Maratona 6/6
Sina Deinert
Eu praticamente não havia dormido aquela noite, ansiosa pela iminente viagem surpresa a qual não só me faria viajar de avião pela primeira vez - o que tinha que admitir, não era o principal motivo do meu pânico - mas também conheceria a família de Noah, esse sim o fato que me preocupava.
Eles devem ser legais.
Eu repetia isso como um mantra dentro de minha própria cabeça, enquanto assistia Noah dormir. Ele estava mergulhado em um sono profundo, mas notei em alguns momentos que ele sonhava.
Na maioria das vezes, dizia coisas incompreensíveis, mas quando seu rosto se contorcia em uma expressão de tristeza ou desagrado, ele instintivamente me trazia mais para perto de seu corpo, me apertando com tanta força que eu chegava a duvidar se ele estava mesmo inconsciente. Me perguntei se ele estaria tendo algum tipo de pesadelo comigo.
Lembrei de todos os que eu havia tido com ele. Felizmente, a insônia trabalhou nisso, me deixando alerta quase a noite toda e impedindo que meus medos viessem me atormentar na forma de sonhos outra vez.
Eram 5h da manhã quando vi o relógio pela última vez e consegui relaxar nos braços de Noah.
…
Acordei às 10:15h sentindo um pouco de frio. Estava sozinha e com dor de cabeça, por isso tentei dormir mais um pouco, tarefa que se mostrou impossível, já que minha ansiedade não me deixava relaxar.
Tomei um banho quente e demorado, enquanto traçava planos para o resto do meu dia, pelo menos até Noah voltar do trabalho. Me vesti com um conjunto de moletom e meias fofas, peguei uma maçã na cozinha e fui para meu quarto, com o intuito de começar a separar algumas roupas para nossa viagem de Natal.
Encontrei três malas grandes e discretas enfileiradas perto da parede, então me perguntei se Noah realmente achava que eu levaria tanta coisa assim. Ignorando as restantes, separei uma única mala para a viagem.
Escolhi as roupas mais novas por uma série de motivos. Primeiro, eram mais bonitas. Segundo, não havia riscos em fazer com que ele ou eu lembrássemos de coisas desagradáveis. Terceiro, eram muito mais elegantes do que minhas antigas peças, e provavelmente seria mais apropriado me vestir dessa forma perto da família de Noah. Mesmo assim, não deixei de colocar alguns casacos velhos e calças de moletom confortáveis, já que não fazia idéia do quão frias as noites de Londres eram.
Me perguntei se seria de bom tom arrumar as malas de Noah também, já que não sabia a que horas ele voltaria para casa, mas logo desisti da idéia porque, além de poder deixá-lo desconfortável comigo tentando mexer em coisas que eram de sua responsabilidade, eu não fazia idéia de que tipos de roupas ele queria levar.
Peguei o presente ainda embrulhado e guardei na bolsa, com medo de que, se deixasse para depois, esquecesse de levá-lo comigo. Coloquei na mala alguns sapatos, meias, peças para inverno como luvas, cachecol e touca, além de roupas íntimas.
Lembrei que tinha dois vidros de perfume, mas ambos eram fortes demais. Um, inclusive, era o mesmo perfume que havia usado na noite em que nós nos reencontramos, então imaginei que Noah simplesmente o odiasse.
Como única saída, empacotei junto com o restante das coisas meu creme para hematomas - que eu sabia que ele adorava - e fechei o zíper.
Demorei mais do que imaginava. Olhei para o relógio, que marcava 12:30h, então pensei no que fazer para o almoço. Como estava sozinha, qualquer coisa congelada estaria de bom tamanho. Preparei no microondas uma lasanha de legumes e comi, tentando não pensar em nada relacionado à viagem e em tudo que poderia dar errado nela.
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𝗗𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗔𝗺𝗼𝗿 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁.
RomanceNoah é um jovem de negócios, embora não saiba nem do que tratam os contratos que assina. Sina é uma prostituta de luxo, apesar de sentir-se extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar a vida. Como havir de ser, os dois se encontram...