🌺 Capítulo 11 - Mil e uma noites de tensão - Parte 2 🌺

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__ Adrielle!

Viro o rosto rapidamente só para comprovar que Khan vem mais atrás.

__ Me deixe em paz! Volte para seus convidados. __ Aumento a velocidade começando a mancar pelo longo corredor.

__ Algum problema, senhor? __ Ouço a voz de um de seus "cães de guarda."

__ Não. Está tudo bem. Eu resolvo isso, Aziz.

__ Sim, senhor.

Avanço pelo corredor sem que Khan me alcance. Antes de virar à direita, olho para trás uma última vez e constato que ele desapareceu.

Claro que não ia perder seu tempo precioso!

Tiro parte do cabelo do rosto e volto a caminhar com calma em direção a ala do harém. O único som que ouço é o tilintar das pulseiras presas em meus tornozelos e pulsos.

Meu coração para por uma fração de segundos...

Da fresta de uma das divisórias que decoram o corredor, dois braços musculosos se estendem e me puxam.

__ Não...__ Exclamo sem fôlego.

Com as mãos em meus ombros, Khan me encosta na parede.

__ O que pensa que está fazendo? __ Tomba a cabeça de lado e cerra um pouco os olhos. __ Acha que pode falar comigo daquela maneira na frente das pessoas?

__ E você acha que tem o direito de me humilhar daquela forma?__ Cutuco seu peito com um dedo.

Khan une as sobrancelhas grossas, segura meu dedo e é muito rápido nos movimentos. Apesar de firme segura minha mão com delicadeza e a coloca atrás de meu corpo me puxando em seguida.

__ Quando te humilhei?

Sinto toda a extensão de seu corpo colado ao meu. Meu coração parece que vai saltar do peito. Mesmo assim, ergo a cabeça e o enfrento. Sei que meus olhos estão brilhantes por conta da adrenalina que percorre acelerada em minhas veias.

__ Quando me tratou como uma mercadoria nessa sua disputa de poder com Farid. __ Falo entredentes.

__ Te contei tudo o que ele fez contra meu país. __ Seus olhos vasculham de muito perto cada detalhe de meu rosto.

__ E quando encontrou uma chance de revidar, não pensou duas vezes me expondo feito um troféu. __ O empurro com a mão livre, sem alcançar sucesso. __ No fim das contas, não me decepcionou. É igual a todos os outros.

Khan me observa sério. Os olhos descem até minha boca de um modo desconcertante. Ao mesmo tempo em que me sinto atraída, tenho medo do que pode acontecer.

__ Não me compare.__ Sua voz está rouca.

__ Deixe-me ir. __ Debato-me tentando me afastar.

Khan prende-me com seu corpo. O excesso de intimidade me desespera.
Sinto as pernas trêmulas e sei que não é por causa do problema no tornozelo.

Uma das mãos repousadas em meu ombro desliza vagarosamente em direção ao meu pescoço.

__ Não me toque. __ Chego ao meu limite.

Homem algum chegou tão perto novamente depois do que aconteceu.

Khan faz uma breve carícia em meu pescoço, suspiro de forma trêmula. Ele deixa a mão cair. Por mais suave que seu toque seja, sinto a pele aquecer onde seus dedos estiveram.

__ Não se preocupe. Não pretendo tocá-la a menos que me peça.

__ Jamais te pedirei isso. __ Ergo o queixo.

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