Doces e Guerras-Neville Longbottom-

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 46

20 de maio de 1996, Segunda-feira;

Estava quente, não era mais frio, Aquila vestiu seu vestido branco solto e leve, dando a ela espaço para seus cabelos rebeldes e levemente ondulados. Draco iria voltar para casa e Voldemort havia convocado uma reunião de emergência, todos estavam alertas.

Aquila desceu as escadas ao ouvir Narcisa chorar do andar de baixo. Desesperada ao ver os amigos de seu primo ali, ela pensou o pior. A porta se abriu revelando Lucius cansado, seu rosto acabado em olheiras e sonolência. Enquanto isso ao seu lado estava Draco, em pé, ainda meio manco, seu rosto ainda meio machucado, com ferimentos superficiais, suas roupas limpas, as mesmas de antes do hospital, mas agora limpas, sem manchas de sangue.

Draco olhou para sua prima com atenção dando um sorriso de canto e andando em direção a mesma com cuidado, seus ferimentos ainda doíam, mesmo depois de um bom tempo. Aquila andou até ele, achando ser mais um sonho, mas ao tocar em seu ombro não se segurou e o abraçou.

-Aquila. -Ele falou rouco, enquanto a garota apertava seu abdômen no abraço. -Os machucados! -ele falou e ela o soltou.

-Desculpe. -Ela falou sincera.

-Draco, troque de roupas, use roupas mais largas, não iram apertar suas ataduras, filho. -disse Cissa com cuidado, o abraçando levemente pelo pescoço.

O loiro subiu as escadas lentamente, sozinho, enquanto Lucius beijava o rosto de sua esposa com medo, Zabini e Pansy ficaram no andar de baixo junto a família de Draco.

-Lucius, Voldemort convocou uma reunião de emergência. -disse Narcisa. -Está acontecendo. -Ela falou encolhida por medo.

-Algo de ruim vai acontecer, eu sabia, porque isso acontece logo agora? -falou Blaise preocupado, andando até o quintal da frente e saindo da sala.

-Blaise! -chamou Pansy ainda da sala. -Desculpe, ele só está cansado, é muita coisa, Draco, Voldemort, e uma guerra. -disse a mulher andando até seu amigo com rapidez.

-Parkinson tem razão, é muita coisa, mas não temos como fugir, iremos recebe-los hoje. -disse Aquila. -Temos que nos preparar. -disse ela antes de subir as escadas.

O corredor branco estava vazio escondendo quem se escondia nos quartos por seus motivos e tristezas. Um resmungo vinha do quarto de Draco, onde Aquila bateu três vezes na porta, com medo dele estar mal.

-Entre. -Ele falou alto, mas Aquila ouviu como um sussurro.

Ela abriu a porta, vendo-o no espelho do banheiro, as ataduras brancas em seu tronco pálido, ele tinha lagrimas nos olhos, seu rosto estava machucado, ele retirou os curativos para trocar, as feridas lembravam Aquila de como ele havia chegado em casa.

-Dray...Está tudo bem agora. -disse ela, mesmo sem saber se falava a verdade.

-Não, Aquila, não está tudo bem, isso foi só o começo, somos comensais agora, não teremos um fim bom, acabou de começar. -disse ele olhando-se no espelho.

-O que? -perguntou ela, sem ao menos conseguir acreditar nas palavras de seu primo.

-Aquila, não seja tola, porque acha que Voldemort preparou uma reunião de emergência, isso mesmo, vingança. -disse ele virando-se para ela.

-Draco, está tudo sob controle! -disse ela se convencendo mais do que seu primo.

-Quero acreditar que sim. -disse ele frio, escondendo a dor que invadia seu peito.

-Está se sentindo melhor? Sabe, os ferimentos. -disse ela meio envergonhada.

-Estou, onde aprendeu aqueles feitiços? -perguntou seu primo, e Aquila ficou paralisada, como explicaria para Draco sobre a licantropia de seu pai.