Observei que ela estava tendo um conflito interno e decidi tomar a frente.
— Tudo que quiser saber sobre mim pode perguntar à Alice.
— Ok, pode perguntar.
— Tem quantos irmãos?
— Tenho uma irmã e um irmão e você?
— Mesma coisa. — Noto que ela está surpresa.
— Como assim? — Ela me olha assustada, esqueci que ela não sabe sobre Emma e o Matthew que somos irmãos, ainda bem que Emma não disse nada.
— Não gosto de falar dele.
— Briga?
— Mais entre mim e o meu irmão, Alice. — Me incomodei com as perguntas que ela fazia sobre eles e ela percebeu.
— Certo, o que você gosta de fazer?
— Andar de skate, ver filme e ficar sozinho.
— Fala a verdade Logan.
— Gosto de ficar ao seu lado, Alice, me traz segurança e eu sei que você não está aqui ao meu lado por querer algo em troca, com você eu posso ser eu mesmo e isso me assusta às vezes, mas também me tranquiliza.
— Sempre que precisar falar comigo estarei aqui.
— Me fala, qual motivo pelas pessoas não te marcarem nas redes sociais no dia do seu aniversário?
— Bom... Alguns bem poucos me mandaram mensagem ou ligaram durante o dia. Conheço pessoas, mas elas não me consideravam como eu as considerava, então deixei uma boa parte para trás. — Ela fica meio perdida olhando para o nada.
— Isso tem tempo?
— Desde quando fiz 18, segui um rumo diferente dos demais, isso deve ter sido estranho. Agora me fala, senhor Logan, quem foi que quebrou o seu coração? — Nesse momento me assusto com sua pergunta.
— Como assim?
— Você pega e não se apega, algo aconteceu.
Eu me calo, não foi ela que quebrou meu coração, mas eu quebrei o dela, naquele dia do baile e depois no hospital eu sabia que eu a perdi, meu peito fica pesado e a respiração começa a faltar, assim que a olho nos olhos dava para ver que ela está se punindo pela pergunta feita, fecho meus olhos e respiro fundo.
— Eu... Não quero que as pessoas se apeguem em mim porque não sou confiável, isso não quer dizer que alguém em si tenha quebrado o meu coração.
— E o que aconteceu Logan? — Como falar que é ela, sem ela saber que é ela de quem estou falando?
— Eu a magoei, antes eu pensava que seria algo bobo, mas se tornou algo a mais e quando eu percebi eu tinha a machucado. Olhar nos olhos dela e ver que a chama que ela tinha nos olhos de desejo por mim sumia e se transformava em lágrimas, aquilo me quebrou e me arrependi do que eu não fiz. Depois daquela noite prometi que não iria deixar mais nenhuma mulher se aproximar de mim como ela se aproximou.
— Nossa... E como vamos chama-lá?
Nesse momento eu penso no que poderia chama-lá, nada mais justo do que a chamar de dama de vermelho, ela fica bem de vermelho e foi com um vestido vermelho que eu a perdi.
— Hmmm... Dama de vermelho, ela usava vestido vermelho, mas por quê?
— Ela foi seu primeiro amor pelo que percebi, vai demorar para superar pela forma que você fala dela, então sempre que quiser falar dela é só dizer essas três palavrinhas que serei seu ombro amigo. — Ela está certa, é Alice, você foi o meu primeiro amor e eu arruinei com tudo.
— Não acho que vou querer falar dela novamente.
— Se precisar estarei aqui.
— Eu sei que vai estar.
— Passa um vinho e um chocolate aí. Passo o que ela pediu e agradeço por não querer fazer mais pergunta, o silêncio estava presente, mas não era desconfortável, isso era bom, Alice me fazia ver um lado que achei que não veria tão cedo, estar com ela quer dizer que eu a machucaria, não ia suportar ver ela daquele jeito no baile aquilo me quebrou eu poderia ter evitado estar naquele banheiro. Alice estava dormindo no meu colo, assim como meu coração se fechou no momento que eu lembro de a ver no baile e depois no hospital o tempo também, algumas gotas caíram no meu rosto e eu acordo a Alice. Tínhamos bebido vinho e eu não iria deixar ela sair no carro, meu apartamento é perto, mas a chuva nos pegou no caminho, o mais engraçado era que ela não reclamava, ela ria enquanto corríamos da chuva, parecia gostar de estar ali, talvez a fizesse se sentir mais viva.
Assim que entramos peguei uma blusa para ela vestir, ela não era baixinha, mas minhas roupas são maiores então caberia nela como vestido, no início ela reclama, mas vai ao banheiro se trocar, entreguei para ela um kit que vinha com toalha de corpo e rosto, creme dental, um pacote de absorvente eu sempre tinha isso em casa porque sempre que vou viajar o pessoal me deixa responsável pelos kits que usamos. Vou arrumar o sofá para eu dormir só que ele não abre de jeito nenhum, já estava ligando para o David quando Alice puxa e arruma o sofá para eu dormir quando eu a olhei, ela estava perfeita com a minha blusa, pele sem maquiagem e o cabelo amarrado de um jeito frouxo ela é ainda mais bonita sem aquela maquiagem ela fala comigo, mas não consigo prestar atenção no que ela diz só consigo olhar e reparar em cada detalhe do seu rosto. A levei pro quarto e peguei alguns cobertores e voltei para sala.
Eu estava dormindo e de novo acontece, eu não sei porque eu ainda tento dormir quando está chovendo, e mais uma vez os olhos do meu pai me traz de volta ao meu terror, me sinto o mesmo menino de 14anos, eu tento acordar porque eu sei que é um sonho, mas não consigo tento me mexer e de novo o carro capota e mais uma vez eu estava desesperado para salvar a minha família fazer o que eu não consegui, mas aí eu acordo e vejo Alice assustada e preocupada comigo. Ela vem até mim e eu a abraço, me sinto o mesmo menino de 14 anos quando descobriu o que tinha acontecido, o medo me invade, mas aos poucos ela me acalma pega um copo d'água para eu me acalmar e até que funciona. Ela quer saber o que aconteceu e por fim eu digo tudo a ela, o dia do acidente, como eu me senti e assim que a olho ela não tem um olhar de pena ou de julgamento, mas sim de compreensão ela diz que a culpa não foi minha, mas ainda não acredito nisso, por fim decidimos dormi e eu a chamo para dormir comigo. Naquele momento com ela em meus braços o mundo poderia acabar porque esse seria o meu final feliz, ela minha garota, a mulher que eu nunca achei que amaria, a mulher marrenta que não abaixa a cabeça para ninguém, eu te amo Alice, como nunca amei ninguém e te ter em meus braços só me traz mai certeza de que você é meu lar. E assim sem eu perceber eu durmo, mesmo com a chuva lá fora minha acalmaria estava nos meus braços e por fim eu consigo descansar.
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A empresária
RomanceAlice uma jovem de 23 anos, empresária, recebeu uma proposta que iria mudar sua vida. Sempre deu tudo de si e fez de tudo para mudar a sua realidade e a da sua família, abidicou de muitas coisas para estar onde chegou. Novas portas irão se abrir, u...