O sol estava escondido quando Aquila acordou por volta da tarde no dia seguinte, a mesma não tremia de frio mais, coberta pelas roupas quentes, emprestadas por Narcisa, e pelos cobertores brancos e limpos na qual estava.
Com ressentimento, ela calçou o sapato e colocou o sobretudo, alisando seu cabelo com os dedos, ela abriu a porta, com medo que fizesse barulho demais, ou pudesse chamar atenção.
A mesma desceu as escadas, percebendo que ninguém estava nos cômodos comuns, Narcisa cuidava dos pavões do lado de fora da casa, no quintal da frente, Lucius parecia ter sumido da mansão.
Aquila andou até a cozinha, com medo de ser pega fora do quarto, ela bebeu um pouco de água e andou novamente pelo mesmo caminho, se deparando com uma porta nunca percebida pela mesma no corredor, era grande e branca, com detalhes em preto.
Aquila não a abriu, com medo de que alguém pudesse estar alí, quando ela se virou, Narcisa lhe esperava na frente da enorme escada circular.
-Querida, que bom que levantou. -falou a mais velha. -Venha! Deve estar morrendo de fome. -disse a de cabelos brancos a guiando novamente a cozinha.
-Não quero incomoda-la, já iria voltar ao meu quarto. -Ela falou envergonhada.
-Oh, de forma alguma, querida, é minha visita! -falou ela abrindo as portas da enorme cozinha. -Acredite em mim, não queria que nos conhecêssemos assim! -disse narcisa com a voz culpada por se sentir da tal maneira.
-Sinto muito. Provavelmente não me querem aqui. -disse Aquila se encolhendo.
-Querida, não pense nisso, somos sua família, querendo ou não, somos sangue, sempre lhe ajudarei quando precisar! -disse narcisa e por segundos, Aquila lembrou-se dela e de Draco, conversando sobre seus passados conturbados e sobre só inúmeros problemas familiares do loiro e como a mesma sempre lhe acalmava.
-Obrigada! -disse a jovem. Narcisa pediu a pequena Elfa domestica preparar alguma coisa para a menor comer, Narcisa guiou a menor para outra sala, era uma enorme estufa, com plantas e criaturas que viviam ali, ambas se sentaram e Narcisa usou da magia para lhes servir chá.
-Sinto muito pelo que está passando. -Disse Narcisa.
-Eu não tenho escolha, Sra. Malfoy, era minha vida ou a deles e eu os amo. -disse ela tomando um gole do liquido quente.
-Eu sei que ama. -disse ela observando a mais nova lhe estranhar pela forma que falou. -Seu pai era igual a você, sabe, ele daria a vida por seu grupo de amigos, era família! Eu admirava isso nele. -Ela falou.
-Não admira mais? -perguntou Aquila confusa.
-Minha admiração diminuiu com a crueldade de seus amigos. -disse ela se referindo obviamente a rabicho. -Estávamos em guerra, o mundo nunca esteve assim antes! -disse ela, vendo a Elfa trazer um prato com uma massa estranha.
-Rabicho fez a escolha dele, Andrômeda fez a dela, e ambos tiveram finais diferentes -disse ela dando uma garfada na massa.
-Como sabe sobre minha irmã? Sirius lhe contou? -falou ela atenciosamente.
-Eu a vi. -disse Aquila. -Meu pai me contou bastante sobre a família na qual nunca o acolheu. -disse ela percebendo o rosto inquieto de sua parente.
-Não tivemos escolhas. -disse a mais velha.
-Andrômeda teve. -disse Aquila vendo o rosto de sua parente se fechar em lagrimas correntes que molharam seu rosto.
-Você está protegendo sua família estando aqui! O que acha que eu e meu marido fizemos todos esses anos? – Falou Narcisa vendo Aquila lhe olhar entendendo a situação. -Dumbledore e nem ninguém poderia nos proteger, tivemos que fazer uma escolha, ou morrer ou se juntar ao lado que não nos mataria. -disse Narcisa se sentando a mesa novamente.
-Desculpe, estou sendo chata e não deveria ter lhe obrigado a conversar sobre isto. -disse Aquila parando de comer.
-Está tudo bem, sobrinha, quando se trata do diferente todos temos dúvidas! -disse Narcisa, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha da mesma. -Pedi a Elfa para que coloque algumas mudas de roupas em seu quarto, seu armário está cheio de roupas novas, irá precisar, temos uma reunião ao anoitecer! -disse Narcisa se levantando.
-Obrigada, Sra. Malfoy! -disse Aquila se levantando.
-Me chame de Narcisa ou Cissa, querida, somos família! -disse a mais velha sumindo pelos corredores, Aquila voltou ao seu quarto rapidamente, percebendo que Lucius havia voltado, a mesma trancou a porta de seu quarto e tomou um banho quente, olhando seus ferimentos com atenção percebendo o quanto ainda doíam.
A jovem se vestiu com uma meia calça preta e um vestido curto, usado por Narcisa durante a adolescência, por cima a morena colocou seu sobretudo e soltou seus cabelos os secando com um simples feitiço.
Aquila calçou os saltos e se sentou sob a cama esperando ser chamada. Após um tempo, pode ser escutado dois toques na porta, que foi logo aberta após o barulho entrar nos ouvidos de Aquila.
O comensal em sua porta não se vestia com um tecido longo e preto, se vestia com um terno de mesmo tom que os tecidos geralmente usados pelo grupo. Aquila se assustou ao ver a figura familiar do moreno a sua frente.
-Aquila Black Lupin. -disse a voz grossa fazendo com que ela o temesse.
-Você? Você me traiu! -ela falou ainda em tom alto, mas calma, com raiva por ter sido feita de boba. – Eu confiei em você, Snape, como pode? -perguntou ela sendo tomada pela angustia que sentia.
-Por favor, venha! -disse ele com seu rosto fechado. -Eu precisava! Confie em mim!
-Confiar em você? Não sou sua aluna quieta e estupida! Aqui fora pelo menos não! Como posso confiar em você sabendo que mentiu a mim? -perguntou ela furiosa por seu pedido.
-Do mesmo modo em que confia em Lucius e Narcisa mesmo sabendo do passado de Draco. -disse ele, estendo a mão para a mais nova que a segurou rápido, sendo guiada para fora do quarto.
Na enorme sala de jantar se encontravam os comensais, juntos a Narcisa e seu marido, sentados lados a lado, Aquila foi direcionada a uma cadeira ao lado de Snape, onde se sentou tensa.
-Aquila Black Lupin! -disse Voldemort retirando seu capuz, sua face brilhava em cinza, o que assustou a menor. -Oh, minha garota tola, corajosa, mas tola! Como pode? Ela pensa que pode salvar todos somente com amor! Aquila! -chamou ele fazendo a mesma o olhar. -Alguém já lhe disse que amor, não é nada! -disse ele e a jovem continuou parada com medo. -Vamos ao que interessa! -disse ele cruzando os dedos. -Você tem quinze, ao completar dezesseis no dia vinte e nove de outubro se tornará uma comensal, até lá será minha serva, minha aliada! -ele falou e Aquila abaixou a cabeça. -Lucius, seu filho, eu o quero comigo, o mesmo significa aos outros! -disse ele.
-Esse não foi o acordo. -disse Aquila assustada pela mudança.
-Não, foi exatamente o acordo! Eu prometi que não os machucaria, já isso, eu poderei fazer tranquilamente! -disse ele e sem esperança Aquila olhou para Snape ao seu lado.
-Milorde, com todo respeito, mas acho incapaz de Aquila continuar na mansão até completar a idade certa para ser uma de nós! O que pensaram? Saberão que algo está errado! -disse Snape ainda cabisbaixa.
-Está certo, Severus! Aquila e Draco voltaram as aulas em setembro do ano que vem! -disse ele. -Não há motivo de voltarem agora, com poucos dias restantes! -disse ele se levantando. -Avise a família e amigos, não de indícios de algo errado, voltarei aqui amanhã, até lá os comensais circularam a casa, a vigiando se sair do território! -disse Voldemort aparatando para longe.
Aquila foi brutalmente retirada da mesa por Snape que a levou até seu quarto novamente, o mesmo parecia tão apavorado quanto a mais jovem, mas não falou nada, Aquila não sabia o que falar, então encolhida ela recorreu ao banheiro trancando a porta e se sentando no chão frio.
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Doces e Guerras-Neville Longbottom-
Fanfiction-Vai ficar tudo bem Aquila! Uma Guerra travada a anos, um poder sob os bruxos, dois lados, e uma garota. Aquila Black Lupin, filha de Sirius Black e Remus Lupin, retorna a Hogwarts em seu quarto ano, como anunciado na volta às aulas o Torneio Tribru...