__ Fico feliz que finalmente tenha saído do quarto, senhorita Adrielle. Não pode ficar o dia todo trancada. Precisa respirar ar puro.__ Aiyra comenta enquanto faz uma pequena trança lateral em meu cabelo.
Estamos em um dos jardins internos do palácio. Acredito que a intenção foi reproduzir um pequeno oásis no local. Há pequenas palmeiras, folhagens e flores em vasos por toda a parte. Uma tela no teto protege o ambiente dos raios solares deixando o clima mais agradável.
__ Me chame só de Adrielle, Aiyra, por favor. Esse negócio de senhorita é chato e ultrapassado. E não saí do quarto antes, porque seu "bondoso" Sultão ontem me escorraçou do jantar feito um verme. Ordenou que eu permanecesse lá enquanto investiga o que aconteceu. Ficou óbvio que não acredita em minha versão.
__ Nosso Sultão é um homem justo. Quer apenas ter certeza do que aconteceu antes de tomar qualquer decisão.
É impressionante como ela o idolatra.
__ Não me importo se acredita ou não em mim. Só quero ir embora logo desse lugar.
__ Por que odeia tanto estar conosco?__ Aiyra me lança um olhar ofendido.
__ Não me leve a mal, Aiyra. Não tenho nada contra você, seu povo e o palácio. __ Seguro sua mão. __ A questão é que este não é o meu lugar. Tenho uma casa, família e emprego. Além do mais fui trazida para cá contra a minha vontade. Isso é crime sabia?
__ Sinto muito.__ Aiyra abaixa a cabeça. __ Sentirei sua falta quando partir. As pessoas não costumam conversar muito comigo no Palácio.
__ Por que isso?__ Franzo a testa.
__ Não sei o que fiz.__ A garota ergue os ombros.__ As outras apenas me desprezam.
Me pergunto se as outras não sentem ciúmes de Aiyra por ser jovem e bonita.
__ Aiyra, tire-me uma dúvida...__ Desço da fonte onde estava sentada e caminho pelo jardim.__ Existe um aparelho de telefone no Palácio?
__ Claro! Fica no escritório do Sultão. __ Aiyra responde distraída enquanto serve o suco de uma jarra em dois copos.
__ Poderia me mostrar onde fica?
A garota ergue a cabeça alerta.
__ O que está pensando em fazer, senhorita?__ Sacode a cabeça. __Quer dizer, Adrielle.
__ Nada demais! Apenas uma ligação para minha irmã. Estou sumida há três dias, Aiyra. Quando não apareci para a sessão de fotos, minha agente deve ter ligado para minha irmã. A essas alturas Abigail deve ter surtado e acionado até a Interpol para me achar.
__ Não acha mais fácil pedir ao nosso Sultão autorização para entrar no escritório e usar o telefone?
__ Não acho, não. Seu Sultão não foi nada educado e compreensivo comigo ontem. Talvez reserve para poucos esse lado gentil que tanto fala.
__ Por favor Adrielle, tenha paciência e espere uma posição do Sultão.
__ Aiyra, só precisa me dizer onde fica. Prometo que não envolverei seu nome se for pega. Mas se não quiser me ajudar também entenderei. Encontrarei sozinha.
Aiyra me observa com expressão preocupada. Suspira pesado e me entrega um dos copos com uma limonada gelada.
__ Fica na ala oeste do palácio. Ao lado da biblioteca. Pegue o corredor oeste. É a terceira porta à direita.__ Aiyra quase sussurra.
Seguro seu rosto e beijo sua face deixando a garota atordoada.
__ Você é uma ótima amiga, Aiyra.__ Bebo a limonada com vontade.
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Ela é indomável
Roman d'amourDurante a adolescência, Adrielle Machado passou por um episódio traumatizante que a marcou profundamente. Um relacionamento abusivo a deixou com marcas físicas e psicológicas que atrapalharam seu sonho de se tornar uma modelo de sucesso. Drica, como...