadas pelo policial e como vamos proceder de agora em diante, ja que pelo que se sabe ate agora, eles estavam de olho em nós por estarmos fazendo o laboratório do filme nessa temática, fomos ao lugar errado na hora errada, e agora a produção do filme vai ter que recalcular a rota.
Carla: eu preciso de um banho - digo por fim
Fabrizio: vou te deixar no seu quarto.
Carla: você avisou a minha mãe?
Fabrizio: não, ela ia pirar la, só ia avisar se... bom, em último caso
Carla: fez bem, obrigada, eu não conseguiria lidar com ela agora.Fabrizio: sim - ele concorda - vamos? Arthur, muito obrigada!
Arthur: não agradeça, eu não faria diferente. Eu vou indo também - ele se despede de nós e segue no elevador antes que o alcançássemos.Pegamos o elevador em silêncio e só quando estou entrando no meu quarto o Fabrizio abre a boca.
Fabrizio: Carlinha, eu não sei como você ta com o Arthur e sei que isso nem deve ta passando pela sua cabeça agora, mas acho que você merece saber...
Carla: o que? - fico curiosa de imediato
Fabrizio: ele ficou desesperado quando você sumiu, eu nunca tinha visto ele assim, na verdade, vi um pouco quando você foi eliminada a primeira vez no bbb, mas ele tava muito pior, eu vi ele chorar e sentir raiva e se desesperar, tudo ao mesmo tempo, e quando os policiais encontraram o lugar, ele bateu de frente com todo mundo porque ia junto. Ninguém foi louco de obrigar ele a ficar.
Carla: obrigada por me contar - meus olhos estão novamente marejados.O Fabrizio vai embora e me deixa com meus pensamentos, mas em poucos minutos escuto batidas na porta, meu coração da um salto imaginando se é o Arthur.
Corro pra abrir e sinto uma leve decepção quando vejo o Liam sorrindo pra mim.
Carla: oie
Liam: oii, como você ta? - ele me abraça
Carla: agora bem, quer dizer, ficando bem - suspiro - cadê a Jen?
Liam: ta falando com o diretor, ela disse que vem te ver depois.
Carla: certoLiam: eu sei que você quer descansar, só vim mesmo dizer que estou aqui pra o que você precisar - ele acaricia minha bochecha - mesmo
Carla: obrigada, Liam - sorrio e ele permanece acariciando meu rosto.
Liam: eu ja vou indo, qualquer coisa pode chamar - ele diz e eu assinto.Mas antes que ele abra a porta eu o chamo.
Carla: Liam?
Liam: oi?
Carla: eu posso ser uma boba dizendo isso agora, mas acho que preciso dizer - respiro fundo e ele me olha atento - eu não sei o que você acha das brincadeiras da Jen em relação a nós dois, mas preciso que saiba que pra mim é só brincadeira
Liam: ouch - ele põe a mão no peito como se ferido - confesso que tive uma conversa com ela esses dias, e eu esperava que desse em algo mais, você é linda e uma pessoa incrível
Carla: eu fico lisonjeada, de verdade, mas... - suspiro - eu não to nesse momento agora, não uma pessoa nova pelo menos. Não tem nada a ver com você, serio mesmo, é só que...
Liam: você tem o Arthur - ele me interrompe e sorriCarla: o que?!
Liam: o cara tava em desespero quando você sumiu e rosnava pra mim sempre que eu estava perto, eu só não sabia se era recíproco da sua parte, mas agora eu entendi - ele sorri, sem nenhuma mágoa
Carla: isso é constrangedor - eu sorrio - mas, eu e o Arthur somos, bem, somos eu e ele. Não da pra explicar, somos nós dois, e acho que sempre vai ser
Liam: eu entendo você, tenho uma ex noiva nessa categoria também - nos dois rimos - entao, amigos?
Carla: amigos!Nos abraçamos e nos despedimos. Eu o conduzo ate a porta e o vejo seguir no corredor, porém antes de fechar a minha porta, vejo, parado do outro lado do corredor, me encarando fixamente: o meu Arthur.
————————————————————————Vocês são ótimos com metas kkkkkkk to amando os comentários!
Esse não tem meta, porque agora só vai ter capítulo amanhã, mas não deixem de comentar, os comentários de vocês que nos animam 🫶🏽