🌺 Capítulo 27 - Mal entendido 🌺

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Adrielle

Sei que tudo não passa de mais um pesadelo, porém não consigo escapar do beco escuro ao qual estou mergulhada.

Fujo de duas figuras horrendas com rostos encobertos. Ambos tentam me alcançar. Acabo tropeçando e caindo. Uma dor dilacerante me invade.

Alguém chega e os arranca de cima de mim.

Graças a Deus! Ele está aqui. Mas uma nova pessoa aparece por trás e apunhala meu salvador pelas costas.

Ele está sangrando! Deixem-o em paz!

__ Khan! Não! __ Grito para que fuja...

Khan

A negritude da noite estrelada vai dando lugar a uma variedade de tons em vermelho ao leste onde o sol começa a surgir...

Meus olhos percorrem a imensidão que se descortina na planície do acampamento.

Ela é como o deserto: bela, misteriosa e indomável. Talvez eu nunca consiga fazê-la esquecer o mal que lhe fizeram.

Lutei contra a opinião do conselho, que não aprova a união do Sultão com uma estrangeira. Fiz como meu pai quando se apaixonou por minha mãe. Mas receio que nosso casamento esteja fadado ao fracasso desde o início, porque ela tem medo de mim.

Fecho os olhos e respiro o ar ainda gelado da madrugada no deserto. Aiyra me contou sobre os pesadelos que Adrielle tem com frequência. Mas presenciar sua angústia me perturbou demais.

Sentir o tremor de seu corpo frágil enquanto chorava baixinho, talvez revivendo o tormento que passou, doeu mais do que esperava.

Não pude fazer muita coisa além de mantê-la acolhida em meu peito e falar que tudo já tinha acabado e estava tudo bem.

Talvez ela nem tenha se dado conta do que aconteceu, porém eu não consegui pregar os olhos a noite inteira.

Pior foi ouvir meu nome envolvido no sonho que a atormentava...

Não suporto imaginar que está sofrendo ou fazendo algo contra sua vontade. Talvez eu a tenha pressionado demais.

Não quero que tenha medo de mim. Me distanciarei o quanto for preciso para que se recupere...

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Adrielle

Desperto sentindo falta do corpo quente de Khan ao meu lado. Da respiração compassada que transmite paz. E dos braços protetores que transferem seguraça. Sei que tive outro pesadelo nessa noite. Mas dessa vez foi diferente. Ele estava lá e me salvou dos fantasmas que me atormentam.

Giro sobre as almofadas. Pisco algumas vezes até me acostumar com os primeiros raios solares que invadem a tenda. Há uma brecha na parte de trás da lona. Sento e observo a figura altiva de Khan parada olhando para o horizonte.

Ele foi incrível na noite passada. Foi compreensivo e carinhoso. E eu, mais uma vez o decepcionei. Essa poderia ter sido a noite mais linda de nossas vidas, porém estraguei tudo com meus medos e inseguranças.

Espero que não tenha desistido. Estou disposta a lutar contra as lembranças que me paralisam.

Ele disse que hoje voltaríamos para o palácio. Mas não acho que lá é o local ideal para nos entendermos. Talvez eu consiga convencê-lo a ficar por mais alguns dias no acampamento.

Levanto, passo uma manta sobre os ombros e vou ao seu encontro. Está tão distraído que só se dá conta de minha presença quando o abraço por trás pela cintura.

Ela é indomável Onde histórias criam vida. Descubra agora