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Alicie

A DESCARGA de sentimentos negativos, preocupações e ansiedades que ocorrem durante o pesadelo ajudam o indivíduo a lidar de melhor forma com os problemas da realidade. Neste caso, os sonhos ruins são como uma lixeira no qual o cérebro despeja o peso emocional acumulado durante o dia.

Li isso no google a uns dias. Tenho pesadelos desde que minha avó materna morreu, quando eu tinha nove anos. Nunca dormi muito bem desde então, nem mesmo com remédios, não sei como, porém não consigo dormir bem, de jeito nenhum.

Analisei o sol nascendo pela minha janela enquanto eu tentava afinar as cordas do meu violão. Los Angeles estava começando a ficar mais movimentado, o condomínio de meu pai era um pouco mais calmo, uns carros saiam assim que deu as sete horas da manhã.

Deixei o violão junto com a minha guitarra nova e desci em direção a cozinha. Abigail estava de frente para o fogão com o uniforme preto e branco, o cheiro de panquecas estava por toda parte.

— Bom dia, Aby — Me aproximei da mais velha.

— Céus, menina! — Abigail deu um pulo de susto.

— Desculpa. Isso é o que eu estou pensando? — Fechei os olhos sentindo o cheiro delicioso.

— É sim, fiz seu favorito — Abigail sorriu.

— Amo você — Mandei beijinhos para Aby que sorriu.

Me sentei de frente pro balcão de mármore e deitei minha cabeça em cima dos meus braços bocejando.

— Não conseguiu dormir? — Aby me entregou um prato com panquecas, morango, framboesa e mel.

— Dormi, mas ainda estou com sono — Menti.

— Então tente acordar, você tem aula hoje — Aby deu de ombros saindo da cozinha em direção a lavanderia.

Comi as panquecas animadamente, logo quando terminei de comer deixei o prato em cima da pia e voltei para o meu quarto para me arrumar para aula.

Escovei os dentes e o cabelo, então coloquei uma calça jeans clara e um moletom preto, nos pés coloquei meu all star preto e peguei a mochila descendo para sala de estar.

— Dylan?! — Gritei meu irmão.

— Não grita, porra — Ele xingou enquanto descia as escadas.

— Ressaca? — Ergui a sobrancelha em sua direção.

— Nunca mais me deixe beber — Dylan disse enquanto entrávamos no carro.

— Até parece, você é um projeto de alcoólatra — Eu disse colocando o cinto de segurança.

— Fica quieta, pirralha. É para eu te buscar? — Dylan indagou.

— Não, estava pensando em voltar voando para casa — Ironizei.

— Sua grossa — Dylan pões a mão no peito ofendido. — Então vou fazer a humildade de buscar você —

Dylan me deixou na porta da escola e logo saiu dizendo que precisava de no mínimo mais duas horas de sono para se recuperar.

Parei de frente para meu armário destrancando o cadeado.

𝑅𝐸𝑊𝑅𝐼𝑇𝐸 𝑇𝐻𝐸 𝑆𝑇𝐴𝑅𝑆 - 𝑀𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝐶𝑎𝑧𝑎𝑟𝑒𝑧 𝑀𝑜𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora