Parte 35

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No dia seguinte, fui para o hospital bem cedo já que Carolina viria com Agustín na hora marcada.
Aproveitei o momento para fazer virtualmente todo o procedimento e me preparar.
Na hora marcada encontro os outros médicos e vamos até o quarto, a porta se abre Agustín está ali com ela, e Ruggero também.
- Bom dia. Cumprimento.
- Então estamos prontas, desculpe senhores mas ela odeia formalidades. Falo e eles dão risada já sabendo quem é Caro, sento ao seu lado.
- Eu sei que pedir muito, mas confio em você, eu sei que pode, por nós três.
- O que eu não faço por você não é?
E agora por você. Toco a barriga e Ange chuta, Carolina sorrir.
- Agora vai ser uma boa menina e dormir que a dinda vai cuidar do seu dodói. Deixo um beijinho ali e quando levanto a cabeça meu olhar cruza o seu mas logo desvio para Carolina, beijo seu rosto e Agus acaricia meu rosto.
- Bem, nos vemos já. Vou saindo e eles me seguem.
- Karol. Paro e vejo que Agus está aflito, e Ruggero também.
- Podem adiantar eu já alcanço vocês. Falo para os médicos, pego o tablet e coloco na cirugia virando para eles.
- O que é isso? Agus pergunta.
- Esse é o procedimento, é tudo por uma câmera e um dispositivo, é menos invasivo.
- Isso é complexo demais você tem certeza que sabe o que está fazendo? Ruggero questiona e levanto uma sobrancelha para ele.
- Ela confia em você e eu também.
- Vai ficar tudo bem.
- E se der errado?
- Vamos fazer um cesário de urgencia.
- Quanto tempo vai durar?
- Pode levar o dia inteiro, aconselho que vão trabalhar, fazer algo para passar o dia, assim que terminar eu aviso.
- Não vou conseguir sair daqui. Agustín fala e olho para Ruggero.
- Tudo bem eu dou um jeito.
Ele responde e Agus me abraça e vai saindo.
- Karol. Ruggero me chama ainda angustiado.
- Vai ficar tudo bem. Ele assente e entro no elevador.

Tudo pronto e trazem Carolina, que sorrir ao me ver.
Eu peço a enfermeira que traga a caixa que trouxe hoje cedo e antes de deitarem Carolina eu entrego, ela sorrir e desfaz o laço, tem uma boneca de pano com os cabelos escuros e olhos marrons.
- É linda, vou deixá-la aqui ao meu lado.
- Certo pessoal vamos começar.
Ela assente olhando para mim e a sedamos, a cortina foi fechada.
Checando a pressão e os batimentos o anestesista passa as informações necessárias.
- Introdução. Aviso e iniciamos.
O procedimento é muito delicado, fazer a entrada no útero tem que ser correta e corte tem que ser perfeito para que nada dê errado, tudo com muito cuidado e delicadeza.

- Karol você quer que eu segure um minuto?
- Paulo preciso que apoie o meu braço, só isso, eu consigo. Ele assente e apoia meu braço.
Termino a sutura e vou retirando tudo bem devagar.
- Droga. Resmungo quando vejo que algo impede de retirar a câmera.
Afasto a cortina.
- O que é aquilo? Alguém questiona e uma das médicas rir.
- Ela está segurando a câmera mesmo estando dormindo.
- Que danadinha. Aliso a barriga de Carolina e falo.
- Amor da sua dinda solta a câmera vai, nós precisamos tirar vocês daqui e alimentar sua mãe.
E como se tivesse escutado atentamente o que eu disse ela solta e consigo retirar o fio.
Quando olho para todos na sala eles estão surpresos e logo começam a aplaudir.
- Doutora seu trabalho é incrível.
- Obrigado gente, sem vocês eu não teria conseguido.
- Caramba nós não fizemos nada garota, você fez tudo e ainda nos agradece.
- Vocês fizeram muito, acreditaram em mim e estavam aqui me apoiando.
A médica sorrir e me abraça.
Tiramos as batas e luvas e ponho meu jaleco pegando o celular informando a Agus que terminou.

Olho a hora são cinco da tarde, não consigo nem ficar em pé direito.
- Doutora aceita um café? Um enfermeiro pergunta e sorrio agradecendo, saiu da ala cirúrgica pegando um elevador, chegando ao térreo Agus e Ruggero vem correndo em minha direção.
Sorrio para ele, que já me abraça.
- Eu sabia que você conseguiria.
- Pode respirar agora.
- Onde ela está? Ruggero pergunta.
- Já estão trazendo ela para o quarto de antes, ocorreu tudo bem, ainda está sedada, quando acordar vamos fazer os exames necessários, mas fiquem tranquilos, Ange poderá nascer no período normal sem mais preocupações.
- Graças a Deus. Ruggero vira de costas e leva a mão a cabeça, e percebo quão aflito ele estava.
Deus o quão eu estava.
- Obrigado Karol.
- Eu faria tudo de novo. Ele assente.
- Bem eu preciso de um banho e beber uns dez desse, vejo vocês no quarto.
Me afasto e procuro pela ala médica onde deixei minha mochila.
Encontro e vou para o banheiro.
Depois de um banho quente.
Visto minha roupa, prendo o cabelo e ponho o jaleco por cima, saiu já atrás do bar para pegar um café.
- Doutora. O cara do bar cumprimenta.
- Oi, pode fazer um café para mim com pouco leite. Ele assente.
- Um café para mim também igual ao da doutora. Olho para ele que tem seus olhos em mim.
- Você conseguiu.
- A falta de fé em mim aqui era a sua.
- Porque será. Ele comenta.
- Eu jamais colocaria em risco as pessoas que amo por puro capricho, você não me conhece.
- Pois é, eu não conheço.
- Aqui está.
- Obrigado. Pego o café e dou as costas.
- Karol.
- Não enche Ruggero. Continuo andando e ele segura meu braço me virando para ele.
- Obrigado. Reviro os olhos e volto a andar.

Abro a porta e ela está acordando, Agus está ao seu lado e deixo o copo de café de lado, e aperto o botão para que a cama suba um pouco, e uma enfermeira entra com os aparelhos necessários.
Ponho a lanterna checando seus olhos, tiram sua pressão e seguro o copo com água para ela.
Escuto seus batimentos e da bebê enquanto preparam o ultrassom.
Passo o aparelho na barriga procurando o local exato e jogo na tela.
- Aqui está você sapequinha.
Ligo o som e seus batimentos ecoam no quarto. Agus está sorrindo e segura a mão de Caro.
Aproximo um pouco mas pressionando e aqui está seu coração em perfeito estado sem mancha nenhuma.
Carolina observa bem a tela, como a boa cardiologista que é.
- Então? Agus questiona.
- Aquele pontinho amor é o seu coração e não tem mas a mancha.
Ela explica e olha para mim com o punho fechado bate no meu.
Limpo sua barriga e deixo uma das enfermeiras recolher o seu sangue.
Pego o tablet atualizando.
- Rugge. Ela fala e olhamos para a porta, ele está ali parado observando.
- Vem aqui. Ele então se aproxima e beija sua testa.
- Como se sente.
- Perfeitamente bem. Ele solta um suspiro.
- Olha sua afilhada ali.
Ela mostra a tela e  entrego o aparelho para ela que sabe como funciona perfeitamente e agora estão os três se divertindo.
- Eu preciso atualizar umas coisas mas volto logo, passarei a noite com você.
- Karol você precisa descansar, ficou nove horas em pé.
- Eu posso ficar com ela. Agustín propõe.
- Ficarei mais tranquila estando aqui, mas se você quiser ficar também, a vontade eu sou a médica essa noite não sua acompanhante. Ela faz careta e dou risada.
- Até mais.

- Karol sei que vai ser no seu tempo, mas tenho alguns casos será que poderia dar uma olhada?
- Claro. Pego as pastas.
- Vou analisar direitinho e te falo. Ele agradece.
No outro dia já de alta Agustín leva Carolina para casa e eu aproveito para ir também preciso dormir um pouco.
A tardinha recebo um telefonema do hospital, e volto a noite no mesmo.

- Vocês me chamaram o que houve?
- Que bom, você veio tenho alguém que precisa falar com você.
- Comigo? Ele assente e faz sinal para segui-lo, entramos em sua sala e um homem todo de preto está ali, com mas dois perto da porta, parecem seus seguranças.
- Senhor senador, lhe apresento a doutora Sevilla. Ele se vira e fico impressionada com sua beleza e por ser tão jovem.
- É um prazer conhecê-la, assinto e aperto sua mão.
- Desculpem ainda não entendi o que faço aqui.
- O senador Guilherme tem algo a pedir Karol. Olho para ele.
- Antes de tudo essa conversa é sigilosa.
- Você está falando com médicos. Falo e ele assente.
- Minha esposa tem um problema no coração, e já tentei vários tratamentos, mas ela não pode ser operada. Franzo o cenho.
- Sempre dizem que é perigoso e ela pode vir a óbito, o que fez ontem aqui nesse hospital, chegou ao meu conhecimento. Então entendo.
- Você poderia dar uma olhada nela, eu pago o que for preciso. Levanto uma mão.
- Primeiro de tudo, eu não sou Deus e nem faço milagres ok, não é a primeira vez que alguém vem até a mim cheio de expectativas, mas posso sim ver o que de fato sua esposa tem, e se realmente é possível, indicar a melhor solução, e não, eu não aceito pagamentos.
- Como? Eu faço questão.
- Então doe para o hospital, eu não tenho uma clínica própria, porque prefiro o ritmo de hospital, talvez um dia mas não agora. Ele sorrir entendendo tira um cartão do bolso.
- Posso te fazer um convite doutora?
Amanhã a noite teremos uma festa beneficente, muitas pessoas influentes quem sabe não consegue mais fundos para o hospital.
- Karol você faria isso?
- Não vejo porque não. Dou de ombros.
- Eu pedirei uma escolta para a senhorita.
- Porque escolta?
- Infelizmente sou ameaçado todos os dias, e não posso arriscar, já sofri atentados, e meus convidados estão todos com seguranças da minha alta confiança.
- Por mim tudo bem.
- Me escreva aqui o seu endereço.
Escrevo o endereço nos despedimos e vou embora.

No dia seguinte, passo para ver Carolina e depois vou ao shopping comprar algo para vestir essa noite.

Consigo me maquiar e arrumo o cabelo deixando solto em ondas, e jogo de lado.
Olho meu vestido no espelho um longo preto com uma fenda na coxa, a parte de cima não tem decote mas uma transparência e nas costas um decote até em cima da bunda, pego a bolsa e escuto a campanhia tocar.
Desço as escadas e pego minhas chaves, quando abro a porta um arrepio percorre meu corpo inteiro, seu olhar me devora.
- O que faz aqui?
- Acredito que sou eu a sua escolta.

Mais um vocês estão me empolgando com os comentários.

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