Parte 56

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Reta final.

Levar Ange para o hospital causou uma comoção que eu não esperava, meus colegas todos emocionados ao vê-la.
Aproveitei o contato com algumas mães, e sondei um pouco o quesito creche, o meu dia estava relativamente tranquilo, até que recebemos um pedido de emergência na cidade vizinha, e precisava me deslocar com a equipe, então precisei deixa- lá com Ruggero.

- Porque está nervosa? Escuto a voz de Carolina.
- Você deveria avisar quando chega assim.
- E como eu poderia fazer isso? Foi você quem me chamou.
- Eu não... Certo eu pensei em você.
Ela sorrir e aumenta o som do carro sacudindo as mãos para cima.
- Eu adoro essa música. Thousand Miles. Esta tocando e reviro os olhos, a música fez sucesso nós éramos crianças.
- Não seja birrenta.
- Essa música é mais velha que minha avó. Ela abaixa.
- Já que estou ofendida por esta me chamando de velha, me fale o que está acontecendo?
- Esse é o problema eu não sei o que está acontecendo, primeiro preciso arrumar uma creche para Ange, mas não me sinto segura em deixá-la, segundo ela está crescendo e a coisa está me deixando em panico, e terceiro não sei o que acontece entre Ruggero e eu.
- Uhhh problemas familiares querida.
- Não Caro, não tem isso de família, Ange é sua filha sempre será eu so...
- Está com medo, como toda mãe, é normal sabe, mas eu confio em você e sei que ela vai ter a melhor mãe do mundo.
- Eu não quero ser a mãe dela, ela tem você. Ela sorrir e segura minha mão.
- Quando eu segurei sua mão e pedi que prometesse cuidar dela...
- Não... As lágrimas começam a rolar quando a cena volta na minha mente.
- Desculpe mas eu precisava que você voltasse a essa memória, eu estava te passando o meu legado, o meu bem mais precioso, e eu sabia que você iria cuidar e ama-la do jeito que ela precisa, com o amor e o cuidado de uma mãe, então sim você é a mãe dela.
- Caro...
- Ei, está tudo bem, agora fica tranquila, você vai conseguir, enquanto a Ruggero vocês precisam se abrir, conversar esclarecer o passado para conseguirem viver um futuro.
- Não quero pensar agora.
- Uma hora vai ter que fazer. Assinto e saiu do carro entrando no hospital.

A emergência durou mais do que eu esperava, as duas da manhã saiu da sala operatoria me arrastando até a sala dos médicos, procuro no armário minha bolsa pegando o celular.
Várias chamadas perdidas de Ruggero e uma da minha mãe, abro o app de mensagem.
- Desculpe estava em cirugia, acabei de sair. O telefone vibra em minhas mãos com a chamada de vídeo e atendo tirando a toca do cabelo.
- Minha nossa já estava para acionar a polícia de Latina. Reviro os olhos.
- Não estou brincando, fiquei preocupado.
- Ok, eu estou bem, mas vou precisar ficar por aqui.
- Porque?
- Meu paciente teve uma complicação e está na UTI.
- Karol você quer um café? Luis o médico que me ajudou na sala me oferece.
- Acho que acabo de ganhar um anjo da guarda, valeu era tudo o que eu precisava. Escuto os resmungos de Ruggero.
- Anjo da guarda é.
- O que você está resmungando aí.
- Eu não resmungo querida, isso eu deixo para você.
- Ok vou desligar.
- Porque?
- Você tem que dormir, eu não vou está aí amanhã.
- Ah tudo bem eu falei com a minha mãe, ela vai ficar com Ange pela manhã.
- Ainda bem, quando eu voltar eu vejo a creche. Escuto um chorinho.
- Espere um minuto. Ele pede, a luz do abajur no quarto está acesa, quando ele volta, Ange está em seus braços com o rostinho vermelho e fazendo biquinho.
- Amor da dinda o que você tem?
- Ela custou a dormir, acho que os dentes ainda estão incomodando.
- Você já tentou sua dancinha? Falo debochada porque toda vez que Ange está assim chorosa por conta dos dentinhos, ele coloca ela no colo e inventa de dançar, e por incrível que pareça isso parece distrai-la.
- Não deboche, o meu método é infalível.
Ele posiciona o telefone com a luz do abajur acesa, vejo pegar o controle e uma música começa a tocar.
- Oh querida não chore, vai passar. Escuto ele dizer e sorrio bebendo meu café.
Enquanto ele balança com ela de um lado para o outro, eu o admiro e acabo suspirando, não acredito que estou apaixonada por você... De novo.
Quando termina a música ele para e olha para mim, a acomoda na cama, pega o celular.
- Meu método é infalível. Sorrio.
- Não posso discordar, eu vou desligar preciso verificar o paciente.
- Acha que volta para casa amanhã.
- Assim espero.
- Karol espere... É um... Boa noite. Assinto.
- Boa noite. Desligo, droga coração.

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