𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 37

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08 de março de 1996, Sexta-feira;

Estava frio na mansão branca e preta dos Malfoy's, as janelas não eram abertas a mais de uma semana, cada dia se passava lentamente e torturante, Cedric pareceu se adaptar com os costumes dos pais de Draco.

Embora Aquila odiasse estar ali, ela nunca poderia dizer que se arrepende ou que em poucos momentos ela não gostava de estar ali; querendo ou não, era um lugar aconchegante, ela estava entre família, não a família que gostaria de estar, mas, sim, parte de sua família.

Cedric se sentou sobre o aconchegante sofá da sala de estar, pregando seus olhos no livro em sua mão, Aquila se encolheu na poltrona preta do lado da janela. Draco estava distante, mas ainda dava de se escutar sua voz irritada do jardim dos fundos.

Snape apareceu na porta, fazendo Aquila sair da cadeira para ir ao seu encontro, ela o olhou rapidamente, e sorriu por instantes até vê-lo a cumprimentar.

-Conversei com Dumbledore esta manhã. -disse ele retirando o casaco e colocando dobrado em seu próprio braço.

-O que falou a ele? -perguntou Aquila com medo.

-Apenas o suficiente para ela aceitar que está indisposta aos próximos três finais meses escolares. -disse Severus caminhando para dentro da casa.

-Como ele aceitou isso? -perguntou Aquila, fazendo Snape a puxa-la para perto dele.

-Há momentos, Aquila, onde tem que confiar em mim, e onde tem que confiar em minha relação com Dumbledore. -disse ele sorrindo de leve por último, seguindo até a cozinha onde Narcisa se encontrava.

-Aquila! -Chamou a voz grossa e sutil de Draco na porta da frente, o mesmo vestia seu sobretudo cinza de forma elegante e assustadora, amedrontando sua aparência pálida. -Venha comigo, por favor! -pediu ele estendendo sua mão direita para a de cabelos escuros que segurou sua mão, tendo como o loiro entrelaçar seus braços, caminhando lentamente.

-O que houve? Algo aconteceu? -perguntou ela ao loiro que a olhou estranhamente.

-Deveria acontecer? -perguntou ele novamente seus olhos castanhos desviarem ao labirinto verde a frente dos mesmos, que ainda caminhavam no jardim da frente.

-Não, mas estamos aqui em sua casa, também não era para isso acontecer! -disse ela observando aos redores.

-Está nervosa, prima, eu entendo! -disse Draco, retomando o olhar dela a ele. -Acredite, também estou, gostaria de estar com meus amigos agora, mas estamos aqui, temos que fazer proveito disto! -disse Draco com os olhos pregados a frente.

-Como posso tirar bom proveito sendo que minha família está la fora correndo perigo? -perguntou a morena com os olhos pregados nas pequenas e brancas flores do jardim.

-Eles estão seguros, estarão enquanto seguirmos ao Lord das Trevas! -disse Draco fazendo sua prima concordar olhando em seus olhos profundos e azuis, da mesma cor do céu que estava sob suas cabeças.

***

Severus estava na biblioteca quando Aquila o encontrou após o longo passeio com seu primo, estava escurecendo e o dia havia ficado mais chuvoso e nublado, o sol não estava ali como mais cedo, mas ainda era possível ver a claridade no céu.

Snape vestia suas roupas escolares de aula, o mesmo não havia questionado as trocar, já que voltaria para escola ainda ao fim da tarde. A mesma adentrou na grande biblioteca, chegando perto de seu professor que pegava um livro na ultima estante, com o auxilio de uma escada pequena.

-Preciso de sua ajuda, Severus. -falou a menor. -Quero me tornar aliada de Voldemort. -falou ela por fim.

-Você já é. -disse ele tranquilamente se sentando perto da janela, a morena estranhou. -Confie em mim, Aquila. Sei como ajuda-la! -disse ele com sua voz rouca.

-Não entendo. -disse ela, sua voz saiu falha. -Como posso ter feito algo sem ao menos saber? Ainda estou sendo torturada! Ele deveria confiar em mim! -falou ela ao moreno.

-Você é uma garota doce, você o fez pensar que era ingênua e manipulável! -disse Snape a olhando com os olhos negros como a pena de um corvo. -Mas eu a conheço a mais de catorze anos, conheço seus pais, Aquila, sei o quanto sua mente é forte junto ao seu corpo! -disse ele para a garota que abaixou a cabeça.

-Quanto tempo tenho que continuar assim? -perguntou a morena insegura.

-O tempo suficiente, como disse, Aquila, você é uma garota doce, de cabeça forte, para Voldemort continuar acreditando em você, somente mostre o que ele irá querer, sua falsa cabeça fraca. -Ele falou.

-Não sei se aguento por muito tempo! -disse ela.

-Aguente até seu aniversário, tenho um plano, Aquila, confia em mim? -perguntou ele sinceramente.

-Confio, estranhamente, confio. -falou ela.

-Ótimo, saia daqui e finja que nunca conversamos sobre isto! -disse ele rapidamente e a mesma assim, fez, saindo da biblioteca particular e seguindo ao seu quarto, deixando a porta entreaberta.

A garota se deitou na cama com um sorriso de canto no rosto e uma lagrima escorrendo por seu olho direito, a sensação era de estar podre, suas feridas se fecharam rapidamente, e a mesma adormeceu ao perceber o vento fechar a mesma.

***

Aquila foi carregada por dois braços fortes até a parte de baixo da casa, o piso de pedra era frio, sua varinha estava em suas mãos. Seu pijama era uma camisola preta, seus cabelos de mesmo tom caiam sob seus ombros a baixo.

Dois homens se posicionaram em sua frente, ambos encapuzados, vestidos de preto, a única luz acesa era a da parede que ficava amarelada ao liga-la.

Aquila se posicionou, seus joelhos meio dobrados junto aos braços, ela olhou aos homens quando o primeiro feitiço proibido foi lançado a mesma, que caiu ao chão propositalmente, assim como Snape a orientou, mente fraca e corpo fraco, assim poderá ser a cabeça dos comensais.

Um frio correu sob sua espinha assim que um terceiro passou foi escutado, Aquila, se levantou rapidamente, os joelhos fracos firmaram no chão, a dando sustentabilidade.

Os olhos vermelhos e a pele pálida foram avistados no escuro, Aquila se jogou no chão, como sinal de fraqueza, fazendo o maior a levantar, seus olhos ficaram tontos e a mesma o olhou, o vendo a carregar até o andar de cima, quando pode facilmente fingir desmaio ao fechar os olhos, a mais nova foi jogada na cama e logo em seguida teve a porta de seu quarto fechada, sem chave, mas ainda assim fechada.

Ao perceber os passos se distanciarem a mesma andou ao banheiro, lavando seu rosto, deixando a mais avermelhada, a chave de seu quarto estava para dentro, Aquila girou a chave trancando o quarto silenciosamente.

A mesma ainda de pijamas fechou as janelas, notando dois homens saindo da mansão sem se virarem, percebendo que o Lord das Trevas ainda estava na mansão. Após ouvir passos na escada, Aquila abriu a janela novamente e destrancou a porta, deitando-se rapidamente na cama onde foi deixada.

A porta se abriu e de alguma forma, Aquila sabia que não era Snape, ou algum de seus parentes ali, e sim o homem na qual desafiara seu amor. Voldemort se aproximou, puxando o rosto de Aquila do travesseiro, a mesma conteve-se para não abrir os olhos.

-Acorde. -falou friamente o homem, na ponta de seu ouvido fazendo a mesma abrir os olhos olhando para seus olhos avermelhados.

Seu rosto foi abandonado e jogado sob o macio travesseiro na cama. Aquila recuou, se sentando na cabeceira, tremendo seu pé de proposito ao lembrar-se de sua conversa com Snape.

"Ele quer alguém manipulável"

"Alguém fraco"

Aquila encolheu-se, juntando sua cabeça as pernas ao ver Voldemort recuar com um sorriso de canto no rosto acinzentado.

-Aquila Black, está tudo bem. -Ele disse confiante e ele saiu do conforto de estar encolhida. -Não precisa ter medo. -Ele disse em voz calma.

-Está bem, eu confio em você! -disse ela se aproximando mais do meio da cama, vendo o homem evitar abrir um sorriso convencido.

-Confia? -perguntou ele a vendo concordar. -Preciso que faça algo por mim, então. -disse ele a vendo observa-lo. -Precisarei ir no ministério da magia em breve, mas não poderei aparecer la, preciso de ajuda. -disse ele.

-Sim, Milorde. -disse ela sorrindo meigamente.

Doces e Guerras-Neville Longbottom-Onde histórias criam vida. Descubra agora