#9 - Cuidando

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ARTHUR

Os olhos dela enchem de lágrimas assim que fixam nos meus, mas não consigo dizer nada e ja a vejo desabar na minha frente. Me adianto e a seguro nos meus braços evitando que ela caia.

Arthur: Carla! - grito quando a seguro

Uma enfermeira chega correndo a sala.

Enfermeira: o que aconteceu? - ela se aproxima enquanto deito a Carla no chão
Arthur: ela abriu a porta e desmaiou - minha voz treme - Carlinha - a chamo fazendo carinho no seu rosto.

A enfermeira se aproxima com um equipamento e mede a pressão dela.

Enfermeira: está alta. Muito alta. Vamos para o hospital. - ela pega um celular do bolso da calça e liga para uma ambulância.

Em alguns minutos ja estamos indo para o hospital, a medica da Carla está a espera, a enfermeira, que descobri se chamar Marta, a monitora e eu não largo a mão da Carla em nenhum momento.

Meu coração ta apertado, estou sufocando. As olheiras em seus olhos são evidentes. Sua barriga está imensa, sinto vontade de acariciar a bebê, mas não sei se ela gostaria. Quando descobri que era uma menina, na minha pesquisa obsessiva pela vida da Carla nesses ultimos anos que passei fora, o ar me faltou, podia ser a nossa Maria Clara. Balanço a cabeça pra afastar o pensamento, não é hora de pensar nisso, preciso focar no agora, preciso estar presente agora, pela Carla. E pela filha dela.

Chegamos ao hospital e assim que entramos a médica da Carla já está a espera e grita comandos. Eu fico desesperado indo de um lado para o outro sem querer perde-la de vista.

Quando ela entra para a ala dos quartos a médica me barra.

Médica: você só pode vim ate aqui
Arthur: por favor - minha voz embarga - eu preciso, eu sou
Médica: eu sei quem você é Arthur - ela me interrompe sorrindo fraco - eu vou fazer meu trabalho e te trago notícias logo.

Assinto e deixo que ela vá. Fico na sala de espera em completo desespero, o tempo parece não passar, eu não consigo respirar, estou com medo, muito medo. Ela precisa ficar bem. Passo a mão pelo rosto e só então percebo as lágrimas que escorreram, eu nem notei que estava chorando.

Em algum momento a médica dela chega onde estou.

Arthur: Dra! Como ela tá?
Médica: está estável. Me chamo Ana - ela estende a mão e eu a cumprimento - a Carla tem um quadro delicado e sua gravidez é de risco, o que exige muito cuidado, principalmente nessa reta final. Como você deve saber, ela teve tudo menos descanso, a pressão dela estava nas alturas quando chegou aqui, consegui estabiliza-la, mas agora ela vai precisar do triplo de cuidado se quiser que essa gestação complete o tempo adequado.
Arthur: eu vou garantir que ela seja cuidada. - digo firme
Dra Ana: eu ja esperava por isso - ela assente sorrindo - você quer ver ela? Ela ainda está dormindo, mas você pode ficar no quarto enquanto ela acorda.
Arthur: eu posso? - nem acredito que vou poder ficar com ela
Dra Ana: pode sim, eu autorizo.
Arthur: muito obrigado - minha voz embarga e ela me acompanha ate o quarto

Enquanto caminhamos por um longo corredor, decido tirar uma duvida.

Arthur: Dra, posso te fazer uma pergunta?
Dra Ana: claro
Arthur: você é medica da Carla ha muito tempo?
Dra Ana: desde antes da gravidez
Arthur: ela passou bem por essa gravidez? Quer dizer, ele esteve presente? Cuidou dela?
Dra Ana: o que você acha? - ela revira os olhos e eu entendo tudo - não posso te dar detalhes em respeito a confidencialidade médico/paciente que devo a Carla. Mas, voce sabe.
Arthur: babaca.
Dra Ana: pois é, mas algo me diz que agora ela vai ser bem cuidada - ela sorri pra mim.
Arthur: se ela deixar, vai sim. Pro resto da vida - engulo o choro que se forma - você fala como se me conhecesse, mas eu nunca tinha te visto, me desculpa, como?
Dra Ana: acompanhei vocês no BBB, e converso muito com a Carla - ela pisca e eu sorrio quando chegamos a porta do quarto - pode entrar
Arthur: mais uma coisa, alguem precisa avisar a mae dela.
Dra Ana: eu ja avisei, dona Mara está fora do país e está tentando uma passagem pra voltar desde que tudo começou, mas só conseguiu para a semana que vem. Estou a mantendo informada de tudo.
Arthur: certo. - assinto
Dra Ana: qualquer coisa pode chamar. - ela se despede e eu entro no quarto.

Assim que cruzo a porta a vejo, ligada a alguns aparelhos, ressonando tranquila. Parece tão frágil e ao mesmo tempo tão serena.

Sento na poltrona ao lado da cama dela e seguro sua mão. Não consigo fazer nada a não ser olhar pra ela, rememoro todas as suas feições, ela não mudou nada e ao mesmo tempo está diferente. Linda do mesmo jeito, ate mais.

Confiro o relógio de tempos em tempos, mais de 1 hora passou e ela não acordou, e eu não fiz nada a não ser admira-la, e pensar no que vou dizer quando ela acordar. Quero tanto acariciar sua barriga, conversar com a nenem. Mas não farei isso antes da autorização dela.

Estou olhando para o seu ventre quando sinto um aperto na minha mão. Volto o olhar para o seu rosto e vejo seus olhos abertos e marejados me encarando.

Arthur: Carlinha - levo minha mão ao seu rosto
Carla: Arthú - ela diz com a voz trêmula

Arthur: como você ta se sentindo? Ta com alguma dor?
Carla: o que aconteceu? Eu desmaiei?
Arthur: desmaiou, sua pressão tava muito alta
Carla: como ta minha filha? Ela ta bem? - ela me interrompe aflita
Arthur: ela ta bem, calma. Vocês duas estão. Eu te trouxe para o hospital junto com a Marta, a Dra Ana ja estava esperando. Vocês estão bem, só vai ser preciso mais cuidado, a Dra me explicou, a reta final da gravidez exige isso, ainda mais com tudo que você tem passado - percebo seu queixo tremer e as lagrimas brotarem - ei não chora - limpo as lagrimas dela
Carla: eu to vivendo um pesadelo - ela chora mais.

Eu sento na cama ao seu lado e a puxo pro meu peito, passo a mão pelas suas costas e a envolvo nos meus braços.

Arthur: vai ficar tudo bem, eu te prometo.
Carla: eu não posso fazer isso com você, você nem tava mais no Brasil, eu achei que nem tava aqui, você tem sua vida e não é justo - ela diz com o rosto enterrado no meu peito, quando tenta se afastar eu nao permito.

Arthur: nao me afasta - digo com firmeza e ela me olha - presta atenção no que eu vou dizer ta? - ela assente me olhando com o rosto molhado pelas lágrimas - eu passei esses anos longe do Brasil e realmente estava vivendo, cheguei a poucos dias, vim visitar minha família, e vi as notícias sobre você. Foi o suficiente pra tudo virar de cabeça pra baixo e eu não conseguir mais pensar em outra coisa que não fosse estar aqui com você. Então, Carla, eu não tenho a minha vida, não sem você. - minha voz embarga no final e ela se aconchega em mim, enterrando o rosto no meu pescoço, chorando.

Carla: obrigada, obrigada por estar aqui - ela diz em meio aos soluços.
Arthur: vai ficar tudo bem, minha linda, vou garantir que fique. - a aperto contra mim, e ela se deixa vim.

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PELO AMOR DE DEUS ELES SAO PERFEITOS DEMAIS! GENTE! UNIVERSO! ALGUEM FAÇA ALGO! AAAAAINNNN

Galera, ultimo de hoje, mas comentem muito viu? Amanhã tem mais!

Vou Revelar 2 - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora