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Alicie

NÃO sou uma pessoa vingativa.

Sempre achei que vingança é uma forma de encher o ego, de se sentir melhor e por isso eu nunca o fiz. Só ignoro todas as merdas que já fizeram e acredite: Muita gente já me machucou de todas as maneiras.

E a minha primeira vingança vai ser pelo motivo mais idiota possível.

Terminei que fazer a mistura de ovos, água e tinta e subi devagarinho em direção ao quarto de  Dylan. O garoto estava esparramado em sua cama dormindo, o ar condicionado estava no mais frio o que me fazia arrepiar um pouco.

Quase morri de rir quando escutei o grito estridente de Dylan. O garoto estava coberto de líquido preto, as colchas, travesseiros, cobertores, tudo estava preto e molhado.

Dei um grito quando vi que ele estava vindo atrás de mim, corri para fora do quarto e só senti bater em alguém, derrubando essa pessoa, eu e Dylan.

Todo caímos da escada, da porra da ESCADA, última coisa que eu escutei foi Dylan dizer:

— Puta que pariu, nós matamos a vovó —  Então tudo ficou preto.

— Essas coisas só acontecem com a gente, não é possível — Escutei Dylan dizer quando abri os olhos. Dylan estava com manchas pretas ao redor do rosto e no cabelo, estava vestindo uma roupa de hospital ridícula e tinha um curativo no nariz.

— O que aconteceu? Eu matei a vovó? — Foi a primeira coisa que eu disse. Analisei o quarto em que eu estava, a última vez que fiquei em um hospital, passei um mês inteiro internada, o quarto era bem diferente desse, maior, a cama era um pouco mais confortável, e tinha muito mais aparelhos grudados em meu corpo.

— Não, a velha está sem nenhum arranhão, nem um arranhãozinho, como pode? — Dylan parecia indignado.

— Na verdade isso aconteceu porque Alicie amorteceu a queda — Doutor Parker entrou na sala com semblante preocupado. — Você quer me matar, Lice? O que você acha que seu psiquiatra pensa quando recebe uma ligação dizendo que minha cliente se jogou de uma escada?! —

— Em minha defesa, eu não me joguei — Apontei o dedo para mim mesma me defendendo.

— Certo, mas caiu e se quebrou todinha — Ele riu, RIU.

— Como assim me quebrei todinha? — Eu perguntei.

Dylan apontou para baixo e tirou o lençol de cima de mim, minha perna direta estava enfaixada e meu braço também, como eu não recebi isso antes?

— Ah, não. Eu quebrei o braço de novo?! — Gemi irritada, é a quinta vez, QUINTA.

— Eu estou pensando seriamente em colocar você naquelas cadeirinha de criança, sério, Alicie quem quebra o braço cinco vezes? — Dylan me repreendeu com um olhar.

— É capaz de se alguém tocar em você, você desmontar — Parker comentou.

— Até você? — Olhei ofendida para meu médico.

𝑅𝐸𝑊𝑅𝐼𝑇𝐸 𝑇𝐻𝐸 𝑆𝑇𝐴𝑅𝑆 - 𝑀𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝐶𝑎𝑧𝑎𝑟𝑒𝑧 𝑀𝑜𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora