Capítulo 12

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— Você se lembra quando começou a ansiedade?

— Não... Não lembro quando começou, acho que foi quando me envolvi com um cara, mas isso não tem nada a ver, eu estava focado no meu trabalho.

— Continue... Como se conheceram?

— Pela internet, ele me seguia no instagram e me mandou mensagem na Dm conversamos por uns dias e ele me pediu o meu número, eu passei e começamos a conversar pelo whatsapp que é um aplicativo de mensagens que usamos no Brasil. Eu estudava ainda e ele morava perto do colégio, então um dia marcamos de nos ver, ele iria me buscar na escola, ficaríamos juntos e depois eu iria embora. E assim foi feito, depois desse dia ele me mandava textos de madrugada para que eu pudesse ler quando acordasse. Começamos a brigar, porque eu já tinha finalizado o colégio e eu morava longe, eu já trabalhava e era difícil manter a minha rotina porque saia do serviço tarde, eu decidi terminar, mas eu sempre mudava de opinião.

Meus olhos lacrimejaram por lembrar desse momento, meu coração batia cada vez mais forte. Lembrar de ter vivido algo assim por dois anos me dá raiva de mim mesma.

— Eu ficava com medo de não achar um cara como ele. Atencioso e carinhoso por achar que eu não ia conhecer outro cara que me amasse como ele me amou e que demonstrasse na mesma intensidade, sempre esteve ao meu lado e eu que fazia merda no relacionamento. Eu sempre voltava e me machucava.

— Isso ainda te abala bastante, faz quanto tempo?

— Faz 6 anos. Eu sempre achei que tinha superado, mas ele sempre está comigo, esse sentimento que eu tenho por ele parece que nunca vai embora.

— Tem mais algo que queria falar dele?

— Não.

— Alice, se quiser falar mais sobre você, ainda tem 10 min.

— Falar o que doutora? Faz... Faz 6 anos, eu não sei porque ainda sinto isso por ele e sabe que o pior? É que eu não consigo me envolver com ninguém. Eu sempre me joguei de cara para qualquer coisa da minha vida sem medo, aprendizado era sempre isso que eu falava. — Eu me levanto do sofá e começo a andar de um lado para o outro com a respiração ofegante.

— Tudo bem, vou te passar um remédio é para...

— Não, doutora, eu não quero remédio.

— Alice vou te dar um tempo sozinha.

Fico sozinha naquela sala, me sinto uma criança e lágrimas saem de mim com tanta facilidade que eu preciso parar de chorar, eu preciso manter a calma. Me olho num espelho que tem ao lado da porta, pego a minha bolsa, sempre carrego as minhas maquiagens por perto, nunca se sabe o que pode acontecer. Um pouco de corretivo, base, blush, rímel e estava pronta. Sai da sala com um sorriso no rosto, fui até o meu quarto, Matthew estava com as minhas coisas me esperando para irmos embora, quando acordei hoje não vi mais o Logan, que bom que me ouviu e foi embora.

— Vamos, senhorita?

— Vamos. — Chegamos até meu apartamento assim que eu ligo a luz.

— SURPRESA.

Logan, Oliva, Adrian e Emma estavam na minha sala, todos vieram me abraçar, Logan me entregou um buquê de girassóis e me deu um beijo na bochecha e sussurrou no meu ouvido.

— Estava com saudade, trouxe suas flores preferidas.

— Como sabe que essa é a minha flor preferida? — Eu estranho esse comportamento, mas estou tão cansada que eu não vou me importar com isso.

— Apenas sei.

O resto da noite foi perfeita, com a minha família que criei aqui, fui até a varanda, escutei um barulho e olhei para trás.

— Alice precisamos conversar.

— Não Adrian, por favor, vá ver a Olivia.

— Alice só me escuta, eu hoje analiso as coisas que você me falou e eu vejo que errei feio com você. Me perdoe.

— Você me machucou Adrian, abriu feridas que ainda não cicatrizaram, por anos esse amor que eu sentia por você estava comigo, parecia uma sombra e por anos eu deixei esse sentimento de canto, como se não fosse me machucar. E ainda, sim, nesses longos 6 anos esse sentimento me assombra, me faz ser aquela garotinha boba de antes. Se eu te perdoo? Sim, mas não é por você e sim por mim eu mereço um recomeço, eu mereço achar alguém que me ame e me entenda.

— Alice, eu ainda te amo.

— Não posso fazer mais nada por você, suas escolhas do passado definiu o que somos hoje. — Ele abaixa a cabeça e começa a se virar para sair.

— Adrian.

— Sim?

— Não apareça mais na minha casa.

A empresáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora