𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 54

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10 de julho de 1996, quarta-feira;

Bellatrix Lestrange foi levada embora por Voldemort, ela sofreria as consequências, Aquila esperava.

Aquila se levantou de sua poltrona e guardou o livro ganho por Snape, um livro velho, chamado "O jardim secreto", ele disse que tinha esse livro deste pequeno, e que leu e releu diversas vezes, não precisava mais.

Havia uma dedicatória no livro, com uma letra muito bonita, elegante e charmosa, uma letra feminina.

Era uma carta de Lily, isso ela sabia, amor puro, Lírios, seu nome vinha da flor

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Era uma carta de Lily, isso ela sabia, amor puro, Lírios, seu nome vinha da flor. Aquila se perguntou quantas coisas que Lily havia o dado, ele havia guardado. A Black sabia sobre o passado dos dois, a amizade, a briga, o termino, os xingamentos, tudo. Ela se perguntou porque ele guardava aquilo, ainda, depois de tanto tempo.

Ela colocou o livro na cama, andando até o banheiro e passando um pouco da maquiagem que Narcisa tinha comprado para ela um tempo atrás. Antes de sua morte.

Era estranho, Aquila se sentia morta, ela era para estar, seu corpo ainda gélido por conta do véu. Ela se sentiu inexistente. Olhou-se no espelho por curiosidade, ela tinha enormes olheiras e seus cabelos por outro lado estavam simplesmente perfeitos.

-Você está linda! -disse Zabine apoiado no batendo do banheiro, sorrindo para a garota que tinha seus olhos no mesmo, ainda olhando no espelho. Ela sorriu de leve.

-Obrigada. -disse ela se virando, ele beijou o topo de sua cabeça.

-Quer tomar café? -perguntou ele.

-Pode ser, estou faminta. -disse ela rindo dócil.

-Fique aqui, vou fazer uma surpresa para você. -disse ele sorridente, saindo do quarto da garota mais baixa e descendo as escadas.

Aquila se sentou na poltrona novamente, sem saber o que fazer, observou os pavões deslizarem pelo local como se tivessem rodas em suas patas, com tanta leveza e cuidado.

Após um tempo, a Black estranhou Blaise não ter voltado, ela desceu as escadas com cuidado, andando pela casa, vendo pelas janelas da cozinha, uma mesa de piquenique no chão do gramado, do lado de fora da casa.

Ela sorriu de modo repentino.

Aquila andou rapidamente até Blaise, ele a esperava na toalha no chão, com duas xícaras de café e torta de morango, uma de suas preferidas. Ela se sentou à sua frente.

-Porque isso? -perguntou ela.

-Porque não? -retrucou ele. Ela sorriu levemente, Aquila poderia suportar as coisas de modo mais fácil assim, Zabine a fazia esquecer de que o mundo era tão sombrio quanto poderia ser. Ou até mesmo, já era.

Ela deliciou o forte café preto enquanto Blaise ria de sua própria piada sem graça, ela sorriu brevemente. O sol estava raiando fortemente no céu enquanto ambos conversavam.

-Aquila, você tem pesadelos? -perguntou ele.

-Porque? -perguntou ela, estranhando sua pergunta.

-É normal pessoas que sofreram com algo. -falou ele cabisbaixa.

-Sim, eu tenho, com tudo isso que está acontecendo. -disse ela. -Você tem? -perguntou ela.

-Sim. -disse ele ainda cabisbaixa, seu tom era quase como um sussurro. -Com a morte de meu pai. -disse ele.

-Seu pai? Achei que ele estivesse vivo...Quero dizer eu o vi na plataforma... -disse ela.

-Esse era meu padrasto, o sétimo padrasto. -disse ele. -Eu perdi meu pai muito cedo, doença cardíaca. Minha mãe por outro lado, enquanto eu estava de luto, arranjou outro marido, foi o modo em que ela achou para sobreviver a tudo, a perda, a falta de dinheiro, a tudo. -disse ele

-Porque está me contando isso? -perguntou ela, com medo, era verdade demais para se contar a alguém.

-Porque você é minha futura noiva, e mesmo que de mentira quero confiar em você. -falou ele com sinceridade, Aquila o abraçou rapidamente.

-Quero confiar em você, Blaise e sinto que posso. -disse ela acariciando a mão do moreno.

-Eu a protegerei até a morte, Aquila, sou seu noivo, vou cuidar de você, mesmo que não precise. -disse ele tocando seu rosto. Ele beijou sua testa a fazendo sorrir.

-Obrigada. -Ela falou, mesmo que não precisasse. Ele sorriu.

Aquila sentia que Blaise era mais que seu amigo, era seu aliado e mesmo que de mentira era seu amante, era um pacto forte demais, era como se ela sentisse que nada poderia lhe fazer mal com Zabine ao seu lado. Era forte.

Ela se sentiu vulnerável de repente, tudo estava errado, ela jamais poderia se sentir bem ou sentir que nada lhe afetaria com Zabine, se ainda amasse Neville, e o amava como sua vida.

Mas com Zabine ela amava estar com ele porque nada aconteceria, era como se sua vida estivesse salva, era um afeto profundo.

Um longo laço vermelho.

Que com Zabine nunca poderia ser rasgado.

O amor era estranho, te faz feliz e te faz apaixonar profundamente a cada mínimo instante, mas te mata na primeira oportunidade, te afunda e te mantem em baixo, te torna vulnerável.

Aquila não suportava se sentir vulnerável, sempre foi considerada forte e convencida, ela poderia jurar que nunca se pôs para baixo, ela nem saberia como retornar ao comum, e lá estava ela, no fundo de tudo, vulnerável e pensativa, como jamais pensou ficar.

As coisas são diferentes do imaginável, nunca igual, ou até mesmo parecidas, Aquila nunca pensou amar alguém além de sua família, Harry era a pessoa que mais amava, e a pequena Aquila achou nunca mudar, mas ela amava Neville, claro, que Harry, como seu irmão, tem grande parte de seu vasto coração que pulsa o sangue em seu corpo.

Ela amava todos a sua volta, de um modo em que nunca amou mais de alguém, amar significa se preocupar, e preocupar significa cuidado, ou seja, cuidado sobre alguém, Aquila cuidava de quem amava, mas, e quando não pudesse cuidar mais? O que aconteceria?

A Black se deitou no solo gramado.

Doces e Guerras-Neville Longbottom-Onde histórias criam vida. Descubra agora