Maratona 2/6
Sina Deinert
Algum tempo depois, a porta foi aberta e eu tive que esperar um pouco para que meus pensamentos, antes na ponta da língua, voltassem a fazer sentido. Tudo isso porque o desgraçado, obviamente de propósito, vestia nada além de uma boxer azul-marinho que delineava os músculos das pernas e do abdômen com uma perfeição angustiante. Seus cabelos estavam completamente molhados e o cheiro do sabonete nele me deixava um pouco tonta.
- Não está muito frio pra isso? - Perguntei, sentindo uma raiva irracional do meu próprio descontrole.
- Não. Aqui está um forno, o aquecedor está forte demais.
- Então diminua o aquecedor e ponha uma roupa.
- Por quê?
Para que eu possa parar de babar como um cachorro faminto.
- Você vai pegar um resfriado.
- Não se preocupe com a minha saúde. O que é isso?
Noah apontou para os itens em minhas mãos, me fazendo lembrar do que eu deveria fazer.
- Coisas que eu queria te mostrar.
Ele se sentou ao meu lado na cama - excessivamente perto, fazendo com que todos os perfumes do banho recém tomado me aturdissem mais um pouco - e analisou com interesse o papel que eu segurava.
- São exames. - Comecei, entregando a ele a folha dobrada - Eu sempre fiz a cada três meses. Você sabe, exames de rotina necessários pra... mim.
Aquele assunto era delicado, e se eu não tomasse muito cuidado com as palavras, nossa noite se tornaria extremamente desagradável de uma hora para outra.
Naquela folha estavam exames que provavam o que eu havia dito a ele na noite anterior:
eu estava limpa de qualquer doença que pudesse vir a ter por causa do meu passado.- Esses exames foram feitos há um mês atrás. - Indiquei com o dedo a data na extremidade superior do papel - E eu juro que não estive com ninguém, desde o dia em que você foi embora até o dia que você voltou.
- Eu acreditei ontem. - Ele disse, numa voz baixa e um pouco seca, mas ainda analisando o que dizia o papel.
- Mesmo assim, pra você não ter dúvidas...
- Eu parecia ter alguma dúvida ontem, quando te comi três vezes sem camisinha?
- Eu só queria provar, ok? - Me surpeendi com minha própria voz, que saiu mais alta e mais séria do que jamais havia ouvido antes.
Noah pareceu notar isso também, então tudo o que fez por um bom tempo foi me encarar com uma expressão séria, mas leve. Então, sem ter mais nenhuma forma de levar o assunto adiante, ele finalmente se rendeu.
- Ok.
Tirei o papel de suas mãos com um pouco mais de força do que desejava, mas não me desculpei.
- Esse é o anticoncepcional que eu tomo. - Mostrei a cartela com os comprimidos, ainda no início - Você também não vai ser pai antes da hora.
Ele encarou a embalagem em suas mãos, sem dizer nada. Suspirou profundamente, me entregando de volta sem nenhuma reação.
- É uma pena que você precise me mostrar essas coisas pra se sentir melhor.
- Eu achei que você fosse ficar mais tranquilo se visse.
- E eu achei estar claro que confio em você. Não precisa me provar nada, basta dizer e eu acredito. Por acaso eu também preciso mostrar algum exame pra que você tenha certeza...
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𝗗𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗔𝗺𝗼𝗿 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁.
RomanceNoah é um jovem de negócios, embora não saiba nem do que tratam os contratos que assina. Sina é uma prostituta de luxo, apesar de sentir-se extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar a vida. Como havir de ser, os dois se encontram...