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Alicie

COMIDA fina e "chique" é ridícula de ruim.

Sério.

A entrada foi uma espécie de salada com salmão, um molho esquisito e caviar, para dar uma variada.

O prato principal foi filé mignon o que me deu um certo alívio.

Meu tio estava em completo silêncio assim como eu. Mamãe conversava com as irmãs, mãe e pai de Adam animadamente.

Adam me lançava sorrisos de vez em quando, eu fingia que não via porque sério, que nojo.

— Alicie também fala, não é querida? — Minha mãe sorriu como se tivesse me repreendendo por não estar prestando atenção.

— Desculpa, o quê? — Franzi a testa e bebi um pouco do suco de laranja que eu pedi.

— Você fala outras línguas além do inglês, não é? — Ela ergueu a sobrancelha.

— É. Francês e italiano — Respondi ainda meio aérea.

— Se esforcem a serem educados, pelo menos — Minha mãe silabou na direção minha e de meu tio.

— A vai se fudê — Meu tio revirou os olhos tirando a atenção do celular.

— Joseph — Minha mãe estava vermelha de raiva, Adam tocou em seu ombro e disse:

— Fique calma, meu amor. Joseph, não queremos problemas — Adam fuzilou meu tio com o olhar.

— Não querem problemas? — Meu tio soltou uma risadinha. — Isso aqui é um teatro muito ruim, muito ruim. Vamos embora — Joseph se levantou, fiz a mesma coisa.

— Ela é minha filha, Joseph. Ela fica — Minha mãe murmurou irritada.

— Agora ela é sua filha? Mas quando ela estava no hospital, morrendo, ela não era né? Vá a merda, Emma — Joseph riu. Ele estava puto, muito. Mais do que eu sou acostumada a ver.

— Você está dando show, que novidade — Minha mãe deu um riso desdém. Todos estavam olhando para nós, agora. Os familiares de Adam, todos os outros clientes e funcionários olhavam para nós. — Ela fica, eu já disse. Eu ainda sou a mãe dela — Mamãe repetiu, agora mais brava.

— Acorda, Emma. Você foi e é uma mãe de merda, porra — Meu tio explodiu.

— Tio — Toquei o braço do meu tio, ele me olhou, parecendo mais calmo. — Vamos embora, por favor? —

Eu queria chorar.

Adam andou na minha direção, segurando no meu braço tentando me fazer ficar.

Foi automático, soltei o braço e lhe entreguei um soco, bem no meio do rosto.

Adam deu um passo para trás cambaleando, minha mãe o segurou e me olhou com os olhos arregalados.

Silêncio.

Meu tio me puxou para fora do restaurante e fomos na direção do carro.

𝑅𝐸𝑊𝑅𝐼𝑇𝐸 𝑇𝐻𝐸 𝑆𝑇𝐴𝑅𝑆 - 𝑀𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝐶𝑎𝑧𝑎𝑟𝑒𝑧 𝑀𝑜𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora