Sina Deinert
– Não vou trabalhar hoje. - Falei com o rosto enfiado no travesseiro. Noah parou de beijar minhas costas instantaneamente.
– Por quê? - Ele perguntou, e eu já identificava o tom de preocupação em sua voz.
– Não estou me sentindo bem.
Ele deitou ao meu lado.
– O que você tem?
– Cansaço. E enjôo, de novo.
Noah havia me visto vomitar duas vezes naquela semana, e vinha se mostrando a cada dia mais preocupado com a minha condição. Mas como realmente queria poupá-lo, preferi esconder dele a dor de cabeça e nas costas. Eu omitia alguns sintomas unicamente porque me pareciam pouco importantes, então não era como se eu estivesse o enganando ou algo assim.
– Ok. Eu não vou trabalhar também.
Tirei meu rosto do travesseiro, encarando-o com a cara amassada.
– Claro que você vai. - Falei em um tom mandão.
– Não vou. Vou levar você ao médico.
– Não precisa me levar em médico nenhum. Tenho certeza que isso vai passar...
– Você diz isso há duas semanas!
– … E além disso - Continuei, fingindo não ouvi-lo -, eu tenho pernas. Posso ir sozinha se passar mal.
– Até parece que vou te deixar ir sozinha nessas condições.
– Um taxi faz exatamente a mesma coisa que o seu carro.
– Não adianta. Nada do que você fale vai me convencer...
– Certo. Não era hoje que você tinha aquela reunião pela qual está esperando há um mês?
Ele continuou me encarando, possivelmente processando minhas palavras.
– Merda!
Noah se levantou, procurando em volta aguma coisa. Quando encontrou seu celular, automaticamente começou a discar um número decorado.
– Vou avisar à Any pra cancelar...
Pulei da cama e tomei o celular das mãos dele antes que pudesse completar o número. Voltei a deitar no colchão de bruços, com o aparelho debaixo da minha barriga.
– Quero meu celular de volta. - Ele falou, tentando empregar um tom de monotonia na voz.
– Você vai trabalhar.
– Já disse que não vou. Se você piorar...
– Eu não vou piorar! Pare de me tratar como uma criança!
– Então pare de agir como uma!
– Vai à merda, Noah! - Respondi, jogando um dos travesseiros nele - Ou melhor, vai trabalhar!
– Não vou!
Olhei-o de maneira furiosa, sabendo que aquele era o momento de usar minha carta curinga.
– Se você não for, eu faço greve.
Ele abriu a boca, incrédulo.
Sua expressão mudou imediatamente de uma segurança plena para alguma coisa do tipo “como você pôde jogar tão baixo?”.
A ameaça de falta de sexo era sempre uma boa opção para qualquer espécime do sexo masculino, principalmente quando se tratava de Noah.
Suspirei, tentando fazer com que voltássemos a conversar como adultos.
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𝗗𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗔𝗺𝗼𝗿 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁.
RomanceNoah é um jovem de negócios, embora não saiba nem do que tratam os contratos que assina. Sina é uma prostituta de luxo, apesar de sentir-se extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar a vida. Como havir de ser, os dois se encontram...