× olha eu não sei não, tá? é um bagulho que veio nas minhas ideias aí ×
arizona pov
Eu estava em paz. Juro, paz, algo que não me ocorre muitas vezes já que eu trabalho sempre com crianças e, inconsequentemente, com os pais dessas crianças.
Mas aqui estava eu, completamente perturbada.
Por causa dela.
Sempre é por causa dela.
Calliope Torres estava mais uma vez por aqui, pelo o que eu soube ela estava aqui pra uma cirurgia importante em um jogador super famoso, ele não conseguiu ser transferido então fez questão de fazer de tudo pra tê-la aqui.
Eu entendo o sentimento...
Eu e Callie nos divorciamos há quase um ano, não tivemos filhos, não por falta de tentativa, então ela só assinou tudo e disse que nunca mais queria me ver, eu entendia o lado dela afinal a culpa foi minha, eu a empurrei pra fora da minha vida e pra completar a merda, a traí.
Eu suspiro, quando levanto a cabeça, vejo a minha ficante vindo na minha direção, Carina é uma italiana linda, do rostinho perfeito e de personalidade incrível.
Eu conseguia, depois de um tempo e vários empurrões, sair com outras mulheres e me divertir, mas se algo começasse a ficar sério, eu fugia.
Simples assim, fugia de compromisso... nunca quis nada além dela de volta.
— Eu ouvi falar dessa ortopedista em todo lugar hoje, é naquele quarto ali, hm? — Carina pergunta olhando a pequena comoção no quarto do jogador.
— Yep. — Não respondo mais que isso, se eu pensar nela de mais eu vou surtar.
— Como é o nome dela? — Carina pergunta e eu a olho, pensando se não a levo pra um oncall room e esqueço que ela está aqui. — Digo, você deve saber, vero?
— Ah, sei sim... — antes que eu fale qualquer outra coisa, vejo as pessoas saírem de perto da porta, tentando agir normalmente.
Vejo ela sair daquele meio rindo de algo que Amelia havia dito, o sorriso dela ainda é o mais lindo que existe.
— Callie? — Carina fala alto, ficando tensa e reta de repente.
Ela conhece a Callie?
Eu olho quando Calliope olha em nossa direção, seu rosto surpreso, Carina sai de perto de mim o mais rápido que pode e vai até ela, sem ninguém nem esperar, larga um beijo na morena o que me faz ficar tensa e ereta, mas de raiva.
Todo mundo ali tem uma cara de surpresa, mas que merda tá rolando aqui? Bailey dispensa todo mundo dali e eu internamente agradeço apesar de estar querendo arrancar os cabelos da cabeça da italiana.
Quem porra ela pensa que é pra beijar a minha mulher bem na minha cara? Penso com raiva e lembro do que realmente somos, nada.
— Eu disse que se te visse de novo na vida iria fazer isso. — Carina diz rindo, o que faz ela sorrir. — Oh bambina, mi sei mancata, sai? (Senti sua falta, sabia?)
— Cari, você é doida. Mas é bom te ver! — Calliope a abraça, eu me aproximo, não aguento isso não. — Arizona, oi.
— Calliope... — olho entre as duas, pigarreio e não consigo me conter. — De onde vocês se conhecem?
— Ah, essa é uma boa história. — Carina ri, olha o relógio em seu pulso. — Se estiverem livres vai ser ótimo almoçar juntas, soprattutto con te, Callie. (com você especialmente, Callie.) — Carina morde o lábio ao dizer mais alguma coisa em italiano.