Capítulo 17

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O jantar já estava quase pronto, decidi montar a mesa, coloquei a comida no prato do Logan, risoto, carne e uma salada, acrescentei o vinho na sua taça assim que olho para trás ele ainda está escolhendo um filme para assistir.

— Logan vem jantar.

— Ok, achei.

— Qual filme?

— Depois eu falo, agora estou morrendo de fome.

Logan toda hora dizia que estava uma maravilha, achei que era por educação, mas ele logo disse que não. O jantar foi tranquilo, a música rolava de fundo, a chuva lá fora continuava e estava cada vez mais forte. Arrumamos a cozinha e eu peguei o brigadeiro com os morangos e duas colheres e uma garrafa de água Logan veio atrás com os copos.

— Escolhi até o último homem, parece ser bom.

— Tudo bem, pode ser.

— Beleza.

Meu sofá virou uma cama cheia de cobertores, estava bem confortável, o filme era bom e triste ao mesmo tempo, ainda mais sendo, em fatos, surreal. Decidimos assistir outro filme só que a energia simplesmente acabou, já imaginei que isso ia acontecer por conta da ventania que estava lá fora.

— Bommm... Senhorita Alice me diga um segredo.

— Hmmm... Não tenho nem um.

— Mesmo?

— Sim, sou um livro aberto.

— Engraçado, não te vejo como um livro aberto e sim um verdadeiro mistério.

— E você?

— Eu tenho bastante, na verdade.

— Eu imaginava ser assim, você sempre está em gandaia, sempre rodeado.

— Isso é só um passatempo, nunca confiei em ninguém ali, só estão comigo por conta da fama e do meu histórico, da minha família.

— Entendo.

— Mesmo?

— Na real, não. Mas não sou de confiar em muitas pessoas, aprendi na marra a ser assim.

— A vida não foi fácil para você né Alice?

— E tem alguém que ela facilitou?

— Essas pessoas que me rodeiam não tem uma vida difícil, são bem alegres.

— Ou elas só fingem que está tudo bem assim como você faz.

— Nunca parei para pensar nisso, tem razão. Alice você precisa fazer mais brigadeiro, isso é muito bom.

— É uma delícia mesmo.

Conversamos até pegarmos no sono, nem me lembro sobre o que estávamos conversando quando eu vi já tinha amanhecido e mais uma vez nos braços do Logan levantei sem fazer barulho fiz um coque e preparei um café da manhã para gente, enquanto o pão de queijo assava decidi fazer meu devocional, sempre gostei de ficar na varanda para fazer meu devocional, mas daria trabalho demais para limpar então puxei um puf abri um pouco a porta que ficava entre a sala e a varanda li a bíblia e fiz minhas anotações assim que finalizei fui até a cozinha e tirei o pão de queijo do forno.

— Bom dia, que cheiro bom é esse?

— Isso aqui é um pão de queijo, experimenta.

— Nossa, meu Deus, isso é muito bom. Qual o nome mesmo?

— Pão de queijo. Agora senta para tomar café da manhã direito.

— Ok madame. O que vai fazer hoje?

— Trabalhar e você?

— Vou viajar.

— Sério? Para onde?

— Ainda não sei, preciso de um tempo para mim, para ficar sozinho, pensar melhor, entende?

— Entendo sim e vai para onde?

— Los Angeles.

— Certeza?

— Sim.

— Tudo bem.

— O que estava lendo hoje de manhã?

— Estava lendo a bíblia.

— Você gosta?

— Sim.

- O que tava lendo?

— Salmos 23.

— E o que isso te lembra?

— Como assim?

— Você toda hora parava e ria um pouco, o que você lembrou?

— Quando era mais nova ia para igreja e a professora da salinha sempre pedia para gente falar algum versículo e eu sempre falava o mesmo.

— Qual era?

— Salmos 23 ''O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta. Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem. Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice. Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver.''

— Nossa e como decorou isso tudo ainda criança?

— Eu sempre dizia ele, acredito ser uma forma de Deus me alertar, mas ainda era pequena e não tinha tanta noção de quem ele realmente era. Que horas você vai?

— Comprei as passagens ontem, vou sair 11:00AM volto daqui a três meses.

— Certo. Precisa correr, então já são 09:40 AM. — Aquilo para mim foi um soco, mas é a vida dele, não posso fazer nada

— Meu Deus a hora passou voando, muito obrigado por ontem e hoje Alice os dias com você são diferentes, você é luz na minha vida. — Fiquei sem reação, na hora ele me puxou para um abraço apertado e me deu um beijo na testa.

— Me espera Alice. Só me espera esses três meses vão voar.

Eu ainda estava paralisada. Esperar o quê? Estávamos juntos? O que estava acontecendo aqui? Ele me dá um beijo no canto da boca e chama o elevador que chega rápido demais, ele me olha pela última vez e as palavras Eu te amo Alice saem da sua boca, nesse momento a porta do elevador se fecha e ele foi embora. Algo dentro de mim, dizia que isso não era boa ideia, mas o quê? Nós? Essa viagem? Espantei esses pensamentos e tratei de arrumar minha cozinha e me arrumar para ir pro serviço, o dia estava cheio e ainda tinha coisa para resolver do lançamento.

A empresáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora