2.

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Noah Urrea

- Merda. Preciso de uma trepada.

Eram 22h. O Último Tango em Paris havia acabado de passar na TV, e eu começava a falar comigo mesmo.

- Ótimo Noah. Fique maluco e fale sozinho.

Fazia quatro semanas que eu não fazia sexo. Nos meus padrões, esse era um tempo longo. No entanto, a única vontade que antes era constante na minha vida atualmente também estava decaindo na minha lista de prioridades.

- Bom, já vi que aguento quatro semanas sem. Mas mais que isso também não dá.

Vesti meus jeans, uma blusa preta e minha jaqueta. Segui no Volvo para o lugar onde, durante meses, me sentia quente e aconchegado quando procurava uma mulher.

A rua estava deserta e silenciosa como sempre. Um pequeno letreiro rosa-neon muito discreto brilhava em cima de uma porta bem ornamentada. "Tanya's".

Entrei no local sem bater. Era familiar, eu já havia estado ali muitas e muitas vezes. Um ambiente escuro, decorado em madeira, abrigava homens de classe alta e mulheres lindas e bem vestidas. Grande parte dos clientes eram senhores ditos respeitosos fora daquele ambiente. A luz fraca era agradável, deixando o lugar misterioso e quente. Músicas aleatórias, mas sempre sensuais, ajudavam na ambientação.

O bar central acomodava duas lindas meninas que preparavam drinks. Alguns homens puxavam assunto enquanto elas faziam seus trabalhos. Aos cantos, muitos sofás e mesas estavam ocupados por casais, uns mais discretos, outros completamente sem pudor.

- Noah! É mesmo você?

Me virei e vi um rosto conhecido.

- Olá, Tanya.

- Por onde andou? Pensei que tivesse nos abandonado!

- Estive fora por algum tempo. Problemas na empresa. - Menti.

- Vai ter que compensar os dias que ficou ausente então.

Com uma piscada, Tanya me puxou para o bar, ordenando à moça morena que me servisse uma dose de whisky.

- Olá, Noah! - Três garotas me cumprimentaram às minhas costas. Virei e vi três beldades.

Jessica, uma morena linda e muito pequena, Angela, com traços latinos e Rose, loira e escultural.

- Oi, meninas. Como estão?

- Bem. Mas sentimos saudades suas. - Respondeu a loira, com uma certa tara no olhar.

- Esteve frenqüentando outros "ambientes"? - Jéssica perguntou.

- Não, estava viajando a trabalho. - Menti novamente. Não queria falar que meu sumiço se dava à minha total falta de vontade em sexo, e que agora precisava tirar o atraso.

- Bom, você precisa relaxar então. - Angela falou, aproximando-se para me fazer uma massagem nos ombros.

- As três estão livres, Noah. - Disse Tanya, como se as meninas não estivessem ali. Elas sorriram com malícia.

Foi quando vi uma garota que, até então, nunca havia visto na Casa de Tanya. Uma menina aparentemente normal, ordinária. Cabelos longos louros, pele muito branca, um pouco mais alta que Jéssica e parecendo estar completamente deslocada.

- Tanya, quem é ela?

Ela e as meninas se viraram para olhar para o fundo do salão.

- Ah, quase tinha me esquecido! Aquela você não conhece, chegou há duas semanas. Chama-se Sina.

𝗗𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗔𝗺𝗼𝗿 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁.Onde histórias criam vida. Descubra agora