𝑅𝐸𝑊𝑅𝐼𝑇𝐸 𝑇𝐻𝐸 𝑆𝑇𝐴𝑅𝑆 - 𝑀𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝐶𝑎𝑧𝑎𝑟𝑒𝑧 𝑀𝑜𝑟𝑎

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Alicie

ANALISO a foto em minha mão. Na foto está eu, Joseph e minha avó materna. Estamos juntos, sorrindo na praia, eu era pequena, devia ter uns oito anos, após uma semana dessa foto ela morreu.

Minha avó simplesmente morreu. Meu tio ficou desolado, minha mãe estava ocupada demais para ligar pra morte da própria mãe. Eu, eu fiquei em choque. Entrei em um transe por dias, eu não queria acreditar nisso.

E quando eu toquei em seu rosto gelado e morto no seu velório, eu entendi o que era a morte. Como ela vem, rasga tudo e todos sem pedi permissão e principalmente: Ela vem sozinha, você não pode apressa-la.

— Nunca conversamos sobre sua avó — Olhei minha Doutora Oliver, minha terapeuta desde que fui diagnosticada com TDAH, depressão e ansiedade.

— É, não tem muito o que falar sobre ela — Dei de ombros guardando a foto — Ela morreu um dia antes do meu aniversário de nove anos, foi a primeira vez que vi meu tio chorando, a segunda foi quando eu estava no hospital — Eu citei o assunto "proibido".

— Se sente pronta para falar sobre isso? — Ela perguntou.

— Não, ainda não. Como está seu casamento? — Agora eu perguntei. Nós temos uma relação muito boa, eu acho que somos meio que amigas.

— Muito bem, estamos tentando ter um filho — Ela sorriu.

— Que bom, fico feliz por você —

— Está se adaptando bem? Amigos novos? Namorado? —

— Fiz alguns amigos, e você sabe que eu não me dou bem em relacionamentos —

— Tentar nunca é falho — Ela deu de ombros.

— Acho que deu minha hora —

— Tem aula agora? — Oliver olhou no relógio dourado em seu pulso.

— Tenho médico, então vou faltar hoje — Eu sorri feliz, além da consulta semanal com Oliver tenho consulta com Parker, meu psiquiatra.

Dylan estava me esperando do lado de fora como sempre. Ele sempre vem comigo para as sessões, não importa a situação, ele sempre está aqui.

— Como foi? — Ele sorriu ao me ver.

— Perfeitamente normal — Dei de ombros.

O consultório de Parker é relativamente perto do de Oliver. Chegamos em alguns minutos, Dylan entrou comigo já que ele só iria receitar remédio e me fazer perguntas.

— Tem dormido bem? —

— Sim — Minto.

— Tem certeza? — Parker semicerrou os olhos. Diferentemente de Oliver, Parker tem os olhos pretos, cabelos castanhos e um rosto de um cara de 40 anos que está em forma, Oliver parece uma universitária.

— Não, estou tendo pesadelos — Admiti, como eu faço tratamento a anos, eles me conhecem o suficiente para saber quando eu estou mentindo. Dylan me repreendeu com um olhar pela mentira.