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O Cardan se fosse real seria tão lindo mds pq esse homem só existe em livro 😭

Sina Deinert

Saí do banheiro já vestida, pronta para ver a reação de Noah, mas ele já não estava lá. As roupas em sua mala pareciam um pouco remexidas, então imaginei que ele tivesse ido tomar banho em um dos vários de banheiros espalhados por aquela casa.

Penteei meus cabelos e mexi um pouco nos fios aletoriamente com os dedos, tentando deixá-los mais rebeldes, cheios e ondulados. Peguei minha antiga caixa de maquiagem e escolhi algumas cores claras e apropriadas para a ocasião.

Terminei a produção esguichando um pouco de spray fixador no cabelo, um tipo de laquê. No rosto, optei por uma linha fina preta com um delineador escuro, uma sombra levemente prateada muito discreta, blush rosado que parecia combinar com meu tom de pele e gloss incolor, não exgerando na cor dos meus lábios que já eram naturalmente corados. Olhei para meu pescoço e notei algumas marcas claras que permaneciam ali, embora antigas. Passei camadas finas do creme para hematomas e, logo em seguida, um pouco de maquiagem para apagá-los.

Calcei um par de sapatos altos fechados e me olhei no espelho. Constatei que estava bonita. Realmente bonita, e até um pouco sedutora. Pela primeira vez, não me senti deslocada em estar no meio da família de Noah e toda aquela beleza irritante. Pela primeira vez, me senti a altura dele.

Joguei tudo de volta na mala e me virei, pronta para ir à procura do desaparecido, mas levei um susto ao vê-lo ali, parado ao lado da porta aberta como um fantasma, vestindo uma calça jeans escura, camisa social em um tom que derivava de verde esmeralda e que, coincidentemente ou não, combinava lindamente com seus olhos, as mangas dobradas de qualquer jeito até seus cotovelos, além de um sapato preto comum. Os cabelos estavam rebeldes, perfeitos.

- Pelo amor de Deus, faça algum barulho quando chegar.

Ele continuou olhando para mim, sua expressão lembrando um lêmure, e então, passado um susto, tive vontade de rir.

- O vestido ficou perfeito. Obrigada. - Falei, tentando tirá-lo de seu estado catatônico.

- Estou vendo.

Eu estava bela, e me sentia muito bem com isso. Mas ver aquela expressão em Noah era algo que não tinha preço.

- Como acertou nas medidas? Pediu ajuda à Any?

Eu sabia que mulheres eram melhores nesse tipo de detalhes do que homens, então imaginei que ele pudesse ter recorrido à amiga nessa tarefa.

- Não. Eu conheço o seu corpo.

Ah, sim, ele conhecia muito bem. Eu lembrava das noites de "estudo", e me arrepiava toda vez que elas surgiam na minha cabeça. Mas eu não sabia que ele conhecia tão bem assim.

- Seu puto, quer vir logo e ajud... Nossa, Si!

Aquilo de aparecer como mágica era coisa de família. Assim como Noah, Bailey também tinha essa mania.

- Bailey, você está manjando a minha namorada?

- Claro que não. Só estou deixando claro que ela está muito bonita.

- Obrigada, Bailey. - Agradeci, lisonjeada.

- Sabe, você é grande, mas eu tenho um taco de baseball. - Noah falava de forma calma e psicopata, mas notei que ele estava brincando.

- Ok, senhor Síndrome de Otelo. Deixa de ser um filho inútil e vem ajudar seus pais com a ceia.

Bailey saiu do quarto, descendo as escadas e nos deixando nas mesmas posições. Noah continuou olhando para mim, com uma expressão perigosa no rosto, e então imaginei que um de nós dois teria que falar primeiro.

𝗗𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗔𝗺𝗼𝗿 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁.Onde histórias criam vida. Descubra agora