Parte 54

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As semanas se passaram muito rápido, Ange já estava completando mais um mês, mamãe fez um bolinho e nos sentamos a mesa colocando ela em cima, a pequena princesa como chama Ruggero no último mês, batia palmas, babava muito, sorria até para o vento, e não só se virava sozinha como estava sentando também, e a cada dia víamos um pouco do Agus e de Carolina, os traços cada vez mais evidentes.
Ange sorria e batia palmas vendo que cantávamos e fazíamos o mesmo, e antes de terminar o parabéns ela enfiou a mão no bolo ficou impressionada com aquela gosma molhada em sua mão, se virou para Ruggero e fez questão de lambuzar seu rosto.
A conexão com a pequena era evidente, talvez Agus e Caro já soubesse que seria assim, que faríamos qualquer coisa por esse sorriso.

Ruggero e eu não sei onde vai levar e sinceramente, estou tentando preservar meu coração, apesar de não resistir a ele, praticamente dormimos juntos todas as noites, transamos mais do que um casal em lua de mel, e aquele sorriso safado e olhar intenso me ganha fácil.

Estava pronta para ir trabalhar, hoje iria deixar Ange com minha mãe, tenho alguns pacientes na parte da manhã, Ruggero saiu cedo hoje com a nova operação na delegacia.
- Oi mãe, tem certeza que não vou te atrapalhar se deixar ela com você agora de manhã?
- Problema nenhum querida, não vou na loja hoje, mas chegou uma correspondência para você. Entrego Ange para minha mãe e vou pegar a carta.
- Karol você está me assustando.
- Velha maldita.
- Do que está falando?
- A mãe do Agus está pedindo a guarda da Ange, droga era só o que faltava, eu vou resolver isso.
Beijo as duas e saiu, entro no carro e ligo para Ruggero mas ele não me atende, tento a delegacia e nada.
Mando uma mensagem para Ana dizendo para cancelar meus pacientes e vou direto para a delegacia.
Entro e fico perdida no lugar então vejo uma recepção.
- Bom dia como posso ajudá-la?
- O delegado Pasquarelli está aqui?
- O delegado está em uma operação é só com ele?
- Sim, você pode me dar o número do paige dele. Agora tenho sua completa atenção.
- Não senhora, essa informação é reservada.
- Pode tentar contatar o Ruggero pelo menos, é urgente.
- Ruggero? Senhora se não adiantar o assunto não posso saber que tipo de urgencia é? Ela me encara e reviro os olhos.
- Aquele safado não está pagando a pensão da filha.
- Filha?
- É minha senhora a filha, o pevertido do seu patrão me seduziu, me engravidou e me deixou na... Paro de falar quando percebo que ela está rindo da minha cara.
- Oh me desculpe, você é a Karol? Arregalo os olhos.
- Como sabe quem sou eu?
- Ele avisou que se por acaso uma maluca inventasse alguma história atrás dele, podia deixar entrar que era Karol.
- Aquele filho de uma... Um pigarreio atrás de mim e me viro.
- Karol.
- Rum, um é oi, droga sou péssima com nomes desculpe. Encolho os ombros.
- Não se preocupe, eu sou o Gustavo.
- Como vai Gustavo, a gente se conheceu no...
- Sim. Ele me interrompe.
- Você quer ver o Ruggero?
- Sim, sabe onde posso encontrá-lo?
- Vem comigo. Olho para mulher que pisca um olho para mim e sorrio.
- Ainda vou arrancar a língua dele por me chamar de maluca. Ela rir e sigo com Gustavo que agora sei o nome.
- Como você está? Olho de lado para ele.
- Bem, ainda é tudo muito confuso, estamos tentando nos adaptar a nova realidade em que eles não estão, e com um bebê. Ele sorrir.
- Tenho certeza que vão conseguir, se precisar de ajuda estamos aqui. Sorrio agradecendo e ele bate em uma porta.
- Chefe tem visita.
- Gustavo estou... O cara abre a porta e ele me ver.
- Karol.
- Preciso falar com você é urgente.
- Certo. Ele se vira para, agora que vejo a sala repleta de policiais todos homens. Reviro os olhos, e Gustavo rir.
- O que está te incomodando doutora.
- Esse lugar precisa de mulheres.
- Eu também acho.
- Não para o que você está pensando senhor. Aponto o dedo e ele rir novamente, e sinto a mão de Ruggero na minha cintura, olho para ele.
- Vamos. Assinto e olho de volta para Gustavo que está observando nós dois.
- Obrigado.
- Não foi nada, nos vemos por aí.
Entramos acho que é sua sala.
- Então o que era tão urgente? Isso tudo é saudade, nos vimos essa manhã querida. Ele me abraça por trás e beija meu pescoço, me viro e desço o tapa nele.
- Aí mulher o que eu fiz, que mão pesada.
- Pra você aprender seu cachorro, não me chame de maluca. Ele rir e me abraça segura meu rosto e beija meus lábios, tirando meu fôlego.
- Mas calma agora maluquinha, qual foi a história que você inventou para a Glória?
- Que eu iria arrancar sua língua com meu bisturi.
- Você morreria de tédio sem ela.
- Até parece.
- Quem vai te...
- Ruggerooo.
- Ok nada de chupada. Ele me beija novamente.
- O que era tão urgente. Me afasto abrindo a bolsa e entrego para ele.
- Merda, espera um pouco vou ligar para o meu pai.
Ele fala com o pai ao telefone e pede que eu espere porque estava já a caminho pois recebeu uma notificação.
Dez minutos depois o pai de Ruggero entra e junto a ele a loira que não fiz questão de gravar o nome, ela se aproxima de Ruggero e beija seu rosto se vira pra mim e me dar um sorriso falso, que não retribuo.
- Pai o que podemos fazer.
- Eu já entrei com o pedido para anular isso, o juiz vai avaliar as questões, vou enviar toda a documentação de vocês, estando de acordo com todas as exigências do testamento ele nem abre a seção.
- Então não tem a possibilidade de nem irmos a processo? Questiono.
- Não, a menos que... Ele para de falar e a loira é quem fala.
- A não ser que vocês dois tenham alguma coisa.
- Como assim?
- Vocês não estão juntos estão? Olho para Ruggero que está olhando de volta para mim e respondo.
- Não, não estamos. Desvio o olhar do dele mas não perco o pequeno sorriso nos lábios da loira.
- Não entendi o que nosso possível envolvimento tem com isso? Questiono.
- Se vocês se relacionam agora o juiz pode achar prejudicial a criança se não é algo instável, a relação entre vocês deve ser saudavel para a pequena.
- Entendi.
- Mas não se preocupem a Clara está a frente do caso de agora em diante e tudo vai correr bem.
- Então não temos com o que nos preocupar não é mesmo? Fico em pé pegando minha bolsa.
- Se era só isso eu estou de saída. E saiu mesmo.
- Karol espere. Não paro, continuo andando e ele me alcança e entra em uma sala fechando a porta.
- Caralho não pode sempre fugir assim.
- Não estou fugindo, preciso ir.
- Karol, droga, eu sei o que está acontecendo entre nós.
- Ruggero você ouviu o seu pai, quando resolvemos aceitar as condições do testamento foi pela Ange, e de agora em diante vai ser tudo por ela.
- Eu não estou falando disso, nós dois, não precisa ser assim, nossa vida não diz respeito a ninguém.
- Diz quando podemos prejudicar a Ange.
- Não vamos prejudicar, deixa essa questão passar ok, eu quero continuar e você? Reviro os olhos.
- Você sabe que sim, mas...
- Mas nada, só não podemos dar mole aqui fora.
- Fale por você.
- Sua cara de vou matar a Clara não é das melhores.
- Eu não fiz cara alguma e outra coisa, meu advogado vai entrar em contato com seu pai.
- Porque? já temos alguém no caso.
- Não quero essa mulher resolvendo porblemas meus.
- Viu só. Ele segura a risadinha.
- Confesse você está com ciúme.
- Você está vendo muito desenho animado com a Ange. Ele segura minha cintura.
- Então o que?
- Eu não a conheço...
- Isso não é desculpa, é uma ótima profissional...
- Ah você sabe o quanto ela é profissional não é?
- Eu ia dizer que meu pai não colocaria nada em suas mãos se não tivesse certeza.
- Quer ficar com ela fique, mas da minha parte não. Empurro ele para o lado e abro a porta.
- Ei ei..
- O que?
- Vai sair sem nem me dar um beijo não senhora, pode voltar aqui.
- Carência não combina com você querido.
- Não seja abusada ou jogo você nessa mesa e te mostro a carência. Reviro os olhos e me aproximo dele, que já segura minha nuca e devora meus lábios, e já estou molhada e rendida até esqueço da loira ridícula.

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