Parte 46

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Ruggero.

Eu consegui dormir um pouco, minha mente dava voltas e voltas a ficha parecia não ter caído e ainda tinha o beijo com Karol que dessa vez está me atormentando.

Levanto da cama e desço as escadas ligando a tv pegando uma cerveja.
Então tocam a porta e reconheço a loira, ela sorrir para mim e vou abrir.
Encosto na soleira.
- Olá bonitão.
- Oi Clara o que faz aqui?
- Eu soube o que aconteceu com seu amigo, sinto muito, posso fazer algo por você hoje. Respiro fundo Clara é a loira do bar, saímos uma vez ou outra.
- Não estou com cabeça.
- Isso eu sei, não estou oferecendo nada desse tipo, se você quiser conversar.
- Entra aí toma uma cerveja comigo. Ela sorrir e entra apoiando a bolsa no sofá.
Ela para no balcão e pega a cerveja.
- Ele era alguém muito especial não era?
- Mas do que isso era meu irmão.
Sento na poltrona e ela vem sentar no meu colo.
- Eu sinto muito de verdade, se eu puder fazer alguma coisa, qualquer coisa é só me ligar, sei que essa dor não vai passar ela ameniza mas não passa.
- Você perdeu alguém importante.
- Meu irmão. A envolvo em meus braços e a porta se abre.
Karol.

- Vocês tem algo? Clara fala assim que Karol deu meia volta e foi embora se desculpando por ter interrompido.
- Não ela é só uma amiga.
- Tem certeza, ela ficou magoada Ruggero.
- Não ela está abatida Carolina era como uma irmã para ela.
- Não estou falando do luto e sim de vocês dois, bem eu já estou de saída, fica bem tá. Assinto e ela vai embora.
Fico ali sentado pensando no que Clara falou e resolvo ir atrás de Karol.
Pego as chaves da casa de Agus e entro as luzes já estão apagadas e a porta do quarto de Ange está fechada e não escuto barulho, abro um pouco e elas estão dormindo.
Fecho a porta e me deito no sofá com um cobertor, se ela precisar de ajuda eu estarei aqui.
As três da manhã escuto barulho de porta, levanto e encontro Karol na cozinha, ela não olha para mim fala que não precisa da minha ajuda, mas em momento nenhum olha na minha direção parece chateada, logo ela entra no quarto e volta a fechar a porta, toco a mesma com palavras presas na garganta que nem eu sei como pronunciar, toco a maçaneta mas então desisto e volto para a sala.
Pela manhã bem cedo levanto, e vou para a delegacia resolvo algumas coisas e acompanho as pistas que os caras acharam.
- Oi pai. Atendo o telefone.
- Filho preciso encontrar você e a Karol e os pais de Agustín.
- Tudo bem vou avisá-los, mas o que é de tão urgente?
- Tenho algo para falar.
- Tudo bem.

Eles só podiam está de sacanagem com a minha cara.
Agustín você não fez isso.
Como posso morar na mesma casa que Karol, uma coisa é passarmos uma noite e outra é viver sob o mesmo teto, eu já fiz isso com a minha ex mulher e não deu certo, imagina uma que não é minha.
Ainda.
Pra porra com esses pensamentos, eu não posso morar com Karol tem que ter outro jeito.
Gustavo me manda um sos.
- Eu preciso ir na delegacia estão me chamando, mas o senhor ainda tem que me explicar isso direito, tem que ter outra solução, estamos aqui na frente não tem porque morar na mesma casa.
- Ruggero o juiz iria questionar que um bebê precisa de um pai e uma mãe um casal.
- Nós não somos um casal. Karol fala.
- Mas são os padrinhos e tutores da pequena, e o juiz presa por seu bem estar, se os avós chegarem lá pedindo a guarda isso de morar aqui na frente vai ser questionado.
- Pai tem que ter outro jeito, eu preciso ir. Saiu da casa e vou direto para delegacia.

- Chefe temos uma localização. Já pego tudo e organizo o pessoal, coloco meu colete e entramos no carro.
Uma estrada de terra nos leva direto a uma fábrica abandonada.
- Fiquem atentos.
- Passo a lateral e alguns policiais estão na parte da frente, vejo uma sombra e a sigo, todo de preto ele entra abaixado olhando os policiais entrando pela frente.
Olho ao redor e tem uns pedaços de vidro e espelho quebrado no chão pego e coloco de lado para ver melhor a figura se escondendo atrás de uma pilastra.
Pego a arma e miro em suas pernas ele grita de dor e tenta correr.
Vou atrás mas não o encontro então sinto uma pancada e caiu, passo a mão na cabeça e está sangrando.

- Ruggero Pasquarelli o delegado, você não deveria está aqui, seu amigo chegou perto, mas não sabe como me divertir em elimina-lo, e agora vai ser a sua vez.
Ele destrava a arma e do nada um vento forte faz as janelas da fábrica baterem uma na outra e quebrar os vidros, ele se assusta e tenta cobrir a cabeça, em um pulo estou de pé.
Puxo minha arma e miro sua cabeça.
- Já eu não me divirto em serviço eu só executo. Aperto o gatilho e descarrego minha arma nele.
Quando acaba fecho os olhos estou ofegante e as lágrimas estão rolando por meu rosto.
Quando abro os olhos, tem uma mão segurando a arma juntamente a minha, sigo o braço com uma camisa branca e olho de lado.
Meus olhos se arregalam e solto a arma.
Respirando descontroladamente sem entender como ele está aqui na minha frente.
- Agustín... Sai um sussurro entrecortado e ele sorrir.
- Você conseguiu, claro eu te dei uma mãozinha.
- C-Como é possível? Você não é real é?
- Ruggero tudo bem? Gustavo aparece acabo desviando o olhar e quando volto para ele, não está mas aqui.
- Você viu? Pergunto porque só posso está ficando maluco.
- É você acabou com ele, está machucado vamos tira-lo daqui.

Entrei no hospital e uma enfermeira pediu para que me deitasse que já me atendia.
- Ruggero você levou uma pancada na cabeça e vamos te manter aqui por uma noite.
- É sério isso?
- Sim é necessário.
A cortina se abre e uma Karol desesperada passa por ela com Ange no colo, naquele bebê carona e agora que reparo ela está de pijama e um casaco.
- Ruggero você está bem? Aí meu Deus está ferido, qual a gravidade, fale comigo os sinais vitais dele estão ok? Me digam alguma coisa.
- Karol...
- Aí meu Deus eu...
- Karol... Ela então olha nos meus olhos.
- Eu estou bem, vou precisar ficar em observação mas estou bem, como chegou aqui? Pergunto ela estava em casa com Ange.
- Eu vi na tv que você se feriu em uma operação policial e precisava por meus olhos em você.
- Vem aqui. Ela se aproxima com a pequena no colo e abraço sua cintura.
- Está tudo bem. Ela acaricia meu cabelo.
- Não me assusta assim.
- Desculpe se isso aconteceu justo agora, prometo que vou tomar cuidado.
- Você precisa ficar o que eles te deram?
- Só alguns pontos e um analgésico eu vou ficar bem.
- Tem algo que eu possa fazer por você?
- Tem vá para casa descansar.
- Eu não vou conseguir. Ela confessa.
- Não quero ficar sozinha. Estranho e ela senta na poltrona da enfermaria.
- Vamos ficar com você.
- Karol você vai passar a noite em uma poltrona?
- Não tem problema. Ela responde e pede a enfermeira que entrou para trazer um bercinho, e logo ele chega.
Karol apoia Ange ali e se aproxima analisa meu curativo e ver a quantidade de soro que estão me dando.
Puxa as cobertas me cobrindo e alisa meus cabelos.
- Dorme um pouco. Assinto e ela vai sentar.

Acordo depois de um sonho estranho, quando abro os olhos ele está ali sentado na ponta da cama.
- Isso não pode ser real, você se foi na minha frente e...
- Eu estou morto Ruggero, mas fui mandado de volta porque tenho uma missão.
- Como assim de volta, é um fantasma, está na minha cabeça, estou sonhando?
Ele toca a minha mão e posso sentir o seu toque.
- Bem que eu queria ser um fantasma e puxar seu pé durante a noite ou assustar as garotas que você leva para casa já pensou? Ele começa a rir e eu estou assustado como o inferno.
- Sou sempre eu, Agus seu amigo só que agora, digamos que sou como um anjo da guarda.
- Que? Essas coisas não existem. Ele sorrir.
- Quem sabe eu não faço você mudar de ideia, mas primeiro temos que conversar.
- Estou delirando a pancada na cabeça foi forte demais.
- Angélica. Ele levanta ao ver o berço e se aproxima.
- Foram três dias sem vê-la que saudade meu amor. A pequena bebê acorda e está balbuciando alguma coisa.
- Você lembra o que eu te pedi a três dias atrás. Franzo o cenho.
- Eu te fiz prometer algo antes de morrer Ruggero, eu te pedir algo e você me prometeu. Faço que sim.
- Agus porque fez aquilo? Porque morar com Karol.
- Isso foi coisa da Carolina.
- Cara eu devia quebrar sua cara, como permitir que sua mulher comande minha vida.
- Ela sempre comandou você que não percebia.
- Agustín você está aqui mesmo? Ele se aproxima e põe a mão no meu ombro.
- Estou e a menos que me mande ir eu estarei aqui com você, mas preciso que você cumpra a sua promessa.
- Eu não posso morar com a Karol.
- E vai deixar minha filha ir morar com meus pais, sério? Ou parar no orfanato onde ninguém vai ter notícias suas.
- Agus.
- Você prometeu.
- Eu prometi.
- Então?
- Tudo bem, espero não me arrepender disso.




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