🌺 Capítulo 14 - Pesadelos 🌺

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Lembranças dolorosas se misturam com fatos recentes...

As mãos de Khan e seus beijos que me enlevam a ponto de esquecer quem sou e tudo o que passei são substituídas por mãos ásperas e suadas que deslizam por meu corpo forçando-me a fazer algo que não quero. Suplico que pare, então um tapa é desferido em meu rosto. Sinto gosto de sangue na boca. E quando chega o alívio por ele ter terminado, o outro entra no cubículo fétido...

__ Adrielle! Acorde!__ Abro os olhos assustada. Aiyra me segura pelos ombros.

__ O que aconteceu?__ Passo a mão na testa molhada de suor.

__ Acho que a senhorita estava tendo um daqueles sonhos agitados. Quando começou a chorar e gritar por socorro fiquei assustada. __ A garota me observa preocupada.

Ajoelha-se entre as almofadas da cama e segura minhas mãos.

__ Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudá-la?

Sento ainda com a respiração agitada pelo pesadelo.

__ Não há nada que possa fazer quanto a isso, Aiyra. O estrago que foi feito há alguns anos, talvez nunca tenha reparo.

__ O que aconteceu, senhorita? __ Ela desliza as mãos por meus cabelos agora na altura dos ombros em um corte estilo Chanel que ela mesma providenciou para concertar o que fiz.

__ Me feriram da pior forma, Aiyra. Roubaram meus sonhos e minha dignidade. Acho que nunca conseguirei ser uma mulher normal...

Aiyra não insiste. Apenas me abraça por um tempo depois pega a escova e começa a pentear meus cabelos...

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Não saio do quarto há três dias. Evito encontrar Khan, Kalled e aquele infame do secretário deles. Mas na ligação dessa manhã, Anette informou que está chegando com a equipe de foto e filmagem para gravarmos a campanha.

__ Nosso Sultão viajou a negócios, senhorita. Me deixou responsável por sua segurança. Estarei a sua disposição no que precisar.__ Aziz faz uma reverência.

__ Sei. Tenho certeza que o quê o seu Sultão recomendou na verdade foi que me vigiasse para que eu não faça nenhum estrago em sua ausência.

Sorrio irônica quando encontro o chefe da guarda de Khan na porta de meu quarto.

__ Que isso, senhorita...__ Aziz desvia o olhar sem jeito.

__ Não se preocupe. Não pretendo lhe dar trabalho. Só preciso receber o pessoal da agência e acabar logo com isso.

Aziz apenas acena a cabeça e me acompanha de perto e em silêncio até o pátio de entrada...

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Enquanto aguardo Anette e a equipe, dou uma volta pelo pátio de entrada do palácio. O mesmo garanhão árabe que Khan montava no dia em que o conheci está se alimentando em um dos cercados próximos. O animal logo nota minha presença. Ergue a cabeça, mexe as orelhas e me observa.

__ Oi... __ Me aproximo fascinada com a beleza do puro-sangue branco, porém com receio de que o animal tenha uma reação agressiva. Seu olhar curioso me incentiva a chegar cada vez mais perto.

Solta um relincho baixo. Paro imediatamente. Depois sacode a cabeça como em um cumprimento. Sorrio e ergo a mão bem devagar em direção à sua cabeça.

__ Tudo bem. __ Falo baixo para não assustá-lo.

Meus dedos tocam de leve a pelagem da cabeça. Deslizam para o pescoço. Ele parece gostar de carinho, fecha os olhos e tomba a cabeça em minha direção.

Ela é indomável Onde histórias criam vida. Descubra agora