Adrielle
Os portões do palácio foram abertos. Além de parentes, convidados, membros do conselho com suas famílias e a tribo que Khan lidera, o povo de Durab fi Alsahra teve direito de acompanhar a cerimônia ecumênica realizada nos jardins da propriedade.
Onde começa a areia do deserto o povo se aglomerou assim que o sol nasceu para tentar assistir o ato religioso que se iniciou algumas horas depois.
A cerimônia civil foi realizada no interior do palácio assistida apenas por familiares e membros do conselho.
Fui guiada ao altar por Hugo, marido de minha mãe e pai de Kayke. Um arco decorado com flores e véus brancos foi montado no jardim e mais a frente, um altar em destaque onde dois religiosos nos aguardaram.
Participamos da prece feita por um sacerdote do povo alsahra intitulado de iemem e recebemos as bênçãos de padre Vinicius que aceitou o convite e veio em companhia de meus avós.
O traje dourado confeccionado por dona Soraia foi dividido em duas peças. Um corselete ajustado ao meu busto preso por fios dourados e uma saia longa no mesmo tecido com caimento suave. Na cabeça, um véu transparente que cintila como se carregasse pó de ouro.
A maquiagem feita pelas mulheres da tribo me emprestou um olhar misterioso e evidenciou a tonalidade verde. Me senti flutuar pelo caminho azulejado coberto por pétalas vermelhas e iluminado por lamparinas marroquinas.
Pela voz de um dos cantores, uma melodia envolvente dominou o espaço enquanto me aproximei do altar onde
Khan aguardou em posição de destaque enviando-me paixão através de seu olhar vidrado.Segurou minha mão com reverência quando o alcancei. Em nenhum momento seus olhos se desviaram dos meus. Uma carícia discreta em meus dedos transmitiu segurança e proteção.
Parece que a respiração de todos ficou suspensa como a minha quando no fim da cerimônia ergui o rosto em sua direção. As joias em meus pulsos tilintaram quando apoiei em seu peito. Khan abaixou a cabeça e tocou meus lábios de forma lenta e apaixonada.
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_ Como está se sentindo?_ Giro em direção à mão que toca suave meu ombro.
_ Muito feliz._ Respiro fundo e sorrio para minha mãe.
_ É o que mais importa, filha. Tudo isso não significaria nada se ele não te tratasse bem._ Dona Eleanor aponta o queixo em direção a Khan que está do outro lado do salão de recepção conversando com alguns parlamentares, mas me busca com o olhar de tempo em tempo.
_ Independente da posição social que ocupa, Khan é um bom homem. A cada dia admiro mais seu caráter e generosidade. Foi se tornando meu porto seguro sem que eu percebesse. E quando me olha, nossa, sinto que posso derreter.
_ Uau! Que transformação, filha. Não se parece em nada com aquela jovem revoltada e triste de algum tempo atrás. Estou tão feliz por você. _ Ela me abraça.
_ Obrigada mãe. Por tudo. E me desculpe pelas burradas que cometi no passado. Sei que fui uma adolescente difícil e a fiz sofrer. _ Sinto a emoção me dominar.
_ Ei, vamos parando com isso!_ Abigail interfere entrando em uma espécie de abraço triplo._ Hoje é dia de festa. Nada de choro. Não queremos estragar essa maquiagem incrível de odalisca que fizeram em você. _ Minha irmã toca meu rosto com carinho.
_ Onde passarão a lua de mel?_ Minha mãe muda de assunto.
_ Iremos algumas semanas para Marrocos mesmo. Khan não quer se afastar muito do país nesse momento. Mais para frente organizará uma outra viagem talvez pela Europa.
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Ela é indomável
Любовные романыDurante a adolescência, Adrielle Machado passou por um episódio traumatizante que a marcou profundamente. Um relacionamento abusivo a deixou com marcas físicas e psicológicas que atrapalharam seu sonho de se tornar uma modelo de sucesso. Drica, como...