Parte 41

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4.5

Ruggero

Eu não sabia porque não conseguia ignorar sua presença, não era fácil deixar de lado o que aconteceu e focar na quase amizade que construimos, quando lembro da vizinha deliciada e timida em que conheci e a garota depois dela, a amiga gostosa de Carolina, mas então aquele dia vem e fico perdido eu apostei e tinha esperança de que iria encontrá-la mesmo não tendo ideia de como.
O que eu queria era ignorar, fazer de conta que ela não existia, só que isso estava impossível.
Logo quando Karol voltou tivemos momentos tensos com Carolina e minha afilhada, depois com Guilherme querendo que eu a acompanhasse, então eu a beijei, fui tomado por um desespero terrível de ter seus lábios nos meus, e quanto mais ela me desafia, esse desespero cresce, e está cada vez mais difícil me conter.
Fora que parecemos ter travado uma guerra.
Ela desligou a minha luz no dia do jogo, eu estava no quarto com Liz, meus amigos começaram a gritar la de baixo e minha foda foi para o espaço.
E isso foi obra dela.
Como me atingir com o jato de água, e nem a pau eu deixaria que aquele médico a visse molhada como estava, com aqueles... puta que pariu estou divagando.
Eu furei o pneu dela e amanheci com uma letra K na lataria do meu.
Ela é vingativa isso é fato.
Tirei o presunto do seu pão na casa de Carolina, e ela chutou minha canela por baixo da mesa, era engraçado irrita-la, mas ela sempre revida.
Como agora no chá de bebê ela está sorrindo demais
- Tem algo de errado. Sussurro para Gustavo um dos policiais.
- O que?
- Ela está sorrindo demais. Ele franze o cenho.
- A amiga de Carolina.
- Gostosa. Ele diz e fecho a cara.
- Opa calma aí.
- Ela é o diabo. Ele rir. Carolina se aproxima com a barriga enorme carregando minha afilhada.
- Quer descobrir o que sua amiga está tramando.
- Não posso é surpresa.
- Ele disse que ela é o diabo. Ela rir alto.
- Você não fica atrás querido.
Então se afasta e logo começam as brincadeiras, e em uma delas estou eu e Agustín sentados com babador e chupeta e um negócio ridículo na cabeça.
- Essa aqui vocês podem guardar, como prova contra ele.
- Você não vai fazer isso? Falo cuspindo a chupeta.
- Eu só não. Ela aponta para todo mundo com celular na mão e pronto virei a piada do momento.
- Kah olha quem chegou. Carolina chama e ela sorrir, quando vejo é o médico reviro os olhos.
- É impressão ou você ....
- Nem termine. Falo para Agus e ele sorrir, deixo todos lá, e atravesso a pista, meu celular toca e vejo o nome da minha mãe, lembro do que Karol falou e atendo.
- Filho.
- Mãe o que aconteceu?
- Estou no hospital, não estou muito bem, então preferir vir.
- Eu já estou indo. Então antes de entrar no carro dou meia volta.
- Karol. Chamo ela está do outro lado do jardim com médico e Caro.
- Minha mãe. Balbuciou e ela se despede e passa por mim, entrando no carro dela abaixa o vidro.
- Você vem ou não? Entro no carro dela.
Não consigo pensar em mais nada Quando chegamos no hospital praticamente Karol me arrasta de um lado para o outro até uma ala, que eu já estive e encontro meu pai sentado.
- Pai. Karol está falando com alguns médicos.
- Filho ela me ligou hoje cedo, como você está?
- Assustado, como ela está agora?
- Dormindo estou aguardando os médicos. Ele fala e Karol se aproxima.
- Pai essa é a Karol. Ele franze o cenho.
- Você não é filha da Carolina é? Ela parece surpresa.
- Conhece minha mãe? Ele sorrir.
- Você se parece muito com ela, eu a conheci no aniversário do Rugge de quatro anos. Ela assente sorrindo mas eu me perdi nessa informação.
- Você conhece ela?
- Ela brincou com você, claro eram bem pequenos por isso não lembra.
- Não só por isso, ele tem um grande problema de memoria.
- Como assim? Meu pai pergunta e olho feio para ela que sorrir sapeca.
- Não se preocupe, nada que umas vitaminas não resolva, mas vamos precisar levá-la ao centro cirúrgico, pelos exames notamos que o dispositivo saiu do lugar e isso está causando toda esse mal estar.
Meu pai assente mas eu estou em pânico.
Karol permite que a gente entre para vê-la e eles preparam tudo e a levam.
- Karol. Chamo ela já trocou de roupa e estava entrando, entao para com a mão na porta.
- Ela vai ficar bem. Assinto.

Encontro meu pai na cafeteria e ele me entrega um café e começa a falar de como vão os negócios.
- Como consegue?
- O que?
- Esquecer tudo o que ela fez, a dor que causou? Ele sorrir para mim.
- Eu aprendi que todos temos o direito de errar, e as pessoas cedo ou tarde vão te magoar e claro que alguns erros vão doer mais do que outros, mas somos seres humanos, e eu tinha você e uma responsabilidade no final, de ensinar o valor da vida, de ser um espelho, fazer de você um homem íntegro, e se deixasse minha raiva superar isso, eu teria deixado vocês de lado e não seria eu.
- Pai você se sacrificou por mim.
- Não querido eu fiz isso por mim, sua mãe pode ter deixado de ser o amor da minha vida, mas ela sempre vai ser a minha melhor amiga antes de tudo, é para ela que eu ligo quando tenho dúvidas, é com ela que desabafo os meus problemas e manter a nossa amizade foi a melhor coisa que fizemos, por nós dois e por você. Fico pensando.
- Eu sei que ja passou por coisas que te decepcionou, que te feriu, mas olha o lado bom disso tudo, olha quem você tem ao seu lado no final.
Conversamos mais um pouco e logo Karol aparece.
- Já estão levando ela para o quarto.
- Oh querida obrigado. Meu pai a abraça e sai para ver minha mãe, ela então me olha.
- Você parece preocupado ainda, ela está bem, já pode ir vê-la.
- Eu me afastei tanto esses últimos anos que não percebi o quanto afetou o meu legame com eles.
- Sabe eles ainda estão aqui, ainda está em tempo de correr atrás, fora que sua mãe é forte não é um marca passo que vai deixar ela no chão, já está novinha em folha, mas não a estresse ou vou precisar usar o meu bisturi em você.
- uhhhh. Cara se eu fosse você eu ficava longe do bisturi dela.
Um médico passa falando e Karol da língua para ele.

Mamãe saiu do hospital no outro dia, e eu resolvi seguir o conselho da doutora e correr atrás do prejuízo e claro não estressar minha mãe.
Parecia que o tempo não tinha passado, dormi algumas noites e fui mimado por meus pais que estavam sempre juntos.
- A doutora Sevilla é maravilhosa pode ir que ela vai te atender. Escuto mamãe falar ao telefone.
- Com quem ela está falando?
- Ah com a vizinha, que precisa de um cardiologista, não sei porque ela não tem um consultório próprio.
- Quem?
- A doutora.
- Talvez o custo seja muito alto.
- Besteira, aquela garota é um dos médicos mais bem pagos, fora que faz doações direto.
- Como assim?
- Sabe aquele prédio ao lado do hospital?
- Sim está em construção.
- É um hospital para criança. Ele fala.
- Sim é coisa política. Respondo e meu pai rir.
- Não, o eu sou advogado e as coisas correm em nosso meio, o Guilherme ofereceu milhões a ela para a cirugia da Cassie.
- Sério?
- Ela não aceitou, ele insistiu e ela mandou investir o dinheiro no hospital.
Fico chocado.
- A garota é um gênio na área vascular, ganhou prêmios nos Estados Unidos e estava dando aula em universidade, fora que é disputada.
- Eu só consegui uma vaga com Karol através de Carolina, ela não atende assim. Minha mãe comenta.
- Eu consegui que ela atenda a Linda minha vizinha.
- Certo. Falo tentando mudar a conversa porque estou chocado e admirado.
Quando saiu da casa dos meus pais ainda no carro pego o celular abrindo o Google, coloco o seu nome na barra de pesquisa e a foto de Karol aparece, e com ela várias notícias, prêmios e tudo que ela já conquistou.
- Caraca a garota é o gênio na área cardiológica e eu a subestimei, ela sabia exatamente o que estava fazendo quando operou Carolina.
É Karol você não cansa de me surpreender, uma mensagem chega no meu celular é Agustín.
- Esta na hora. Ligo o carro e vou para o hospital.

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