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Sina Deinert

Foi difícil fazer com que ele me largasse, por isso demorei um pouco para escolher uma roupa apropriada na minha mala. Finalmente constatei que havia trazido um suéter preto de gola alta, o que seria perfeito para cobrir minhas marcas. Vesti uma das calças skinny e coloquei a mesma bota que usava quando cheguei em Londres.

Antes de vestir o suéter, voltei ao banheiro para passar meu creme para hematomas, e quando entrei no quarto outra vez, o perfume não passou desapercebido para Noah. Cinco minutos depois eu ainda estava lutando para tirá-lo de cima de mim na cama, lembrando-o que tinha que buscar produtos de limpeza para limpar a coisa nojenta que ainda estava do outro lado.

Já no andar de baixo, encontramos com Wendy.

- Bom dia, queridos! - Ela falou com um sorriso iluminado, parecendo verdadeiramente feliz em nos ver, enquanto dava em cada um de nós um abraço apertado - Por que acordaram tão cedo?

Eu não sabia que horas eram, e pelo que parecia, Noah também não.

- 07:15h ainda... Parece que madrugamos. - Ele falou, olhando no relógio novo em seu pulso e sorrindo de forma hipnótica para mim.

- Na verdade, Wendy... - Comecei, piscando algumas vezes para parar de olhar feito tonta para ele - Aconteceu um acidente lá em cima...

- Mãe, alguma empregada veio hoje? Alguém pode limpar o quarto?

- Três.

- Não precisa mandar ning...

- Ótimo. Sina não acordou muito bem disposta hoje. Acho que metade da ceia de Natal está no chão do nosso quarto.

Corei.

- Não está se sentindo bem? - Esme perguntou com uma expressão preocupada.

- Estou bem agora... Só acordei um pouco estranha. Mas eu realmente posso...

- Não se preocupe, querida. - Ela me interrompeu, já subindo as escadas - Emma está arrumando o meu quarto. Vou pedir pra que ela limpe o de vocês.

- Obrigado, mãe.

Wendy acenou, sem olhar. Quando chegou no andar de cima, gritei para que ela ouvisse.

- Peça desculpas à Emma por mim!

Não sei se ela ouviu, mas não respondeu. Noah me olhava com uma expressão neutra, e eu me sentia a cada segundo mais contrariada.

- Odeio dar trabalho às pessoas.

- Elas são pagas pra isso.

- Só porque elas têm que servir vocês, não quer dizer que tenham que ficar com trabalhos desagradáveis.

Noah falou mais meia dúzia de palavras, enquanto me guiava para a cozinha.
Ignorei todos os seus argumentos, deixando claro minha birra. É claro que aquilo só o divertiu ainda mais.

Passamos pela sala de estar e encontramos Marco sentado em um dos sofás lendo o jornal. Acenei para ele da porta, mas Noah entrou para cumprimentá-lo.

Aparentemente, éramos os únicos acordados. A casa de manhã tinha um cheiro ainda mais agradável, e eu nem sabia dizer do que exatamente era. Estava um pouco frio, mas não deixava de ser aconchegante.

Tomei um chá preto com biscoitos, não porque queria seguir os costumes ingleses, mas por causa do meu enjôo matinal. Como não queria dar mais trabalho a ninguém, achei melhor tomar conta de mim.

- Quer dar um passeio?

Fui arrancada de meus devaneios quando Noah falou ao pé do meu ouvido, com certeza notando minha distração mais uma vez e se divertindo ao me despertar.

𝗗𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗔𝗺𝗼𝗿 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁.Onde histórias criam vida. Descubra agora