#8 - Acabou?

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ARTHUR

Quando acordo no outro dia, penso em como mais uma vez fui um bobo de achar que ela largaria a vida perfeita dela por mim, pego meu celular pra ver as obrigações do dia e preferia ter ficado sem saber de nada.

Não acredito que mais uma vez ela vai se deixar levar pela aparência, será que ela não cansa de fingir que tá feliz com esse cara? As lágrimas caem insistentes, talvez não seja fingimento, eu que não quero aceitar que acabou. Jogo meu celular na parede ao lado da minha cama e vejo ele se despedaçar, o que a principio não me incomoda. Choro, incessantemente, hora de tristeza, hora de raiva, até que preciso levantar para sair pra um compromisso.

Quando estou voltando para casa vejo que os sites de fofoca estão pipocando com alguma notícia, minha TL não para também, meus filhos estão afoitos, resolvo parar antes mesmo de entrar em casa pra ver o que era. E como todo mundo já falava, aquele merda é realmente um merda, não há mais como negar, belo cara incrível e de coração bom você arrumou Carla Diaz!

Meu coração salta em indignação dentro do meu peito, como ela ainda poderia o escolher? Como ela ainda escolhia acreditar que ele é o bom e eu que sou o merda? Entro com tudo dentro da minha casa e subo a escada até meu quarto pisando fundo no chão, a raiva e decepção me tomam por inteiro. Como eu fui e sou capaz de amar uma mulher que não se importa com crimes, mas trata erros como se fossem tais?

Me deito em minha cama e choro, agora muito mais de raiva que de qualquer outra coisa, antes rasguei uma foto sua, agora abro a gaveta e destruo tudo que havia lá, não quero mais saber dela, muito menos ter nada que me lembre dela, quando estou prestes a apagar as minhas pasta com os arquivos que tenho da gente, a campainha toca e me impede no momento, levanto praguejando e jurando que logo logo farei isso.

Assim que atendo meu sangue ferve, em êxtase, não sei se por raiva de ver ela ali, ou se por saudades de sentir seu perfume tão de perto.

Arthur: o que você faz aqui? - pergunto tentando regular minha respiração.
Carla: a gente precisa conversar - fala empurrando a porta que eu segurava e entrando.
Arthur: eu não tenho nada pra conversar com você, Carla.
Carla: mas eu tenho - ela me encara e eu me xingo mentalmente por ainda deixar ela mexer tanto comigo .

Arthur: eu...
Carla: só me escuta - ela tenta se aproximar e eu dou um passo para trás - por favor.
Arthur: você tem alguns minutos - sentamos os dois no sofá da minha sala e ela começa.
Carla: desde o primeiro segundo que meus olhos fixaram nos seus, eu sabia que não seríamos um casinho qualquer, não tinha como ser, esse coração acelerado feito louco, as mãos trêmulas, minha respiração desgovernada, as borboletas no estômago, a ansiedade por ser tocada por você, só você é capaz de me fazer sentir tudo isso e muito mais. Mas o mundo se voltou contra nós e eu, fraca, fugi, tentei por meses ficar longe, mas eu percebi que não consigo viver longe de você, não consigo ficar mais um segundo sem ser tua e saber que você é meu, então eu vim até aqui pra dizer, olhando pra você, que eu não consigo ser feliz sem você e que eu te amo desesperadamente também.

Ela estava aqui, dizendo tudo que eu sempre quis ouvir, mas eu não conseguia acreditar em nada que saia de sua boa, não depois de ter visto tudo sobre seu namorado, ela com certeza só o largou pra não manchar ainda mais essa imagenzinha dela. E eu fiquei de segunda opção.

Arthur: terminou Carla? - tento ser o mais frio que consigo.
Carla: sim! - sua voz está trêmula.
Arthur: ótimo! É uma pena que eu não possa mais dizer o mesmo, não se pode amar alguém que não se admira mais e minha admiração pela mulher que conheci já não existe, a mulher que na verdade nunca existiu, então por favor, só vai embora - vejo o semblante dela cair e seus olhos cheios de lágrimas, eu queria abraçar ela e dizer que ficaria tudo bem, mas se eu fraquejasse ali, nunca mais eu conseguiria dizer não pra ela.

Carla: como pode Arthur? Como você deixa de amar alguém do nada? Não foi você quem me ligou ontem falando que me amava, que me queria? O que foi que aconteceu? - ela enxuga as lágrimas que insistem em cair.
Arthur: e você ainda pergunta? Quando eu conheci você, a primeira coisa que senti foi admiração, não por ser a Carla Diaz, mas por ser a Carla, simplesmente a Carla, que me olhou e viu em mim um cara que nem eu mesmo enxergava, eu conheci um coração tão grandioso que jamais seria capaz de manter sequer uma amizade com alguém que fosse desrespeitoso, quem dirá dizer que ama, abrir a casa, a vida pra alguém do nível do seu namorado. Você me mostrou que não é nada daquilo que eu vi, que me enganou e enganou um monte de gente, você vem fazendo isso até hoje, então sim, eu falei que te amava e que te queria, mas não foi essa mulher que está na minha frente agora, que foi capaz de estar com aquele cara mesmo depois de todos falarem quem ele era, alguém capaz de defender o indefensável, alguém capaz de se unir ao pior tipo de ser humano, me fala como eu vou acreditar que você não é igual a ele? Ou que talvez não seja pior? Por que ele pelo menos em alguma instância se mostrou, ao ponto de pessoas perceberem quem era, agora você, você na mais pura atuação do mundo segue fingindo para as pessoas que não compactua com tudo que aquele verme faz. E eu? Eu cansei! Eu só quero distância de você, Carla. Você ferrou comigo, com minha cabeça e eu preciso me libertar do inferno que é amar você!

O rosto dela está retorcido pelas lágrimas, mal termino de falar e ela dispara porta a fora indo embora, me deixo cair no chão e choro como nunca chorei na minha vida. Meu coração ja foi destruído a muito tempo, agora acho que minha alma se dilacerou. É o fim.

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É gente, complicado né. Nem sempre se pode vencer 🤧

Vocês querem mais ou podemos encerrar aqui? 😈

Brincadeira, não nos xinguem HAHAHA BORA DE META! 80 comentários e tamo de volta!

SPOILER: VAI VALER A PENA! Eu e gaby_kiulane03 garantimos!

Vou Revelar 2 - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora