𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 34

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Snape se aproximou da mesma, que tinha sua visão tomada por tontura e visões que ficavam pregadas em sua cabeça uma atrás da outra.

-Aquila! -falou ele olhando a sua volta. -Oh meu Merlin, você comeu? -perguntou ele vendo não obter mensagem alguma, ele olhou para o prato cheio de comida fria em cima da lareira, percebendo que era a razão da mesma estar pálida.

-Vá embora! -disse ela, cobrindo-se mais pelo frio que sentia. O mais velho saiu do quarto como pedido da jovem, mesmo não querendo ou sentindo que deveria ficar ali e talvez a livra-la de seus sonhos amedrontadores.

***

Na manhã seguinte, Aquila não pode se levantar, estava fraca e com frio, mas Snape estava em seu quarto, talvez o mesmo tivesse entrado assim que ela fechou os olhos brevemente.

O de cabelos negros estava sentado na poltrona a observando ficar quieta na enorme e branca cama. Ele olhou a mesma a analisando para que não houvesse sonhos ruins, mas falhou na tentativa.

-O que faz aqui? -perguntou Aquila o observando, o mesmo transfigurou uma pena em um pequeno pedaço de torta, fazendo o mesmo voar até o lado da morena. -Já falei que não estou com fome! -disse ela.

-Coma, por favor. -pediu ele a vendo sentar.

-Vá embora! -pediu ela o vendo negar. -Se eu comer você vai embora? -perguntou ela pegando o garfo.

-Sim. -disse ele automaticamente.

Aquila pegou o garfo pegando a comida em grandes partes e a engolindo rapidamente, sentindo seu estomago se embrulhar e a mesma correr ao banheiro rapidamente.

Snape andou atrás dela, lhe entregando um pequeno frasco quando a mesma se aliviou da dor embolada em sua garganta. O mais velho lhe observou, vendo o tom de sua pele se tornar minimamente mais vivo.

-Beba. -disse ele a vendo cheirar mais uma poção que ele entregou.

-Não. -falou ela, vendo o olhar questionador do homem de cabelos negros. -Tem cheiro podre. -disse ela.

-Então agradeça que o gosto não é igual ao cheiro! -disse ele vendo-a desacreditada cheirar novamente o frasco. -Tem gosto de jujubas! -Aquila jogou o liquido sob sua garganta, sentindo a mesma arder rapidamente e logo após seu estomago desembrulhar, fazendo com que a tontura repentina passasse.

O mesmo saiu do quarto, relutando com a ideia, após perceber que a mesma havia mudado sua postura, garantindo que a jovem morena ficasse pelo menos aceitável.

Aquila voltou a sua cama, se deparando com a mesma situação anterior, mas dessa vez, se tornou pior, um turbilhão de memorias entrou em sua cabeça, fazendo com que seu rosto normal de tornasse atordoado sem a mesma perceber.

A antiga casa de Andrômeda apareceu em sua cabeça, trazendo memorias da casa branca com janelas azuis claras e escuras, com um enorme quintal, a pequena versão de Aquila estava jogada no chão, usando sua jardineira jeans e uma blusa roxa por baixo, seus cabelos ondulados, trançados, facilitando o trabalho em questão de desembaraçar o mesmo depois para seu pai.

Aquila pôde se aproximar e observar sua pequena versão, vendo alguém pequeno passar ao seu lado, a fazendo arrepiar pelo susto. A pequena criança usava uma jaqueta xadrez e uma blusa marrom, e uma jardineira, o pequeno se sentou ao lado de Aquila, podendo com que a mesma visse ser seu primo.

Aquila nunca percebeu o quão pequenos eram, em suas memorias os mesmos eram muito mais velhos e crescidos, não tendo a visão infantil que um dia já puderam ter, Aquila se esqueceu que era assim, que seu primo e ela um dia foram assim, como uma memoria boa de um fim de semana, eram felizes.

-O que está olhando? -perguntou o pequeno Harry e Aquila se aproximou vendo sua versão mais jovem encarar seu primo.

-Céu. -disse ela.

-Porque? Moony disse que está acionada. -disse o pequeno.

-Viciada, Harry. -disse Aquila se sentando. -É bonito! -disse ela, olhando para a porta na qual sua prima de segundo grau saia. Aquila andou até os mesmos, vendo seu pai mais jovem do que se lembrava, observando a face desconhecida de sua prima de segundo grau, vestida com um lindo vestido verde.

-Remus, tome cuidado! -disse ela antes do sonho sumir de sua cabeça. Aquila estava em um ambiente estranho desta vez, uma sala totalmente estranha, com paredes espelhadas e uma enorme cama, havia um garoto na cama, ele parecia se encolher em dor, o mesmo chorava, Aquila se sentiu com medo por ele e por ela.

-Pare! Pare! -repetia ele, Aquila recuou enquanto o garoto chorava mais ainda, sendo torturado após a garota de cabelos escuros fechar os olhos, sendo acordada na sala de Snape.

Snape pregava seu olhar sob seu braço, a jovem se sentiu tonta na presença do mais velho. Ele deixou uma lagrima cair sob a marca antes de olhara para Aquila que respirou ofegante antes de voltar ao quarto.

O quarto pairava em frio e escuridão, a pouca neblina entrava pela janela, ofuscando a vista de quem olhava pelo vidro, a lareira foi magicamente acesa. Snape estava no canto do quarto, vestido agasalhadamente e lendo um livro, o mesmo continha uma mochila carteiro ao seu lado, ele havia chegado de Hogwarts após o final das aulas do dia.

-Aquila. Está acordada? -perguntou o homem, e a cabeça de Aquila rodou em somente uma pergunta, o porque de Snape estar aqui ao invés de estar em seu dormitório na escola.

-Estou. -falou ela se sentando, apoiando sua coluna na cabeceira preta, sentindo seu corpo arder em dor. -Não pude dormir. -Ela falou seca.

-Percebo. -disse ele revirando sua bolsa. -Beba isto. -disse o mesmo lhe entregando uma poção.

-Não quero. -disse ela sutilmente, ele estranhou seu modo. -Não me faça beber! -disse ela com seus olhos arregalados e com medo, intercalando seus olhos ao mais velho e a varinha em sua mesinha de canto.

-Aquila, não precisa beber! -disse ele guardando a poção. -Não farei você beber se não quiser, a escolha é sua! -explicou ele.

-Obrigada. -disse ela e ele entendeu que havia medo nos olhos da mais nova.

-Não tenha medo, estou aqui para te proteger. -disse ele se sentando novamente. Aquila o olhou tranquila. -Posso ficar aqui? -perguntou ele.

Aquila deu de ombros e o mesmo lhe entregou um prato de comida que estava em cima da lareira, ainda quente e apetitoso. O de olhos e cabelos negros se sentou na poltrona.

Aquila se sentou ponta da cama, se aproximando do mais velho, que somente a observava com atenção, percebendo o rosto fino e pálido de Aquila não mudar de expressão.

-Estava na biblioteca hoje mais cedo e achei um livro que talvez gostaria, Srta. Black Lupin! -disse ele retirando um livro de astrologia da mochila.

-Obrigada, Snape. -disse ela pegando o livro em seus dedos finos e gélidos. -Você pode me chamar de Aquila, ou Black? -disse ela e ele estranhou de sua fala e modo de falar.

-Claro. -disse ele olhando para o chão por um breve segundo. -Posso lhe perguntar o porquê? – ele falou, a mesma o olhou, ainda comendo sua comida.

-Não quero sujar o sobrenome de meu pai. -Ela falou deixando lagrimas molharem seu rosto. -Ele não gostaria disto! -disse ela. -Portanto, o sobrenome Black já é sujo e temido o suficiente! -falou ela repugnando sua fala.

-Aquila, não há o que se envergonhar, está fazendo isso para salva-los! Não há de que se envergonhar de amar alguém! -disse ele a olhando brevemente.

-Eles nunca entenderiam. -disse Aquila e Snape olhou para a mesma confuso. -O que? Vai me dizer que eles entenderiam se eu dissesse que sou uma comensal da morte? -falou ela e ele desviou de seu olhar.

Aquila acabou sua comida e se levantou da cama, se sentando no batente da janela, fazendo Snape a olhar confusa. A mesma observou o céu como fazia quando pequena, olhando cada mínimo detalhe no céu azul escuro.

-Quando eu era pequena eu olhava demais ao céu! -disse ela a Snape. -Harry concordava com meu pai, dizia que eu era viciada, mas eu só gostava de saber delas. -disse Aquila olhando ao céu e depois a Snape.

Doces e Guerras-Neville Longbottom-Onde histórias criam vida. Descubra agora