Capítulo 35

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Abro meus olhos e me deparo com a Alice dormindo em meus braços, nunca pensei que traria uma mulher para dentro do meu apartamento, isso sempre estava fora de cogitação, mas do nada chega Alice em um salto exalando o seu poder por uma sala fazendo com que todo muro criado a anos caia bem diante dos meus olhos. Eu poderia continuar olhando para ela, mas decidi fazer o nosso café da manhã. Eu poderia viver isso pelo resto da minha vida assim, tomamos café junto e a levei para pegar o carro, o dia foi puxado, trabalhei o dia todo no escritório, odeio ficar preso aqui, mas era necessário em casa, não ia conseguir resolver nem a metade do que eu precisava.

Se passaram uns dias até que em um fim de tarde começou a chover, eu estava fazendo minha corrida quando fui pego de surpresa, odiava chuva ainda mais daquele jeito até que lembrei que a Alice morava aqui perto. Assim que toco a campainha me deparo com ela me abrindo um sorriso o mais sincero e o que consegue me preencher por completo, não sei porque às vezes tento me afastar dela, só de estar perto dela já me traz paz. Ela ia fazer o jantar, estava preparando alguma coisa para comer, acho que alguma entrada, ela pegou taças e um vinho, eu decidi por uma música e a puxo para dançar comigo. Antes que ela pudesse pensar eu a rodo pela cozinha como no dia do baile e mais uma vez eu a tenho e mais uma vez ela está na minha frente com o mesmo olhar de amor e desejo meu coração não sabe se ele está nervoso de estar ao lado dela ou de saber que a tem de novo, novamente olhar nos olhos dela me trazia paz, saber que ainda tinha esperança na gente, saber que eu poderia ver ela acordar todos os dias, em um dia qualquer a puxar para dançar, olhar para ela em meus braços aquece a minha alma como pode uma pessoa chegar do nada e mudar tudo deveria ser covardia isso, Alice não só mudou minha vida ela me mudou por completo trouxe a vontade de querer construir algo com alguém, coisa que jamais imaginei construir com alguém e mais uma vez a música acaba. O jantar foi tranquilo, depois fomos assistir filme, mas a energia acabou e começamos a conversar.

— Bommm... Senhorita Alice me diga um segredo.

— Hmmm... Não tenho nem um.

— Mesmo?

— Sim, sou um livro aberto.

— Engraçado, não te vejo como um livro aberto e sim um verdadeiro mistério.

— E você?

— Eu tenho bastante, na verdade.

— Eu não imaginava que era assim, você sempre está em gandaia, sempre rodeado.— Ela me ver assim me incomodou, mas não está errada, quem me vê em insta de fofoca tem o mesmo pensamento ''Um delinquente, que vive a vida jeito que dá, mimado e filhinho de papai na real herdeiro... '' 

— Isso é só um passatempo, nunca confiei em ninguém ali, só estão comigo por conta da fama e do meu histórico, da minha família.

— Entendo.

— Mesmo?

— Na real, não. Mas não sou de confiar em muitas pessoas, aprendi na marra a ser assim.

— A vida não foi fácil para você né Alice?

— E tem alguém que ela facilitou? — Ela tinha razão.

— Essas pessoas que me rodeiam não tem uma vida difícil, são bem alegres.

— Ou elas só fingem que está tudo bem assim como você faz.

— Nunca parei para pensar nisso, tem razão. Alice, você precisa fazer mais brigadeiro, isso é muito bom. — Esse pensamento me levou a minha mãe, eu preciso parar de adiar e ir até ela.

— É uma delícia mesmo.

Conversamos até pegar no sono e mais uma vez ela estava em meus braços, acordei meio sonolento e vi Alice lendo comecei a observar, estava super concentrada, às vezes ria meio boba, passa um tempo curto ela vai para cozinha ouço ela pondo algo no forno decidi mexer no insta até que sinto um cheiro muito bom saindo da cozinha e a curiosidade fala mais alto.

— Bom dia, que cheiro bom é esse?

— Isso aqui é um pão de queijo, experimenta.

— Nossa, meu Deus, isso é muito bom. Qual o nome mesmo?

— Pão de queijo. Agora senta para tomar café da manhã direito.

— Ok madame. O que vai fazer hoje?

— Trabalhar e você?

— Vou viajar.

— Sério? Para onde?

— Ainda não sei, preciso de um tempo para mim, para ficar sozinho, pensar melhor, entende?

— Entendo sim e vai para onde?

— Los Angeles.

— Certeza?

— Sim.

— Tudo bem. — Percebi que isso a incomodou, mas eu sinto que preciso fazer essa viagem.

— O que estava lendo hoje de manhã?

— Estava lendo a bíblia.

— Você gosta?

— Sim.

— O que estava lendo?

— Salmos 23.

— E o que isso te lembra?

— Como assim?

— Você toda hora parava e ria um pouco, o que você lembrou?

— Quando era mais nova ia para igreja e a professora da salinha sempre pedia para gente falar algum versículo e eu sempre falava o mesmo.

— Qual era?

— Salmos 23 ''O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta. Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem. Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice. Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver.''

— Nossa e como decorou isso tudo ainda criança? — Alice sempre me surpreendeu, e a fé que ela tem é algo de se admirar, não imaginava que ela lia a bíblia, realmente ela é uma caixinha de surpresa.

— Eu sempre dizia ele, acredito que era uma forma de Deus me alertar, mas ainda era pequena e não tinha tanta noção de quem ele realmente era. Que horas você vai?

— Comprei as passagens ontem, vou sair 11:00AM volto daqui a três meses.

— Certo. Precisa correr, então já são 09:40 AM.

— Meu Deus a hora passou voando, muito obrigado por ontem e hoje Alice os dias com você são diferentes, você é luz na minha vida.— Eu não sei o motivo de dizer isso, mas eu precisava falar, ela precisava saber que ela me faz bem.

— Me espera Alice. Só me espera esses três meses vão voar.

Olho para ela mais uma vez, sei que ela não sabe o que somos e eu também não sei, só sei que esse sentimento que tenho por ela queima meu corpo todo e eu precisava dizer isso a ela, assim que a porta vai se fechando eu sussurro um eu te amo, e assim eu vou rumo a Los Angeles precisava por os pingos nos i para ter a minha história com a Alice em paz. 

A empresáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora