parte 23

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Ela é atrapalhada, engraçada, e sexy, porra muito sexy.
Como ela se enroscou no meu zíper?
Não tenho ideia, só que controlar a mente enquanto ela está de joelhos na minha frente esfregando o zíper para tirar o cabelo está foda.
- Se não tirar essa porra daí, vai ter que fazer um de verdade. Falo.
- Aí porra. Ela me belisca.
- Você tem mão use e abuse dela
- Merda Karol deixa eu te ajudar.
- Não arranque meu cabelo.
Seguro seus fios, macios por sinal e aos poucos vou conseguindo tirar, no final o cabelo enrroscou até no botão da calça como? Ninguém sabe.

- Graças a Deus. Fala e fica em pé na minha frente e arruma o cabelo, me aproximo um pouco.
- O que pensa que está fazendo?
- O que acha que estou fazendo?
- Não me beije. Ela aponta o dedo e fala empinando o queixo, tiro o gancho da gravata, foi isso que enganchou no cabelo dela fazendo travar no zíper, quando ela o deixou cair, ele ficou enganchado ali e ela quando abaixou não viu.
Tiro do seu cabelo e balanço na frente do seu rosto com um sorriso debochado.
Ela arregala os olhos, pega o gancho e abre a cortina, a vendedora olha para nós e troco um olhar com Karol que está rosa de vergonha, ela abaixa a cabeça e vai sentar e eu seguro a risada fechando novamente a cortina.

Quando terminamos e as roupas já estão ok, deixo Karol no hospital e vou para a delegacia com Agustín.
- O que você fez com ela desembucha? Ele fala colocando os óculos de sol.
- Eu? Não fiz nada.
- Eu te conheço, ela veio quieta o caminho inteiro até aqui.
- Deve ser porque ela me deu um boquete no provador e a vendedora viu.
- O que? Ele está ao volante e freia bruscamente.
Dou dois tapinnhas no ombro dele e conto o que realmente aconteceu e agora estou dirigindo porque ele não consegue parar de rir.
Chegamos a delegacia e resolvemos alguns casos e pendências mas acabamos nos separando porque recebi ocorrência de um crime.
Quando consigo chegar em casa já passa da meia noite.

Agustín vem atravessando a rua com umas cervejas na mão.
- Era tudo o que eu precisava, ei pra onde vai?
- Carolina está aqui. Ele aponta para a casa que agora percebo que a porta está aberta, vai subindo os degraus.
- Você não vem?
- Tá. Aciono o alarme e entro com ele.
Sigo Agus pelas escadas e entramos em um quarto, Carolina está ali, no computador e sorrir para mim.
Vejo um tapete que mas parece plumas no chão cheio de almofadas e uma cama de casal, o quarto é bem decorado com uma parede lilás e braca.
Agus se joga no tapete se aconchegando.
- O que vamos fazer? Pergunto.
- Ver tv, comer brigadeiro e beber, a cirugia acabou com a gente. É o que responde Carolina colocando uma colher em minha mão, e sentado ao lado de Agustín.
- A gente quem? Pergunto mas vejo um mural de fotos na parede.
Tiro meus sapatos e vou lá olhar as fotos.
- As médicas dessa casa Ruggezinho. Ela fala e estou concentrado nas fotos.
É Karol em várias idades, ela e Carolina, reconheço o pai de Carolina e tem uma que é o meu avô.
- Esse Ruggezinho aí foi brega e broxante. Caro rir e escuto uma porta se abrir.
- Ah não você de novo. Sorrio e olho para ela que acaba de sair do banheiro com os cabelos molhados, sem nenhuma maquiagem e um conjunto de moletom é ainda mais linda.
- Você me adora eu sei.
- Sonhar ainda é de graça. Me viro colocando a foto no mural.
- Ele era muito especial para mim.
- Eu imagino que sim, meu avô tinha algo que cativava as pessoas ao seu redor e tenho muito orgulho de ser seu neto.
- É ele também tinha muito orgulho de ser seu avô. Me viro e ela está sentada na cama com as pernas cruzadas.
- Nossa última conversa ele me contou como você estava feliz pelo concurso da polícia e que iria... Bem você iria se casar. Fico surpreso, e Agustín entrega uma cerveja a ela.

Nos sentamos os quatro no tapete para assistir um filme lá qualquer.
Mas antes do filme chegar na metade Karol e Carolina já estão dormindo.
As duas estão entre eu e Agus e seguram a mão uma da outra.
- Fico me perguntando quando o casamento passar e chegar o momento de Karol voltar a Califórnia como vai ficar minha mulher sabe?
- Vai ser difícil irmão elas são muito unidas mesmo.
- Acho que vai ser difícil para todos nós. Ele comenta. E volto a olhar Karol.

Estava na delegacia, acordei cedo sentindo calor e me deparei com o corpo de Karol envolto ao meu, ela se aconchegou a mim, e uma de suas pernas estavam enroscada na minha, meu braço rodeava sua cintura e seus cabelos faziam cócegas no meu nariz, olhar a cena me aqueceu o coração, Agus estava abraçado a Carolina e dormia profundamente, ver como parecíamos dois casais me deixou em panico confesso, e tratei de escapar o mais rápido que podia.

Recebo uma ocorrência de um roubo no banco do centro.
Reuni todas as unidades da minha região e fomos para lá.
- Vamos tentar tirar os reféns sem ninguém se machucar ok. Falo para todos os policiais e o negociador chega, Agustín aparece também com outros policiais e acena para mim.

No final os caras fugiram e agora estamos nos carros perseguindo.
Aponto a arma e miro nos pneus.
O carro derrapa e capota, um deles consegue pular e levanta correndo descendo um matagal.
Eu corro atrás com mais alguns policiais e trocamos tiros.
Um pega de raspão no meu braço mas consigo acertar ele.
Próxima parada hospital.

Mando algema-lo na maca, enquanto um médico está fazendo os primeiros socorros.
Um enfermeiro me coloca em uma das enfermarias.
- Fique aqui senhor, um médico já vem dar uma olhada no seu braço. Assinto e ele fecha a cortina
Quando essa se abre, sorrio.
- O que será que você andou aprontando?
- Bem se soubesse que você estava aqui teria me machucado um pouquinho mais só para receber um carinho extra.
- Ihhh não sei quem te iludiu, estou aqui por acaso, e porque médico dentro de hospital não fica parado.
Deixa eu te ajudar com isso.
Ela pega uma tesoura e corta uma parte da minha camisa para ter acesso ao meu braço.
- Foi de raspão.
- Se você diz, mas vamos dar uma olhada.
- Tudo bem doutora aí não é um coração mas faça sua mágica.
Ela sorrir e começa a limpar meu braço e logo um curativo.
- Prontinho, quer que aplique um analgésico.
- Não, estou bem, não quero ficar grogue e correr o risco de você abusar do meu corpinho.
- Que pecado, eu deveria te amarrar nessa cama então e brincar de médico seria seu sonho consumado.
Mordo o lábio contendo um sorriso enquanto as imagens sacanas passam por minha mente.
- Você está imaginando não é? Ela revira os olhos.
- Está liberado.
- Mas já, pensei que você iria fazer um carinho no meu saco.
- Porque precisa de gelo?
- Malvada. Vou levantando e alguém a chama, ela sorrir para mim e vai saindo.

Quando consigo sair é tarde, olho a hora no relógio e depois bato no bolso da calça atrás das minhas chaves me dando conta que vim com os caras na viatura.
- Merda.
- Ainda por aqui?
- Preciso de uma carona pra casa.
- Existe taxi sabia? Ela fala tirando as chaves de dentro da bolsa.
- Você não vai deixar um pobre homem ferido andar de táxi vai? Ela faz uma careta e sai me puxando abrindo a porta para mim.
- Vamos pobre homem ferido entre no carro.

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