Sina Deinert
Eu subia as escadas completamente ciente de que Noah estava a alguns centímetros atrás de mim, seguindo comigo para o meu quarto. Também estava ciente de que ele estava ligeiramente bêbado, e que disse, com todas as letras, que não iria tocar em mim.
O que me pegou de surpresa foi o fato de eu quase torcer para que isso fosse mentira.
Abri a porta, dando passagem para ele logo atrás de mim. Quando ele entrou, virei a chave e fui ao seu encontro.
Noah já havia se jogado de bruços na minha cama, e se eu não soubesse do seu estado alcoolizado, diria que ele poderia estar até morto. Constatei que ele era de tirar o fôlego até naquele estado, mas como ultimamente eu vinha notando que ele era de tirar o fôlego em qualquer ocasião, deixei para lá.
Fui até ele e tirei seus sapatos, depois as meias. Com dificuldade, puxei seu corpo mais para cima, de forma que seus pés não ficassem para fora da cama. Agradeci em silêncio quando ele notou minha luta e se levantou, engatinhando até encostar a cabeça em um dos travesseiros.
Sentei ao seu lado, na altura de sua cabeça, ficando encostada na cabeceira da cama, depois de remover o outro travesseiro. Fiquei admirando-o em silêncio, uma coisa que eu estava me acostumando a fazer agora.
Depois de algum tempo, ele abriu os olhos e me fitou. Ao notar que eu estava o encarando, fechou-os rapidamente, voltando a ficar como antes. Quando repetiu o ato pela terceira vez, não consegui prender o riso.
Peguei o livro que repousava no criado mudo ao meu lado, abrindo em uma página aleatória e fingindo ler com interesse. Noah suspirou uma vez. Então se mexeu, suspirando com mais força. Depois bufou, se virando completamente na cama, enquanto eu continuava aparentemente compenetrada na leitura, fazendo muita força para não rir.
Ele parecia uma criança chamando a atenção, e isso era ao mesmo tempo tão engraçado e adorável que eu tive que me segurar para não jogar o livro em qualquer lugar e abraçá-lo como fazia no andar de baixo há alguns minutos atrás.
Imaginei um Noah com três anos, fazendo a mesma birra, e tive a certeza que ele foi uma criança absurdamente mimada, porque era humanamente impossível alguém negar alguma coisa àquele bico de "me-dê-atenção".
Vendo que não estava obtendo sucesso com sua estratégia de fazer manha, Noah perdeu a paciência e, sem nenhum cuidado, afastou minhas pernas indo se deitar de bruços entre elas, repousando a cabeça em meu colo e pondo as duas mãos dos dois lados de minhas coxas. Mesmo depois do surto, ele continuava fingindo que estava dormindo.
Não consegui não gargalhar.
- Rindo do quê?
- De você! - Falei, finalmente fechando o livro e deixando minhas mãos livres para passearem em seus cabelos outra vez.
Ele bufou outra vez.
- Você não me dá atenção.
- Não seja bobo. - Falei, ainda sorrindo, tentando agora tirar a gravata embolada em volta de seu pescoço.
Na tentativa de me ajudar, ele virou-se de barriga para cima, terminando de desabotoar a camisa que usava e jogando-a para o lado. Depois, voltou à posição original entre minhas pernas.
Eu não era daquelas mulheres que ficavam "secando" homens o tempo todo, e também achava muito inapropriado certos comentários que ouvia das meninas com relação a alguns clientes que frequentavam a casa, mas eu tinha que admitir, com todas as sílabas: O homem que agora trajava apenas uma calça social, deitado em meu colo, era absurdamente gostoso.
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𝗗𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗔𝗺𝗼𝗿 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁.
RomanceNoah é um jovem de negócios, embora não saiba nem do que tratam os contratos que assina. Sina é uma prostituta de luxo, apesar de sentir-se extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar a vida. Como havir de ser, os dois se encontram...